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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Expedi��o demarca nascente e inicia 'conquista' do Rio Par�

"Desbravadores" localizam e v�o cercar ber�o do manancial, ponto de partida de miss�o que pretende plantar sentimento de pertencimento � bacia


09/05/2023 04:00 - atualizado 09/05/2023 05:28

Enviado especial

presidente do CBH Rio Pará, José Hermano (D) e o conselheiro José de Irino
O presidente do CBH Rio Par�, Jos� Hermano (D) e o conselheiro Jos� de Irino brincam com �gua da nascente do Rio Par� (foto: Fotos: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Resende Costa – Subindo as picadas e trilhas ind�genas no s�culo 19, o pai da geologia brasileira, bar�o Friedrich von Eschwege, percebeu que cadeias de montanhas em Minas Gerais separavam as bacias do norte e do sul do Brasil. "Dei a essa esp�cie de equador a denomina��o geral de Serra das Vertentes", disse, fazendo men��o ao grande volume de �gua que brotava dos altos morros.

Um dos cursos que ali nascem, o Rio Par�, chamava a aten��o por sua liga��o com o desbravamento do sert�o brasileiro, como mostrou o alem�o em carta de 1816. "Espero, ainda este ano, a sua visita, e, ent�o, poder� assistir � partida de uma expedi��o, que se destina ao Rio Par�, de onde, por conta da F�brica, trar� certo n�mero de �ndios, semicivilizados, que desejam viver em zona povoada".

Passados 207 anos, uma nova incurs�o desbrava o Rio Par� da sua nascente � foz, passando pelos principais afluentes. Desta vez, para unir a bacia hidrogr�fica pela conserva��o, contra a polui��o e o desmatamento. A "Expedi��o Rio Par� 2023: esse rio � meu" � promovida pelo Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Par� (CBH Rio Par�) come�ou ontem com a miss�o de chegar at� a nascente do manancial, em Resende Costa, na Regi�o dos Campos das Vertentes, pr�ximo ao povoado de Hildebrando.

A reportagem do Estado de Minas acompanhou os desbravadores contempor�neos ao ber�o do Rio Par�, uma nascente pouco conhecida, sem registros de imagens e que at� conselheiros do CBH Rio Par� com mais de 25 anos de institui��o desconheciam. Fica a 10 quil�metros da cidade o ponto onde o Rio Par� inicia sua viagem de 365 quil�metros, por uma bacia habitada por 900 mil pessoas. A nascente � envolvida por uma mata ciliar fechada no fundo de um vale �ngreme cercado por �reas de plantio que rotacionam milho e trigo. Para vencer a mata e chegar na surg�ncia, s� abrindo trilha a golpes de fac�o. As �rvores de Mata Atl�ntica se adensam entre cip�s e Ramos de espinhos, samambaias e tiriricas.

Os 16 expedicion�rios vieram de v�rios lugares, como Par� de Minas, Martinho Campos, Cl�udio, Resende Costa entre outros. Para descobrir o local onde a �gua brota foi preciso formar tr�s grupos e vasculhar a mata. At� que um grito entre o som dos golpes de fac�o indica a localiza��o. “Est� aqui, achei a nascente do Rio Par�”, exclamou um dos desbravadores ap�s uma hora de expedi��o desde Resende Costa. Todos comemoraram.

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O olho d%u2019�gua foi localizado em mata que integra a paisagem de um vale pr�ximo ao povoado de Hildebrando, em Resende Costa


� de um solo emaranhado por ra�zes de v�rias espessuras, que parecem um xaxim, que a �gua brota de v�rios pontos, fria e barrenta por causa da terra escura. Assim nasce o Rio Par�, surgindo difuso e n�o de um s� olho d’�gua. “Fizemos hist�ria. Agora que encontramos a nascente, vamos instalar um marco no ponto e oferecer um cercamento da �rea para o propriet�rio das terras”, disse o presidente do CBH Rio Par�, Jos� Hermano Franco, enquanto revolvia a �gua do ber�o do Rio Par� como se brincasse com ela.

“A ideia da expedi��o veio com a retomada das atividades do CBH Rio Par� ap�s a pandemia e v�rios anos de contingenciamento de recursos.  As pessoas n�o tinham aquela ideia de pertencimento com a bacia porque n�o conheciam o Rio Par�. � dif�cil preservar o que voc� n�o conhece. E o rio precisa muito das pessoas para ser preservado. O rio tem muitos pontos com n�veis de contamina��o cr�ticos. Queremos mostrar os problemas, mas tamb�m a import�ncia, onde nasce, onde termina, as cidades que banha, a cultura, a economia e a hist�ria”, explica Franco.

O prefeito de Resende Costa, Lucas Paulo de Assis Vale, considera importante receber a expedi��o para que a popula��o conhe�a mais sobre a sua hist�ria e crie uma identidade. “O desafio � difundir isso, levar para as escolas, despertar a consci�ncia de sustentabilidade. A popula��o ter esse pertencimento e saber da import�ncia para poder cuidar � fundamental”, disse.

O vereador do munic�pio onde nasce o rio, Elson Ant�nio Ribeiro, contou que nas terras da sua fam�lia tamb�m h� uma das nascentes do Par�. “N�o sabia que era uma nascente importante e quando descobrimos isso nos trouxe muito orgulho. Vamos preservar sempre, no p� da serrinha, entre planta��es e uma mata”, precisou.

A expedi��o programada pelo Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Par� vai at� o dia 19, quando est� prevista a chegada � foz do manancial, que desemboca no Rio S�o Francisco, entre Martinho Campos e Pomp�u, no Centro-Oeste do estado, depois de atravessar 365 quil�metros e drenar cursos d'�gua de 35 munic�pios.

Integrantes da expedição
Integrantes da expedi��o a caminho da fonte que d� origem ao rio


ESSE RIO � MEU

Confira a programa��o da expedi��o e algumas das atividades previstas

8/5, em Resende Costa
Na cidade onde est� a nascente do Rio Par� foi dado o pontap� da expedi��o, com uma recep��o e boas-vindas pelo Executivo municipal, al�m da realiza��o de uma coletiva de imprensa. Na sequ�ncia, o grupo fez visita t�cnica � nascente, com o objetivo de avaliar o estado e as condi��es do primeiro olho d’�gua do rio.

9/5, em Itaguara
Recep��o � expedi��o no distrito de Par� dos Vilelas, a partir das 8h. A programa��o conta com visita t�cnica ao Pontilh�o e � Igreja de Nossa Senhora da Concei��o, �s margens do Rio Par�, apresenta��es art�stico-culturais da E.M. de Par� dos Vilelas, exibi��o de v�deos e apresenta��es do CBH do Rio Par�, do Executivo municipal e do Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgoto (SAAE) local.

10/5, em Par� de Minas
As a��es ser�o concentradas no Parque Bariri. Na programa��o est�o previstas uma Blitz Educativa, atividades interativas e uma roda de conversa com a Comiss�o Gestora Local (CGL) da Bacia Hidrogr�fica do Ribeir�o Paci�ncia, uma das duas bacias no territ�rio do Rio Par� onde foi declarado conflito pelo uso da �gua. Al�m disso, haver� duas exposi��es fotogr�ficas: “Conhecendo a calha urbana do Ribeir�o Paci�ncia” e das vencedoras do concurso “Nossas �guas” (2022 e 2023).

11/5, em Carmo do Cajuru 
�s 6h45, haver� um Rio Tour, passeio guiado no Rio Par�, na Barragem de Cajuru. A sa�da ser� na Pra�a 1º de Janeiro (Pra�a da Prefeitura). A partir das 9h, as solenidades ser�o realizadas no Audit�rio Dona L�cia Guimar�es. Haver� apresenta��es do Programa de Conserva��o Ambiental e Produ��o de �gua da Bacia do Ribeir�o do Sap� (Ag�ncia Peixe Vivo),  Programa Produtor de �guas do Ribeir�o do Empanturrado (ANA) e de pr�ticas sustent�veis em propriedades rurais e resultados (Emater).

12/5, em Divin�polis
�s 8h30, a equipe do Comit� promover� uma an�lise da qualidade da �gua do Rio Itapecerica, afluente do Rio Par�, na Pra�a Candid�s. �s 14h, ser� promovido o evento “Esse Rio � Meu: Encontro interinstitucional pelas �guas de Divin�polis e Bacia do Rio Par�”

15/5, em Ita�na e Cl�udio 
�s 9h, reuni�o com o SAEE local sobre esgotamento sanit�rio no munic�pio. �s 11h, o grupo segue para uma visita t�cnica a pontos do Rio S�o Jo�o. Na parte da tarde, a  expedi��o chega ao munic�pio de Cl�udio. Na programa��o, a partir das 14h, est�o previstas apresenta��es do Projeto Sou Semente e do Programa de Educa��o Ambiental (PROGEA), pelo munic�pio, e do Programa de Conserva��o Ambiental e Produ��o de �gua da Bacia do Rio Par�, do Comit�, que tem a microbacia do Ribeir�o dos Cust�dios, em Cl�udio, como uma das tr�s beneficiadas em todo o territ�rio.

16/05, em Pitangui e Concei��o do Par� 
Recep��o conjunta no distrito de Velho da Taipa, na divisa dos dois munic�pios, �s margens do Rio Par�, �s 8h. Em parceria com as escolas da regi�o, ser�o plantadas mudas em cada margem do rio. Na sequ�ncia, na Esta��o Cultural Velho da Taipa, haver� apresenta��es da Banda de M�sica de Pitangui e do Coral de Crian�as do IEV (Instituto Esther Val�rio), al�m de uma roda de conversa com representante das prefeituras, CBH do Rio Par�,Instituto Estadual de Florestas (IEF)), Copasa (Programa Pr�-Mananciais) e Sindicato Rural.

17/5, em Bom Despacho
�s 8h, na Pra�a da Matriz, haver� plantio de muda com placa alusiva � expedi��o, seguida de coletiva de imprensa. �s 9h, roda de conversa no Audit�rio da C�mara Municipal de Vereadores de Bom Despacho com a Comiss�o Gestora Local (CGL) da Bacia Hidrogr�fica do Rio Pic�o. A bacia � uma das duas no territ�rio do Rio Par� onde foi declarado conflito pelo uso da �gua.

18/05, em Martinho Campos 
As atividades come�am �s 14h, com foco especial na reserva ind�gena Kaxix�, com roda de conversas, manifesta��es culturais e apresenta��o de alunos da Escola Estadual Ind�gena Caxix� Taoca Sergia, al�m de visita ao rio. A partir das 18h, a programa��o � na Pra�a da Matriz, com a presenta��es da Banda Lira Santa Cec�lia, do ‘Poetas das �guas’, da Orquestra Abadiense de Viola Caipira, do grupo de capoeira ‘Afrominas’ e do “Talentos da Terra”, al�m de exibi��o de v�deos e feira com participa��o dos alunos do curso Agentes de Turismo Rural, do Senar.

19/5, em Pomp�u
A expedi��o chega ao final na cidade onde o Rio Par� se encontra com o Velho Chico. �s 8h, na Escola Estadual Paulo Campos Guimar�es, haver� recep��o e homenagens do Executivo municipal, coletiva de imprensa e balan�o da expedi��o. �s 10h, uma visita t�cnica � foz do Rio Par�, no encontro com o Velho Chico, ser� a �ltima atividade do evento.


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