
Ao justificar a decis�o, a ju�za Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto pontuou que n�o h� “viabilidade de imposi��o de outras medidas cautelares diversas da pris�o”. Para isso, a ju�za leva em conta a “extrema gravidade dos fatos” e “a hediondez das circunst�ncias f�ticas”. Conforme o documento, Amanda oferece “intensa periculosidade e iminente risco � ordem p�blica caso volte ao conv�vio social”.
A magistrada pede ainda que o diretor do sistema prisional em que ser� custodiada Amanda seja comunicado com “m�xima urg�ncia” para que adote “todas as medidas necess�rias para a salvaguarda da incolumidade [ou seja, a seguran�a] f�sica da autuada, acautelando-a em cela reservada”. Por enquanto, ela est� sob escolta da Pol�cia Penal no hospital para atendimento do Pres�dio de Vespasiano, segundo informado pela Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica de Minas Gerais (Sejusp).
Amanda estava internada desde que foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros na quarta-feira (15/3), ap�s tentar se matar inalando g�s de cozinha. Antes disso, de acordo com a Pol�cia Militar (PM), a mulher afirmou n�o ter tido motiva��o para os crimes e alegou que assassinou primeiro a m�e, na segunda (13/3), e depois a filha, na ter�a-feira (14/3). Ambas, segundo ela, morreram enforcadas. Os corpos foram velados na tarde de quinta-feira (16/3) no Cemit�rio da Paz, Regi�o Noroeste da capital.
O crime
Em depoimento, Amanda Christina Souza Pinto contou que, por volta das 11h da segunda-feira (13/3), estava no quarto conversando com a m�e quando come�aram a “brincar”. A mulher teria ent�o passado o bra�o em volta do pesco�o da idosa e, segundo ela, naquele momento sentiu “uma sensa��o ruim” e “vontade de apertar”, come�ando, em seguida, a estrangular a idosa. Ela n�o soltou at� ter certeza de que Maria do Ros�rio tinha parado de respirar.
Segundo ela, a filha de 10 anos, que dormia em outro quarto, acordou e bateu na porta, perguntando o que estava acontecendo. Ela disse para a garota n�o abrir, pois ela estaria “resolvendo um problema” com a av� da menina. Em seguida, Amanda cobriu o corpo da m�e com um len�ol e ordenou que a filha fosse tomar caf�.
Na ter�a-feira (14/3), Amanda decidiu matar sua filha. A princ�pio, ela teria tentado cortar os pulsos da crian�a, mas os ferimentos foram superficiais. Ela decidiu, ent�o, mat�-la da mesma forma como tinha feito com a av� da crian�a no dia anterior.
Amanda passou, ent�o, a enforcar a garota por duas vezes, mas, segundo ela, a crian�a se debateu muito. Por isso, a mulher amarrou a filha, usando uma cal�a, e passou a apertar seu pesco�o at� que ela parasse de respirar. Em seguida, Amanda deitou ao lado da garota e, por duas vezes, tentou se matar ingerindo rem�dios. Como isso n�o funcionou, no dia seguinte, ela vedou as frestas das portas da casa, colocou a cabe�a dentro do forno de um fog�o e ligou o g�s.
Al�m de familiares, Justi�a contesta alega��o de insanidade
Segundo familiares das v�timas, a suspeita n�o possui problemas mentais como havia sido alegado em depoimento �s autoridades. “O �nico problema que ela sempre teve foi com o uso de drogas. A cena que eu vi no IML ontem n�o � uma cena de um simples enforcamento. Ela bateu, machucou, foi uma cena monstruosa”, contou Cristiene Moreira da Silva, prima de Amanda. Devido aos ferimentos nos corpos, o vel�rio precisou ocorrer com caix�es fechados.
Ao decretar a pris�o preventiva, a ju�za tamb�m avaliou que “inexistem elementos atuais e estreme de d�vidas que comprovem ser a autuada portadora de doen�a mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado”. Logo, foi indeferida a “aplica��o da medida cautelar de interna��o compuls�ria”.