Ip�s-amarelos transformam at� rodovias de Minas em jardim

O cor-de-rosa tomou conta das telas dos cinemas, mas, nas terras mineiras, quem manda agora � o amarelo. Nesta temporada de inverno, o ip� no tom do ouro, �rvore s�mbolo do Brasil, multiplica-se pela paisagem e espalha sua beleza na capital e no interior do estado, levando � contempla��o, e, claro, a muitas fotos e selfies.

“Eles chegaram com uma flora��o muito interessante. Est�o de encher os olhos. As estradas parecem ajardinadas. Os ip�s ficam em sincronia com as esta��es do ano: primeiro vem o rosa, depois o roxo e agora o amarelo. Vamos esperar pelo branco e depois pela chegada de outro tipo do rosa, que n�o perde tanto as folhas. Assim, fecha-se o ciclo da natureza”, explica o diretor do Museu de Hist�ria Natural e Jardim Bot�nico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o bot�nico e professor Jo�o Renato Stehmann.

 

Em BH, segundo Stehmann, predomina a esp�cie ip�-tabaco, com altura entre tr�s e quatro metros e pr�pria para a arboriza��o urbana por n�o atrapalhar a rede el�trica. H� tamb�m as esp�cies origin�rias do cerrado, com a copa mais aberta, e da mata atl�ntica, de grande porte, podendo ultrapassar 15m. As sementes do ip� s�o muito leves e se dispersam com o vento para gerar mudas.

Quem passa nas ruas da capital, mora nas cidades do interior ou percorre as estradas da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), pode contemplar um belo espet�culo da natureza. Na tricenten�ria Sabar� (RMBH), a harmonia das �rvores em flora��o exuberante com o patrim�nio colonial � mais do que o poema, e inspira a advogada, professora e servidora p�blica aposentada Virg�nia Granja Machado de Lima, em sua caminhada matinal.

“� um presente da natureza. Sol, luz e esse amarelo-ouro simbolizam um novo dia. Traz esperan�a”, diz Virg�nia, que aniversaria no pr�ximo dia 10 e j� se sente presenteada.

 

Ao passar diante da Igreja Nossa Senhora das Merc�s, no Centro Hist�rico, o aposentado Djalma Jorge dos Santos, tamb�m sabarense, demonstrou o mesmo entusiasmo. “Temos aqui um conjunto bonito, feito pela m�o humana e ‘obra’ da natureza.”

 

CEN�RIO Em BH, na Pampulha, h� ruas que abrigam a tonalidade cor do ouro, deixando ainda mais especial o conjunto moderno reconhecido como Patrim�nio da Humanidade. Neste ano, o cen�rio ganha mais aplausos pelas oito d�cadas do complexo arquitet�nico concebido por Oscar Niemeyer (1907-2012).

No estado, h� mais de 20 esp�cies de ip�s, que aparecem gradativamente at� o in�cio da primavera. Segundo dados da Associa��o Mineira de Defesa do Ambiente e da Prefeitura de Belo Horizonte, a capital conta com mais de 27 mil ip�s, o que corresponde a 9% das �rvores da cidade, que re�ne nove esp�cies.

Em Minas, o ip�-rosa � o mais abundante, com cerca de 9,6 mil �rvores. Em seguida, v�m o ip�-tabaco, com 6 mil plantas, e o amarelo, 2,8 mil. Natural do cerrado, da floresta amaz�nica e da mata atl�ntica, a �rvore floresce entre junho e outubro, de acordo com cada esp�cie, e fica totalmente desprovida de folhas quando as flores caem.