
O pedido n�o � o primeiro feito e se d� em meio �s investiga��es da morte da escriv� Rafaela Drumond. No of�cio, enviado no �ltimo dia 24 de junho e assinado pela Presidente da Aespol, Alini Risi dos Santos, � demandado que o item citado seja retirado do sistema de avalia��o. “A atividade policial j� � estressante, perigosa e desgastante, aliada a falta de estrutura, valoriza��o e investimento, e o simples fato de haver na ADI do(a) servidor(a) que ser� avaliado(a) em nota m�xima se resistir ao ass�dio, independente de vir de fora da Pol�cia Civil ou internamente, torna institucional essa pr�tica, o que n�o pode haver em hip�tese alguma, conforme a Lei Complementar n°116/2011”.
O item 15 da ADI disp�e sobre a adaptabilidade do servidor. Nele, � julgada a “capacidade de adapta��o a situa��es novas e a press�es no trabalho, resistindo ao ass�dio � atividade policial, assimilando mudan�as de quaisquer natureza, encarando-as com naturalidade, maturidade profissional e boa vontade”.
O documento tamb�m analisa se o servidor “tem pouca capacidade de adapta��o, raramente resistindo ao ass�dio moral”.
A Avalia��o de Desempenho Individual (ADI) elenca v�rios pontos para que o agente seja apto a sua fun��o. Falhar em um deles pode diminuir a sua nota e fazer com que ele perca bonifica��es e at� mesmo aumentos salariais.
A reportagem entrou em contato com a Seplag e com a Pol�cia Civil e aguarda retornos.
Relembre o caso de Rafaela Drumond
No dia 9 de junho, Rafaela estava na casa dos pais, na cidade de Ant�nio Carlos, na regi�o do Campo das Vertentes, quando tirou a pr�pria vida.
A escriv� trabalhava em uma delegacia em Caranda�. Nos �ltimos meses, Rafaela teve mudan�as em sua personalidade, passando a ficar mais retra�da e calada. O fato chegou a incomodar os pais que, ap�s uma conversa com ela, foram informados de que ela estava estudando para um concurso de Delegada da institui��o.
Semanas antes do ocorrido, Rafaela chegou a denunciar casos de ass�dio moral e sexual dentro da delegacia em que era lotada. Imagens e �udios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os ass�dios que sofria. Ela tamb�m reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas. “Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso de fazer uma carne. Ele come�ou a falar na minha cabe�a, e eu ficava com cara de deboche, n�o respondia esse grosso. De repente ele falava que pol�cia n�o � lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos �udios.
A briga teria come�ado por causa de um pedido de mudan�a na escala de folgas, uma das principais reclama��es da escriv� enquanto trabalhava. “Ele falou que eu tinha cismado com isso, falando que ele tava de implic�ncia. Ele disse que eu n�o gosto de receber ordens. Mas n�o � isso, ele estava implicando por causa do carnaval”, disse.
Na �ltima quinta-feira, a Corregedoria-Geral da Pol�cia Civil de Minas Gerais anunciou que tomou a frente da investiga��o “de forma exclusiva” sobre a morte de Rafaela. Com isso, tanto a presid�ncia do inqu�rito policial, quanto a apura��o do processo disciplinar do caso ser�o feitas pela sess�o. “A PCMG refor�a que as investiga��es continuar�o sendo conduzidas de maneira isenta e imparcial.”
Desde que o caso veio � tona, um delegado e um investigador que teriam envolvimento nas situa��es narradas pela escriv� foram transferidos para outra delegacia da PCMG, em Conselheiro Lafaiete, tamb�m na Regi�o Central de Minas.