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Estado de Minas CASO RAFAELA

Caso Rafaela: MP denuncia delegado por omiss�o de acusa��es de ass�dio

Rafaela Drumond tirou a pr�pria vida no dia 9 de junho deste ano. O inqu�rito foi conclu�do e repassado ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais


18/10/2023 19:22 - atualizado 18/10/2023 19:24
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Rafaela Drumond, escrivã que tirou a própria vida em junho deste ano
Antes de morrer, Rafaela fez den�ncias de epis�dios de ass�dio e abuso sofridos por ela em delegacia (foto: Redes Sociais / Reprodu��oi)
Treze dias depois que o inqu�rito que apurou as causas da morte da escriv� Rafaela Drumond, que tirou a pr�pria vida em 9 de junho deste ano, foi finalizado, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais enviou o caso ao Juizado Especial Criminal de Caranda�, cidade onde os fatos aconteceram. No documento, o �rg�o pede o agendamento de audi�ncia preliminar contra o delegado Itamar Claudio Neto, que trabalhava na mesma delegacia que Rafaela. A den�ncia ao juizado foi enviada no dia 27 de setembro.
Assim como os investigadores do caso, o MPMG entendeu que Neto cometeu o crime de condescend�ncia criminosa. Quando o superior deixar, por indulg�ncia, de responsabilizar o subordinado que cometeu infra��o no exerc�cio do cargo ou, quando falte compet�ncia a ele, n�o levar o fato ao conhecimento da autoridade que a tenha. 

Rafaela era lotada em uma delegacia em Caranda�, na Regi�o do Campo das Vertentes, quando tirou a pr�pria vida. Meses antes do fato, ela enviou �udios para a fam�lia e amigos relatando situa��es de abuso e ass�dio por parte de colegas. Na �poca, os suspeitos de assedi�-la foram transferidos da unidade onde trabalhavam. Tanto para o Minist�rio P�blico, quanto para a Pol�cia Civil, o delegado respons�vel pela delegacia teria responsabilidades por n�o tomar provid�ncias disciplinares contra os envolvidos nas den�ncias. 

Como penalidade ao crime que o delegado foi acusado, o MPMG prop�s uma transa��o penal. Nesse caso, � colocado ao r�u uma forma de acordo de pena alternativa imediata. Ap�s o tempo determinado pelo �rg�o, o caso � arquivado. “As ofensas proferidas pelo investigador de pol�cia sofreram o efeito da decad�ncia por n�o terem sido adotadas, dentro do prazo, as provid�ncias exigidas por lei”, informou o �rg�o. 

Tanto o celular de Rafaela quanto v�deos enviados por ela aos amigos foram periciados. Nos �udios obtidos pela investiga��o, a escriv� relata situa��es de ass�dio moral e sexual, persegui��o, boicote e at� uma tentativa de agress�o f�sica por parte de um colega de trabalho. Em uma das mensagens, ela explica que n�o queria tomar provid�ncias em rela��o aos fatos por medo.

Afastamento 

No inqu�rito, a Pol�cia Civil tamb�m indiciou o investigador Celso Trindade de Andrade pelo crime de inj�ria. No entanto, o processo contra ele ser� descontinuado e arquivado, j� que o prazo para que se d� entrada judicial em crimes contra a honra, como a inj�ria, � de seis meses. A investiga��o apontou que os fatos ocorridos entre Celso e Rafaela aconteceram em 2022.

Celso e o delegado Itamar foram citados pela v�tima. Nos �udios vazados, que foram gravados pelo celular de Rafaela, ambos s�o citados como prov�veis autores dos ass�dios sofridos por ela. 
Primeiramente, ambos foram realocados para uma delegacia em Conselheiro Lafaiete. Mas, ap�s novos fatos que surgiram na investiga��o, como a inclus�o de uma nova testemunha dos ass�dios, que estaria trabalhando na nova cidade dos servidores, eles foram novamente transferidos. 

O delegado Itamar estava lotado na Delegacia de Belo Vale, e o investigador Celso foi enviado para a Delegacia de Congonhas. Este segundo, no �ltimo dia 18, pediu uma licen�a m�dica de 60 dias. O motivo n�o foi divulgado.

Relembre o caso

A escriv� Rafaela Drumond, de 31 anos, tirou a pr�pria vida em 9 de junho, na casa de seus pais no distrito de Ant�nio Carlos, na Regi�o do Campo das Vertentes. Ela trabalhava em uma delegacia em Caranda� e, meses antes do fato, enviou �udios para a fam�lia e amigos relatando situa��es de abuso e ass�dio por parte de colegas. O caso ainda est� sendo apurado pela Corregedoria-Geral da Pol�cia Civil de Minas Gerais. Os suspeitos de assediar a mulher foram transferidos da unidade em que trabalhavam, mas permanecem trabalhando.

Tanto o celular de Rafaela quanto v�deos enviados por ela aos amigos come�aram a ser periciados pela Pol�cia Civil. Nos �udios obtidos pela investiga��o, Rafaela relata situa��es de ass�dio moral e sexual, persegui��o, boicote e at� uma tentativa de agress�o f�sica por parte de um colega de trabalho. Em uma das mensagens, ela explica que n�o queria tomar provid�ncias em rela��o aos fatos por medo.

"N�o quis tomar provid�ncia porque ia me expor. Isso � Caranda�, cidade pequena. Com certeza ia se voltar contra quem? Contra a mulher. Eu deixei, prefiro abafar. Eu s� n�o quero olhar na cara desse bo�al nunca mais", narra.

Em outra grava��o, a escriv� disse estar cansada dos epis�dios, que se mostravam recorrentes. Os �udios teriam sido enviados em fevereiro, quatro meses antes da morte de Rafaela. "Eu nem contei para voc�s, porque, sabe, umas coisas que me desgastam. Quanto mais eu falo, mais a energia volta. Fiquei calada. Fiquei quieta, na minha, achando que as coisas iriam melhorar. Eu n�o incomodo muita gente, mas, enfim, agora chega", diz Rafaela, na grava��o.


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