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Estado de Minas COMIDA SOBRE RODAS

Por onde andam os food trucks de Belo Horizonte?

Passado o vigor de anos anteriores, segmento demonstra certo esvaziamento; dos 250 ve�culos vistos no passado, somente 60 ocupam ruas e pra�as de BH atualmente


28/05/2023 06:00 - atualizado 28/05/2023 07:45
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dois caminhões pequenos de food truck
Agora, os principais pontos de food trucks em BH s�o no Bairro Castelo, Cidade Nova e Gutierrez (foto: Marcos Vieira /EM/DA. Press)
Por onde andam os food trucks de Belo Horizonte? A capital mineira chegou a viver uma febre dos caminh�ezinhos que vendem comida. A partir de 2016 eles chegaram a ser cerca de 250 ve�culos. A pandemia freou a acelera��o do segmento, como ocorreu em todos setores da economia. Mas no caso dos food trucks, os bons tempos n�o voltaram at� agora. Atualmente, o n�mero de ve�culos n�o passa de 60, segundo empres�rios do ramo - uma queda de 76%.

Os principais pontos de food trucks em BH s�o no Bairro Castelo (pra�a Manoel de Barros, �s quartas), Bairro Cidade Nova (pra�a Guimar�es Rosa, �s quintas) e Bairro Gutierrez (pra�a Leonardo Gutierrez, �s sextas). A cada dia, de 18h �s 23h, cerca de 25 carros participam dos encontros.
 
� injusto colocar a culpa somente na pandemia. Como todo modismo, alguns empres�rios investiram suas economias visando surfar na onda da comida sobre rodas, mas n�o conseguiram seguir no neg�cio. "Primeiro, muitas pessoas aventureiras compraram food truck no in�cio e n�o deram conta de manter. Achavam que era para trabalhar pouco e ganhar muito. Segundo, a pandemia, que faliu os que ainda tentavam, mas sem poder trabalhar, n�o conseguiram arcar com os custos do carro", enumera Marcos Vin�cius Carvalho, um dos organizadores de eventos com food trucks. Tamb�m h� reclama��es de outros empres�rios sobre a burocracia para se conseguir licen�a de trabalho junto aos �rg�os p�blicos do munic�pio.

homem segurando pastel
Marcos Vin�cius Carvalho � um dos organizadores de eventos com food trucks (foto: Marcos Vieira /EM/D.A Press)
O movimento, no entanto, continua a ocupar as ruas da cidade, mesmo sem o vigor de antes. Organizados por meio de uma associa��o, os food trucks pagam uma taxa semanal para participar dos eventos em pra�as. "Temos a Associa��o Central Food Truck. Cada empres�rio paga cerca de R$ 180 por semana, R$ 60 por evento. Isso porque temos limpeza do local antes e depois, al�m de disponibilizar banheiros para o p�blico", diz Marcos Vin�cius.

homem atende cliente de foofd truck
Pedro Pereira � dono do food truck Clandestinos (foto: Marcos Vieira /EM/D.A Press)
H� oito anos no mercado, Pedro Pereira � dono do food truck Clandestinos, que estaciona semanalmente no Bairro Castelo. Ele assume que os encontros j� foram mais movimentados. "No in�cio, as pra�as eram bem cheias. Ainda acho agitadas, mas pelo o que j� foi um dia, em 2017 por exemplo, caiu a movimenta��o".  

homem segurando sanduíche
Carlos Alberto Brugger, � cliente do Clandestinos (foto: Marcos Vieira /EM/D.A Press)
Carlos Alberto Brugger, � cliente do Clandestinos e viu essa diminui��o no fluxo. "Sempre vou com um grupo de amigos e fam�lia, aproveitamos que � algo mais informal, tem musiquinha e a comida � boa. Pena que s� tem uma vez na semana", brinca. "S�o muitas op��es de comida, mas depois da pandemia, diminu�ram bastante os carros. A impress�o � que o p�blico est� voltando, mas os ve�culos n�o", finaliza. 

J� no Bairro Cidade Nova, Aline Mayr, aproveita todas as quintas-feiras para passar um tempo em fam�lia e rever amigos. Ela come�ou a frequentar o encontro no ano passado. "Eu, meu marido e meus dois filhos sempre vamos, porque sai da rotina e aproveitamos para reunir pessoas que gostamos", diz. 

mulher segura pacote de pastel
Aline Mayr aproveita todas as quintas-feiras no Bairro Cidade Nova para passar um tempo em fam�lia e rever amigos (foto: Marcos Vieira /EM/DA. Press)
Al�m da confraterniza��o dos adultos, os mais novos aproveitam para brincar e ver colegas de escola. "Levamos brinquedos para os meninos, que t�m 3 e 8 anos. E sempre o pessoal da escola marca de se encontrar l�. Outro ponto positivo � que meu marido trabalha em home office e n�o v� ningu�m. O momento � bom para poder encontrar pessoas do trabalho, enquanto eu vejo amigos do crossfit e pessoas da minha cidade do interior", explica Aline, que gosta de comprar churrasquinho com batata frita. J� os filhos v�o de pastel e o marido prefere chope. 

Na sexta-feira, uma pra�a no Bairro Gutierrez atrai a clientela que gosta dos food trucks. Tiago Lisboa, que lidera o Du Cheff, come�ou a levar seu pequeno ve�culo ao local h� cinco meses. H� 9 anos com o truck, ele vende p�o com pernil, espetinho e macarr�o na chapa. Notou melhora do movimento ap�s a pandemia, mas diz que nem se compara ao que era quando come�ou no ramo. 

CRISE NO SETOR 
 
Certa decep��o j� havia sido lamentada por empres�rios do ramo em anos anteriores. Em 2016, eles j� pontuavam sobre crise econ�mica e concorr�ncia.

Os food trucks chegaram ao Brasil no final de 2014, influenciados por um estilo vindo dos Estados Unidos. Na capital mineira, o com�rcio ainda era proibido pelo poder p�blico, mas logo o movimento se expandiu por v�rios pontos de BH. O alto fluxo de ve�culos foi tal que, em 2016, o Estado de Minas j� acompanhava a situa��o de crise e concorr�ncia levando preju�zos aos empres�rios. 

Um dos que desistiram foi Darmon Peixoto, que vendeu o ve�culo e aproveitou o dinheiro para quitar d�vidas e conter gastos. "Paguei quase R$ 70 mil no carro financiado, em 2018. Acabei vendendo em 2022 porque o movimento caiu, estava com alto custo para manter. Ent�o, vendi para concluir o �ltimo ano de faculdade", relembra. 

DIVERG�NCIAS COM A PREFEITURA

V�rios propriet�rios de food trucks alegam que a Prefeitura de Belo Horizonte n�o abre licita��o para conceder autoriza��es de trabalho h� pelo menos sete anos. Sem as licen�as de funcionamento, os carros est�o sujeitos a multas que podem chegar a R$ 3 mil. 

Questionada, a PBH informou que a atividade faz parte do programa Jornada Produtiva, cujo edital mais recente foi publicado em 2019 com 250 vagas dispon�veis, das quais 96 licen�as est�o v�lidas atualmente.

H� diverg�ncias nas alega��es, pois os donos de food trucks afirmam que as licen�as liberadas em 2019 n�o incluem o com�rcio de comida em ve�culos sobre rodas. 

ENDERE�OS
 
rua movimentada
O movimento fica de 18h �s 23h em cada pra�a (foto: Marcos Vieira /EM/DA. Press)

Quarta-feira: Pra�a Manoel de Barros, no Bairro Castelo, Regional Pampulha

Quinta-feira: Pra�a Guimar�es Rosa, no Bairro Cidade Nova, Regional Nordeste

Sexta-feira: Pra�a Leonardo Gutierrez, no Bairro Gutierrez, Regional Oeste


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