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Estado de Minas ARTE NA CAPITAL

Vaquinha salva arte em pr�dio do Centro de BH; restauro come�a nesta 2�

Obra de autoria do grafiteiro Comum foi pintada em 2018. Artista conseguiu financiar o custo dos reparos em uma campanha de arrecada��o on-line


15/10/2023 04:00 - atualizado 14/10/2023 19:59
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Imagem da empena do prédio que passará por reforma
A obra de arte completaria cinco anos sem altera��es, mas o pr�dio ter� que passar por reformas estruturais (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Pintada durante o Circuito Urbano de Arte (Cura), em 2018, na empena de um pr�dio na Rua da Bahia, no Centro de Belo Horizonte, a obra de arte do grafiteiro Andr� Machado, o Comum, passar� por um processo de restauro a partir de amanh�.

A obra “O Voo”, que mostra uma ‘escada humana’ de 65m de altura, completaria cinco anos no m�s que vem sem altera��es, mas, por quest�es t�cnicas e estruturais, o pr�dio passa reformas, e o condom�nio n�o poderia arcar com os custos de manuten��o da obra de arte.

Para manter sua arte exposta em um pr�dio no Centro da capital mineira, Comum resolveu buscar recursos para cobrir os custos por meio de uma campanha de arrecada��o on-line. “Eu tinha muito pouco tempo para conseguir esse dinheiro. Na minha planilha, o custo estava saindo em R$ 15 mil. Eu tinha seis dias para arrecadar esse dinheiro e, para a minha grata surpresa, a gente conseguiu arrecadar o valor em menos de 24 horas”, comemora.

Comum conta que entrou em contato com as pessoas respons�veis pelo condom�nio na tentativa de pedir alguma ajuda para executar a repintura da empena. “Fui correr atr�s de negociar com o condom�nio, saber o que eles poderiam fazer por mim. O condom�nio disponibilizou a estrutura de ‘balancinho’, que � aquele elevador que sobe e desce na fachada do edif�cio, uma das partes mais caras do processo de pintura”, explica.

Sobre a reforma, a previs�o de Comum � de que seja um trabalho relativamente r�pido, em torno de cinco a seis dias. No entanto, as condi��es clim�ticas precisam ajudar. Por quest�es de seguran�a, o processo de restauro deve acontecer apenas em tempo seco, sem chuvas.
Comum ressalta tamb�m que para a conserva��o das pinturas urbanas � preciso usar material de alta qualidade. Contudo, em um espa�o t�o grande, como essa empena que tem uma �rea superior a 500m², a deteriora��o acaba sendo natural.

“� preciso tomar algumas precau��es. A principal delas � a aplica��o de verniz e o uso de tinta linha premium. A qualidade da tinta conta muito nessa hora. Ent�o, usar um material de qualidade � uma forma de garantir uma longevidade maior. Inclusive, nessa repintura, eu vou usar um verniz mais eficiente. Mas, de forma geral, essa luta contra o tempo � muito ingrata”, enfatiza.

Por fim, o artista agradece a todas as pessoas que contribu�ram para que os recursos fossem levantados para cobrir os custos do restauro.

“� como se a empena come�asse do zero a vida �til dela. Queria manifestar minha gratid�o pelo apoio das pessoas, eu tinha confian�a que a gente ia conseguir juntar esse dinheiro, mas n�o que fosse t�o r�pido. Vejo isso como uma forma que a cidade est� legitimando esse trabalho, as pessoas est�o apoiando e compreendendo esse tipo de arte”, diz.
Obra de arte logo quando foi feita, com as cores vivas
Em 2018, ano que em que Comum pintou sua arte na empena do pr�dio da Rua da Bahia, com as cores vivas (foto: Jair Amaral/EM/D.A press)

Apoio do Cura

Esse projeto de restauro da arte exposta na empena do pr�dio na Rua da Bahia tamb�m contou com o apoio do Cura, o Circuito Urbano de Arte, respons�vel por edi��es de festivais e cria��o de mirantes de arte urbana desde 2017.

Em entrevista, a diretora art�stica do festival, Juliana Flores, explica que o Cura entra em contato com os pr�dios e atua nas pinturas junto aos artistas, por�m, eles n�o possuem recursos para realizar os reparos nas obras de arte.

“O Cura, por ser um festival que depende de captar recurso, aprovar projeto e tudo mais, a gente n�o tem esse or�amento de manuten��o das pinturas. A gente at� gostaria de fazer um projeto s� dessas repinturas das empenas, porque, com o passar dos anos, as pinturas v�o se deteriorando, e a gente queria muito que ficasse de forma mais permanente”, afirma.

A equipe do festival, ent�o, apoiou o projeto de Comum na parte mais t�cnica, com rela��o a contratos e quest�es burocr�ticas e tamb�m com a divulga��o nas redes sociais da campanha de arrecada��o que o artista estava realizando. Juliana elogiou as pessoas que puderam ajudar nas doa��es e falou sobre a import�ncia da manuten��o dessa arte para a cidade.

“Estou muito feliz com o quanto a cidade se mobilizou para apoiar essa repintura do Comum e isso mostra a import�ncia dessas obras de arte p�blica e como elas criam v�nculos afetivos com as pessoas. A gente ficou bem feliz com a repercuss�o e isso trouxe um alerta para a gente pensar sobre a preserva��o dessas obras.”


A diretora art�stica revela que, para este ano, o Cura estava concentrando seus esfor�os em um projeto na capital amazonense, Manaus. Levando a arte urbana para o Norte do pa�s, em agosto de 2023, eles produziram o Cura Amaz�nia.


A expectativa, segundo ela, � que haja uma edi��o em Belo Horizonte em meados de 2024, com um mirante 360° na Pra�a Raul Soares, �rea de atua��o do Cura desde 2021. Mas ainda existem algumas pend�ncias na capta��o de recursos para serem resolvidas.


“A gente j� aprovou o projeto nas leis de incentivo e estamos buscando patroc�nio com as empresas. � um projeto caro e a gente tem estudado tamb�m essa coisa de fazer campanha de arrecada��o, at� porque a gente sabe que o Cura � muito querido e que as pessoas t�m um carinho muito grande com as obras. Mas a gente ainda n�o definiu isso”, afirma.

 

*Estagi�riosob supervis�o do subeditor Edu Oliveira 


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