Sindicato dos Rodovi�rios: 'O transporte em BH � uma bomba rel�gio'

Nos �ltimos cinco dias, foram cinco acidentes em BH e na Regi�o Metropolitana, deixando 41 pessoas feridas.

O alto n�mero de ocorr�ncias do tipo acende o sinal de alerta sobre a seguran�a do transporte coletivo na regi�o. Reclama��es de falta de estrutura dos �nibus t�m sido comuns.

Na tarde desta ter�a-feira (23/5), uma mulher morreu atropelada por um �nibus do Move em Belo Horizonte. O acidente ocorreu na Avenida Ant�nio Carlos, no viaduto S�o Francisco, Bairro Lagoinha.

Para Paulo C�sar da Silva, 51 anos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodovi�rios de Belo Horizonte (STTR-BH), o sucateamento da frota de �nibus da capital � um problema antigo. “A gente observa que � preciso um tempo h�bil para fazer manuten��es completas nesses �nibus. Esses ve�culos chegam a rodar at� 20 horas por dia. � feita uma manuten��o que n�o condiz com o desgaste di�rio deles”.

Outro ponto apontado por Paulo como causador desse sucateamento foi o aumento de viagens ap�s acordo entre Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), C�mara Municipal e BHTrans em rela��o ao subs�dio municipal pago para custear demandas do sistema de transporte da capital mineira.

Ele argumenta que, com mais hor�rios de �nibus, os ve�culos circulam mais e as manuten��es n�o acompanharam esse aumento.

 

De acordo com o presidente do STTR-BH, trabalhadores e popula��o ficam “em meio a um fogo cruzado”, na discuss�o do transporte p�blico em Belo Horizonte.

Ele ainda fez um alerta: “A C�mara quer uma coisa, a Prefeitura quer outra, as empresas outra, e n�o se chega a um denominador comum. Isso precisa ser discutido r�pido. O transporte em BH foi esquecido, est� um caos, � uma bomba rel�gio”.

Paulo ressaltou que s�o muitos os fatores que tornam o trabalho dos motoristas de �nibus mais estressante e perigoso. “Os trabalhadores est�o submetidos, �s vezes, a cargas hor�rias excedentes, mas muitas coisas contribuem. O tr�nsito, que tem uma frota de carros cada dia maior, menos pistas exclusivas. Tudo isso resulta num maior cansa�o f�sico e mental para o trabalhador”.

 

Paulo C�sar da Silva ressaltou a import�ncia de os �rg�os de administra��o p�blica abrirem di�logo com os sindicatos, para a proposi��o de melhorias no dia a dia dos trabalhadores.

“Todo e qualquer problema discutido que envolve categoria profissional tem que se convidar o �rg�o que os representa. N�s estamos l� na pr�tica. E nunca se convida, se resolve l� entre poder concedente, BHTrans e etc. Temos ideias, dados, que podem ajudar.”

 

“Tem que sentar todo mundo e r�pido, porque o transporte est� virando um caos. Belo Horizonte est� complicado. Qualquer discuss�o que envolva o transporte coletivo tem que ter a participa��o dos �rg�os representativos para ajudar”, destacou Paulo.

Silva ressaltou, ainda, que os problemas enfrentados pelo transporte p�blico de BH n�o t�m a ver somente com os motoristas ou com os ve�culos, mas tamb�m com toda a infraestrutura do munic�pio. “Existem problemas nas vias, � importante construir mais passarelas para que os pedestres n�o atravessem em meio aos �nibus, � muita coisa. A pefeitura e a C�mara Municipal n�o podem colocar a culpa nos transportes e fugir das suas responsabilidades. Tem que sentar junto todo mundo e buscar uma sa�da.”

“Aumentou o n�mero de ve�culos, a� voc� imagina o �nibus que faz bairro a bairro. S�o viagens longas, que passam pelos bairros, pelo centro e, muitas vezes, gera um certo stress na nossa profiss�o”, encerrou.

 

Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), os cons�rcios associados est�o colapsando, com as contas no vermelho, devido ao congelamento do valor da tarifa desde 2018, e, por isso, os ve�culos est�o em m�s condi��es.

Apesar disso, a institui��o tem recomendado aos filiados que coloquem nas ruas apenas os �nibus em boas condi��es. 

De acordo com o Setra, atualmente, as empresas de �nibus que operam na capital faturam, no m�s, R$ 69 milh�es, sendo que os custos b�sicos s�o de cerca de R$ 120 milh�es. “O reequil�brio econ�mico-financeiro do sistema de transporte p�blico municipal � essencial para que diversas a��es de melhoria dos servi�os sejam implementadas, possibilitando a recupera��o da demanda e retomada dos investimentos na renova��o da frota”.