
A paciente morreu, no dia 8 de maio deste ano, em Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas, ap�s ser submetida, segundo a pol�cia, a uma lipoaspira��o. “Ela saiu de casa para trabalhar como ela j� tinha realizado in�meros procedimentos ao longo de 12 anos de profiss�o”, enfatizou.
Lenoir criticou a atua��o da Pol�cia Civil, dizendo que o inqu�rito foi conduzido a “toque de caixas” para dar uma resposta � imprensa. Detalhes do indiciamento foram divulgados na ter�a-feira (24/10) em coletiva.
Tamb�m acusou a pol�cia de cercear aos jornalistas informa��es importantes para a elucida��o do caso. Uma delas � sobre a lidoca�na encontrada no corpo da paciente. Ele alega que o produto � um dos compostos do l�quido Klein – que tamb�m tem soro e bicarbonato - utilizado para anestesiar determinadas regi�es do corpo.
“Esse l�quido � usado por todos os profissionais da est�tica, sobretudo pelos biom�dicos. O m�dico-cirurgi�o, aquele que faz a lipoaspira��o, ele faz uma anestesia que � local ou geral, que � completamente diferente desse l�quido Klein”, argumentou.
Contradizendo a alega��o da per�cia da Pol�cia Civil, o advogado disse que as perfura��es no corpo de �ris n�o significam uma lipoaspira��o.
“O simples fato de a v�tima ter 12 pertuitos, que s�o pequenas inser��es na regi�o subcut�nea, demonstra que n�o houve lipoaspira��o. Uma lipoaspira��o � um procedimento muito complexo, o qual o m�dico faz quatro furos enormes e utiliza c�nulas enormes e uma m�quina enorme para fazer a aspira��o dessa gordura”, argumenta.
Lenoir mant�m a informa��o de que a paciente foi submetida a uma lipo laser que, em tese, n�o � invasiva e sem cortes.
“No caso da biomedicina, eles podem sim utilizar o laser para fazer o procedimento est�tico. E a� tem, sim, que fazer esses pequenos pertuitos, que a Lorena j� tinha realizado em diversas pessoas, para passar um fio de laser para fazer esse procedimento, que � autorizado pela biomedicina”, defende.

Primeiros socorros
O advogado voltou a dizer que a biom�dica prestou todo o atendimento necess�rio a paciente. “Como que uma pessoa que, supostamente, assume o risco de matar, presta os primeiros socorros para a v�tima e fica l� at� o final, inclusive ela foi presa em suposto flagrante delito”, afirma. A equipe da cl�nica acionou o Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu).
O advogado ainda relacionou o choque hemorr�gico �s tentativas de reanima��o da v�tima. “Ela foi massageada por mais de uma hora, seja pelo Samu ou pelos m�dicos que chegaram antes na cl�nica. Ent�o, � claro que ela teria v�rias hemorragias internas”, argumentou.
A paciente foi levada para a Sala Vermelha do Complexo de Sa�de S�o Jo�o de Deus (CSSJD) onde morreu cerca de 10 horas ap�s dar entrada.
“O que eu percebo da Pol�cia Civil � que eles encontram um suspeito e v�o atr�s de um culpado, sem analisar os diversos �ngulos que devem ser analisados com toda seriedade para a busca da verdade”, criticou.
Oculta��o de provas
O inqu�rito tamb�m concluiu que houve oculta��o de provas. V�deos de c�meras de seguran�a mostram o momento em que uma das funcion�rias de cl�nica chega a um estacionamento no centro da cidade.
No banco de tr�s, um dia ap�s o ocorrido, a pol�cia encontrou um saco preto com medicamentos, adrenalina, anest�sicos, soros usados para preenchimentos e bicarbonato, al�m de compressas sujas de sangue. Elas foram submetidas a an�lises que confirmaram se tratar do DNA da v�tima.
Em imagens do circuito interno do pr�dio onde funcionava a cl�nica � poss�vel ver um funcion�rio segurando um saco preto no momento em que a equipe do Samu chega.
Contudo, o advogado nega oculta��o de provas. “Durante toda aquela confus�o de retirar a v�tima do procedimento, Samu, a Pol�cia Militar foi acionada, a Pol�cia Civil. N�o teve prazo para ocultar nenhuma prova, para ocultar nenhum objeto”, alegou.
Causa da morte
De acordo com o m�dico-legista Jo�o Paulo Nunes “existe uma cadeia de eventos que levaram a morte da paciente”.
“Voc� tem traumatismo abdominal penetrante, com sinais evidentes de lipoaspira��o, choque hemorr�gico, intoxica��o anest�sica, conduzindo a uma parada cardiorrespirat�ria, ela contribuiu de forma decisiva para essa aspira��o e desfecho do �bito”, afirmou.
“Voc� tem traumatismo abdominal penetrante, com sinais evidentes de lipoaspira��o, choque hemorr�gico, intoxica��o anest�sica, conduzindo a uma parada cardiorrespirat�ria, ela contribuiu de forma decisiva para essa aspira��o e desfecho do �bito”, afirmou.
Lenoir contestou e afirmou que a v�tima tomava cloridrato de paroxetina. “Por que o m�dico legista em momento algum explora isso? Que a paroxetina em conjunto com a lidoca�na poderia causar um mal s�bito na v�tima?”, indagou. O advogado afirma que a informa��o foi repassada pelo marido de �ris.
A pol�cia diz n�o haver nenhuma prova de que a paciente usava ansiol�tico.
Lenoir diz esperar uma conclus�o diferente do Minist�rio P�blico. “N�o � assim que se faz justi�a”, declarou. Caber� ao �rg�o oferecer ou n�o a den�ncia contra a biom�dica.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
