O Corpo de Bombeiros (CBMMG) visitou na manh� desta quarta-feira (3/5) o menino Caio Isak, de 8 anos, em sua casa, no bairro Planalto, Regi�o Norte de Belo Horizonte. O garoto tem um sonho especial de ser um militar do bombeiro, mas uma doen�a no sistema nervoso prejudica a sua vis�o.
A recep��o calorosa contou com 15 bombeiros e 5 viaturas dos militares, que chegaram com o giroflex ligado e fizeram muito barulho para o garoto. “Levei um susto, meu cora��o at� disparou, achei que era a pol�cia”, diz Caio, deixando claro que a fam�lia n�o contou nada sobre a surpresa.
A equipe levou de presente um caminh�o de brinquedo e uma camisa dos Bombeiros personalizada com o nome do Caio. A guarni��o at� deixou o menino sentar no banco de motorista de um dos caminh�es, manusear a mangueira e vestir a roupa de trabalho dos bombeiros, com capacete e tudo.
“N�o vou tirar a camisa nem pra tomar banho, vou ficar com ela todo dia”, diz o garoto, feliz com a camisa personalizada.

Sonho de ser bombeiro
Caio sempre nutriu uma grande admira��o pela profiss�o. A fam�lia relata que ele sempre pediu brinquedos que simulam ferramentas de bombeiros. Sonho que � expressado tantas vezes no ambiente familiar.
“Ele acompanhou muito o resgate de Brumadinho e falava - quando crescer e vou salvar vidas”, comenta com l�grimas nos olhos, C�ssia Andr�ia, av� do menino, visivelmente emocionada com a a��o dos militares.
Caio compartilhou o motivo do sonho. “Porque � minha felicidade, eu queria ser bombeiro quando eu era crian�a.” Interrompido, perguntaram, “mas ainda voc� n�o � crian�a?”, Caio explicou de quando era menor do que agora.
O menino diz que quando for bombeiro vai fazer quatro coisas: "salvar as pessoas, animais, porcos e apagar inc�ndios”.

Doen�a
Desde os cinco anos, a fam�lia percebeu que Caio caia muito, no entanto, os parentes n�o levaram isso para frente. Somente h� tr�s meses, foi descoberto que o garoto tem Leucodistrofia, uma doen�a que afeta o sistema nervoso, causando em Caio perda da vis�o, tremedeira, al�m de faz�-lo babar bastante, como conta a av�.
Daniele Alves, m�e do menino, explica que seu filho tem uma cegueira de nascen�a, e que atualmente ele est� com menos 29 graus no olho direito e menos 27 no olho esquerdo. Os m�dicos disseram para Daniele que esse n�vel � considerado uma perda de metade da vis�o. “Em menos de um ano ele est� perdendo 2% em cada vista”, exp�e.
O apelo da m�e � para conseguir um m�dico espec�fico na �rea que consiga ajudar Caio. A esperan�a s� aumentou quando a m�e descobriu a hist�ria de um menino, de Curitiba, que tem a mesma doen�a e idade de seu filho. O garoto conseguiu o transplante e est� conseguindo recuperar o movimento do corpo.

Tratamento
Daniele conta que a primeira solu��o veio de um m�dico que recomendou a ele uma lente espec�fica, mas Caio n�o tem idade suficiente para usar essa lente.
A segunda solu��o seria um tratamento mais eficaz para a leucodistrofia, que � o transplante da medula �ssea, na qual, dependendo do est�gio, consegue paralisar completamente a doen�a.
O problema � que � necess�rio saber a altura do transplante para realizar o procedimento, dados que s� � conseguido com exames, que s�o caros, e a fam�lia n�o consegue custear. A m�e diz que tenta h� dois anos pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) e nada conseguiu, nem o plano de sa�de particular ajudou.
Uma solu��o encontrada foi com o ex-patr�o da Daniele, que se prontificou a ajudar, pagando as consultas. Entretanto, mesmo com a ajuda, existe um outro problema: o resultado dos exames demora muito para chegar.
“Temos exames que v�o ficar prontos dia 11 e dia 19 os outros, que s�o dos membros inferiores e superiores para saber o grau”, exp�e a m�e do garoto.
Depois do resultados dos exames, que vir�o neste m�s, os m�dicos se reunir�o e v�o decidir qual o melhor tratamento para Caio, o transplante ou uma opera��o na vista.
Palavra dos bombeiros
Daisy Ribeiro, comandante da opera��o e m�e de dois filhos, conta como foi ver a emo��o do menino. “� muito satisfat�rio ver um sonho de um filho nosso ser realizado. Foi muito emocionante para eles e para n�s tamb�m”, afirma.
O tenente Fernando Frois foi questionado sobre o que motivou a visita. "Quer�amos retribuir o carinho da crian�a com o Corpo de Bombeiros. Esse carinho de crian�a � um carinho muito verdadeiro”.
“Amanh� ele pode estar aqui no meu lugar, ent�o a gente tenta incentivar esse tipo de atitude para que, quem sabe, l� no futuro, realmente ele venha integrar o corpo de bombeiros”, completa.

Visita ao batalh�o
Em 21 de abril, Caio visitou o Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad), onde os bombeiros mostraram o local para o garoto e de como � a vida de um militar na corpora��o.
L�, Caio desceu de rapel, vestiu o roup�o de combate a inc�ndio, utilizou mangueiras e esguicho, conheceu os c�es de busca e tripulou uma viatura. A militar Daisy fala da visita. “Ele estava bastante feliz e empolgado. Ele gostou de fazer todas as atividades e foi muito bom proporcionar isso para ele”, declara.
Caio conta que no dia subiu nas �rvores e brincou com cachorros, mesmo que tenha achado eles bravos, os cachorros deixaram ele passar a m�o. Ele diz que o mais legal foi andar no caminh�o dos bombeiros.
A av� do menino destacou a import�ncia da a��o dos Bombeiros. “O amor n�o era uma coisa de marketing. Voc� via o carinho e o amor no meio de todos eles. O que eles fizeram l� atr�s n�o tem dinheiro que pague”, afirma.
