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Estado de Minas INCENTIVO

Vacina��o premiada em MG

Sa�de anuncia programa para elevar cobertura no estado. No plano, compra de 235 vacim�veis e R$ 160 mi em bonifica��o para os munic�pios que atingirem as metas


05/08/2023 04:00 - atualizado 06/08/2023 14:39
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Van equipada para vacinação itinerante: veículos serão entregues a cidades com mais de 50 mil habitantes e poderão ser usados pelas menores em consórcios de saúde
Van equipada para vacina��o itinerante: ve�culos ser�o entregues a cidades com mais de 50 mil habitantes e poder�o ser usados pelas menores em cons�rcios de sa�de (foto: Isabela Bernardes/EM/D.A Press)

A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) anunciou ontem medidas para aumentar a cobertura vacinal dos munic�pios, com a compra de 253 vacim�veis, a��es “extramuros” e bonifica��o para as cidades que atingirem os n�veis de prote��o recomendados pelas autoridades da �rea. A estrat�gia vai levar os imunizantes para quem ainda n�o recebeu as doses das principais vacinas oferecidas pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS).

Segundo o secret�rio de Estado de Sa�de, F�bio Baccheretti, ser�o investidos mais de R$ 100 milh�es na compra de vans vacim�veis. Os 253 ve�culos ser�o adaptados para funcionar como um pequeno centro de vacina��o itinerante, equipados com refrigera��o, pia para higieniza��o, cadeiras, mesas e arm�rios. “Vamos levar a vacina para perto das pessoas. Todas as cidades acima de 50 mil habitantes receber�o o recurso para ter seu pr�prio vacim�vel e os demais munic�pios poder�o ter (acesso aos ve�culos) a partir dos cons�rcios de sa�de”, explica.

Os cons�rcios a que o secret�rio se referiu s�o associa��es entre munic�pios para atividades conjuntas de promo��o, prote��o e recupera��o da sa�de de suas popula��es. Cada um deles montar� estrat�gias para que a van circule nas �reas e atenda a todos os moradores da regi�o.

A secretaria vai disponibilizar tamb�m recursos para a compra dos materiais necess�rios nas aplica��es, al�m de uma bonifica��o de R$ 160 milh�es para os munic�pios que atingirem 95% de cobertura dos p�blicos-alvo. Para receber o pr�mio, a cidade deve cumprir requisitos do programa, como a vacina��o nas escolas. O valor repassado deve ser utilizado no setor de sa�de e ser� proporcional � popula��o de cada munic�pio e � quantidade de a��es que forem implantadas por eles.

Arte: Soraia Piva
(foto: Arte: Soraia Piva)


A compra dos vacim�veis j� est� em andamento e, no pr�ximo ano, todos os munic�pios com a popula��o estipulada pelo programa poder�o contar com a van. O ve�culo ser� um patrim�nio p�blico e poder� ser usado em campanhas futuras. Al�m disso, o pr�mio da meta de cobertura j� est� valendo para todas as cidades.

De acordo com o secret�rio, estacionar o ve�culo em locais de grande circula��o, como pra�as e rodovi�rias, aumenta significativamente a ades�o das pessoas �s vacinas. “Temos o exemplo de Lagoa Santa, que, em uma semana do vacim�vel na pra�a, atingiu o mesmo n�mero de aplica��es que o registrado em um m�s em unidade b�sica de sa�de”, relatou.

acesso essencial  O infectologista Una� Tupinamb�s acredita que estrat�gias extramuros s�o importantes para aumentar a cobertura vacinal. “Cada vez mais, vemos pessoas sem condi��es de chegar aos postos por v�rios motivos: seja o hor�rio de trabalho, a dist�ncia ou qualquer outra raz�o. � importante ampliar o acesso e aumentar o hor�rio de funcionamento dos postos, levando unidades m�veis para o Centro ou periferias das cidades”, defende.

A vendedora Michelle Regina, de 40 anos, concorda e defende a abertura de postos nos fins de semana. “Tamb�m acho que a popula��o criou uma cultura de que algumas vacinas fazem mal. � preciso ter mais campanhas em meios de comunica��o mostrando que isso n�o � verdade”, diz. Como � m�e de dois filhos pequenos, ela diz que est� sempre atenta �s datas de vacina��o.

“Quando tenho que lev�-los para tomar vacina, aproveito e confiro se tenho que tomar alguma.” Ela tamb�m destaca a iniciativa de imuniza��o nas escolas como positiva para os pais. “Nem sempre os pais t�m tempo de levar as crian�as porque trabalham.” E sobre a baixa cobertura vacinal entre as crian�as, ela � taxativa. “S� n�o vacina os filhos quem n�o quer.”

Michelle afirma que est� com o cart�o de vacina��o em dia. Por�m, diz que n�o costuma se imunizar contra a influenza porque relaciona o imunizante a epis�dios gripais no passado.  Mesmo sabendo que a vacina � composta de um v�rus morto ou atenuado, ela diz que duas vezes que tomou o imunizante gripo mais e n�o sentiu o benef�cio. A �ltima vez foi h� sete anos. “Nas vezes em que me vacinei, notei que gripei muito mais. Ent�o decidi n�o tomar mais”.

No caso da vacinas contra influenza, o p�blico adulto priorit�rio inclui profissionais de sa�de e de outras �reas expostas, pessoas com comorbidades e idosos. Entre as crian�as, as que t�m entre 6 meses e 5 anos 11 meses e 29 dias. E em seu site, o Minist�rio da Sa�de garante:  “A vacina � composta por v�rus inativados, portanto, n�o pode induzir o desenvolvimento da doen�a. Como qualquer imunizante, ela estimula o sistema imunol�gico a produzir defesa.

Por isso, � poss�vel que a pessoa tenha uma sensa��o de dor no corpo ou eventual febre baixa. Al�m disso, sintomas podem ser decorrentes de uma gripe que j� tenha sido adquirida antes da vacina��o”. Outro ponto importante � que “est� comprovado que a vacina protege contra o desenvolvimento de pneumonias, diminui o n�mero de interna��es e reduz a mortalidade nessa popula��o”.

Coberturas em MG

O ideal � que a cobertura vacinal esteja acima de 90%. Em 2023, at� o momento, a cobertura para nove dos 18 imunizantes oferecidos na rede p�blica para o p�blico infantil � igual ou superior �s alcan�adas em 2022. Apesar disso, nenhuma vacina atingiu o �ndice recomendado (veja o quadro). Segundo a SES-MG, a tend�ncia deste ano � ultrapassar as coberturas registradas antes da pandemia, em 2019.

Entre os imunizantes destinados �s crian�as menores de um ano, em Minas Gerais, alguns est�o em torno de 10 pontos percentuais, ou at� mais, abaixo da meta estipulada pelas autoridades de sa�de. � o caso das vacinas contra rotav�rus humano (79,96%), meningoc�cica conjugada C (79,97%) e pneumoc�cica (81,15%). A cobertura � mais elevada, mas tamb�m abaixo da meta, para os imunizantes pentavalente e hepatite B (ambas com 84,97%), poliomielite (85,15%), febre amarela (88,57%) e BCG (89,88%).

J� na imuniza��o de crian�as a partir de um ano, o estado registrou este ano taxas ainda menores. No teto est� a cobertura para a primeira dose da tr�plice viral (86,85%), e no piso, a segunda dose do mesmo imunizante, com 68,06%. Por sua vez, os dados de cobertura para crian�as acima de 4 anos apontam baixa ades�o �s vacinas DTP, que protege contra difeteria, t�tano e coqueluche (69,03%) e contra a poliomielite (69,12%).

No pa�s

A baixa ades�o aos imunizantes n�o � um problema exclusivo de Minas Gerais. Em abril, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) divulgou uma lista com os pa�ses que tiveram as menores coberturas vacinais desde o fim da pandemia. O Brasil � o �nico da Am�rica do Sul a aparecer no ranking, que inclui o Afeganist�o, Angola, Camar�es, Chade, Coreia do Norte, Rep�blica Democr�tica do Congo, Eti�pia, �ndia, Indon�sia, Nig�ria, Paquist�o, Filipinas, Som�lia, Madagascar, M�xico, Mo�ambique, Myanmar,  Tanz�nia e Vietn�.

“No Brasil inteiro est� muito abaixo do esperado. As medidas anunciadas s�o sempre bem-vindas porque estamos em risco da volta de algumas doen�as graves, como a p�lio e o sarampo. Com certeza, � um movimento interessante para ampliar a prote��o”, afirma Una� Tupinamb�s.

Apesar de os n�veis preocupantes serem, principalmente, entre as crian�as, ele refor�a que toda a popula��o, inclusive os adultos, deve atualizar os cart�es de vacina. “A vacina��o � o melhor mecanismo de preven��o dessas doen�as, inclusive as que apresentam risco de voltar. Exemplo da import�ncia dos imunizantes � a COVID-19. Atualmente, estamos num momento de maior prote��o, porque houve grande ades�o � campanha”, conclui.

Postos extras e parcerias na capital

A Prefeitura de Belo Horizonte informa que ao longo de toda campanha de vacina��o contra a COVID-19, gripe e meningite foram abertos postos extras, pontos de drive-thru e feita a aplica��o de vacinas em centros de sa�de aos s�bados e, aos domingos, dentro do Movimento BH Mais Feliz.

Houve tamb�m a intensifica��o da imuniza��o contra a gripe e meningite, antes do encerramento dessas duas campanhas, ocorridas no fim de julho. As a��es foram feitas em dias e hor�rios diversos, inclusive com aplica��es no per�odo noturno, em shoppings e esta��es de �nibus, por exemplo. Segundo a PBH, a vacina contra a gripe tamb�m foi ofertada em mais 30 farm�cias parceiras.

Em rela��o � vacina��o em escolas, o Executivo municipal informa que foram aplicadas mais de 11 mil doses de vacinas na a��o. No momento, a Secretaria Municipal de Sa�de est� avaliando novas estrat�gias para ofertar os imunizantes em ambiente escolar, para aumentar a cobertura vacinal.

Al�m disso, para garantir que a popula��o mantenha a vacina��o em dia, os agentes comunit�rios de sa�de (ACS), durante as visitas domiciliares, verificam o cart�o de vacina��o, como forma de busca ativa. O objetivo � identificar e orientar as pessoas a respeito da import�ncia de manter o cart�o de vacina��o atualizado. A a��o de refor�ar a necessidade da vacina��o tamb�m � feita durante o atendimento nos centros de sa�de e por contato telef�nico, segundo a PBH.

O �rg�o refor�a ainda que a vacina��o contra a COVID-19 segue em andamento para os grupos j� convocados. O imunizante � aplicado em centros de sa�de e tamb�m em postos extras. J� com rela��o � vacina contra a gripe, mesmo com o encerramento da campanha no fim de julho, a prefeitura mant�m a aplica��o dos imunizantes remanescentes, enquanto durarem os estoques. Para as pessoas que ainda n�o se vacinaram, o imunizante estar� dispon�vel em todos os centros de sa�de da capital. Os endere�os e hor�rios de funcionamento das unidades podem ser verificados no portal da Prefeitura

Novo calend�rio

Nova edi��o do calend�rio de vacina��o da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) foi publicada ontem. O documento, elaborado pelos departamentos cient�ficos de Imuniza��es e de Infectologia da institui��o, traz orienta��es atualizadas para m�dicos, profissionais de sa�de e popula��o em geral a respeito da aplica��o de vacinas em crian�as e adolescentes, do nascimento at� os 19 anos.

A edi��o deste ano inclui a vacina Qdenga©, do laborat�rio Takeda, recentemente aprovada no Brasil para a preven��o da dengue e ainda n�o dispon�vel no SUS. O imunizante tem recomenda��o preferencial, podendo ser aplicado a partir de 4 anos at� 60 anos de idade, no esquema de duas doses com intervalo de tr�s meses entre elas. A vacina previne os quatro sorotipos do v�rus da dengue, sendo a �nica que pode ser aplicado em pessoas que nunca pegaram a doen�a.

Outra mudan�a, � a incorpora��o da vacina HPV9, que protege contra os nove tipos de papilomav�rus humano (HPV) e previne contra c�nceres do colo do �tero, da vulva, da vagina, da cavidade oral e do �nus; infec��es persistentes e les�es pr�-cancerosas ou displ�sicas; e verrugas genitais. 

Sociedade Mineira de Pediatria

Para Gabriela Ara�jo Costa, infectologista pedi�trica e diretora de comunica��o da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), os avan�os do calend�rio de vacina��o da Sociedade Brasileira de Pediatria comparando este ano de 2023 com 2022, "o primeiro fato que � importante a gente frisar � que essas recomenda��es dessa sociedade, por se tratarem de recomenda��es amplas tanto para o p�blico que utiliza a unidade b�sica de sa�de quanto para o p�blico que utiliza o servi�o suplementar de sa�de, v�o ocorrer diferen�as em rela��o ao calend�rio do Minist�rio da Sa�de. Ent�o, alguns dos avan�os que n�s vamos falar ainda n�o est�o dispon�veis no Programa Nacional de Imuniza��o. Cabe destacar aqui que o principal avan�o que a gente verificou neste calend�rio de 2023 � a inclus�o da vacina contra a dengue a partir dos 4 anos e a regulariza��o da vacina contra a COVID como uma rotina de imuniza��o da crian�a. Esses s�o os dois principais avan�os que a gente percebe, destacando novamente porque o calend�rio divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria n�o � exclusivo e n�o � par e passo com o do Minist�rio da Sa�de", explica. 

O outro avan�o pela especialista diz respeito a maior disponibilidade da vacina contra meningite ACWY neste ano de 2023. "A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que essa vacina seja dada para o adolescente que nunca recebeu duas doses, diferente do que estava sendo recomendado no ano anterior. Neste ano, v�rias campanhas ocorreram nas unidades b�sicas de sa�de ofertando a vacina contra a meningite ACWY para amplas faixas et�rias, na tentativa de imunizar o m�ximo de gente poss�vel com essa vacina. Existe uma vacina contra a meningite C, que � dada regularmente no programa nacional de humaniza��o para crian�as menores de um ano, com um refor�o na adolesc�ncia. Mas neste ano n�s observamos que essa vacina pelo programa nacional de humaniza��o esteve mais dispon�vel para v�rias outras faixas et�rias." 


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