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Estado de Minas

L�bia: Entre amizade e interesses econ�micos, Berlusconi aposta na prud�ncia


postado em 22/02/2011 15:20

(foto: AFP PHOTO / ANDREAS SOLARO )
(foto: AFP PHOTO / ANDREAS SOLARO )

"Amizade" entre dois homens, interesses econ�micos cruciais e press�es sobre a imigra��o: a It�lia de Silvio Berlusconi tem sido prudente em rela��o a Muamar Kadhafi, j� que o pa�s pode perder muito com uma eventual mudan�a de regime na L�bia, consideraram especialistas.

"A It�lia est� preocupada j� que os efeitos ser�o bem mais diretos e imediatos l� do que em outros pa�ses", se Kadhafi tiver que deixar o poder, explicou � AFP Ettore Greco, diretor do Instituto de Rela��es Internacionais em Roma.

Os la�os entre a L�bia e a It�lia foram refor�ados ap�s a assinatura, em agosto de 2008, de um acordo que buscava "consertar" mais de trinta anos de coloniza��o italiana (1911-1942). Berlusconi havia, ent�o, apresentado as desculpas do pa�s e se comprometido a investir US$ 5 bilh�es em compensa��es, na forma de investimentos feitos pelos pr�ximos 25 anos.

Depois, a It�lia se tornou a principal parceira comercial da L�bia.

E, segundo o jornal Il Sole 24 Ore, o valor das a��es pertencentes � L�bia na It�lia subiu para 3,6 bilh�es de euros, passando pelo banco UniCredit, pela Finmeccanica e ainda pelo clube de futebol de Turim Juventus.

L�bia, "aliada da It�lia"

Al�m disso, "a L�bia � uma aliada da It�lia, cooperou com a pol�tica de limita��o da imigra��o ilegal", relembrou Andrea Margeletti, diretora do centro de estudos internacionais. Segundo ela, "uma interfer�ncia da parte da It�lia n�o ser� apreciada".

O "tratado de amizade" compreende, de fato, uma cl�usula sobre extradi��o de imigrantes l�bios, que levou, segundo as autoridades italianas, a redu��o em mais de 90% dos desembarques clandestinos na It�lia.

"O relacionamento � igualmente forte no plano pol�tico, o que explica a extrema prud�ncia da atual coaliz�o" de direita na It�lia, resumiu Ettore Greco.

No s�bado, quando foram registradas as primeiras v�timas dos conflitos na L�bia, Silvio Berlusconi havia afirmado que "n�o queria incomodar" Kadhafi.

Na segunda-feira, em Bruxelas, o ministro italiano das Rela��es Exteriores, Franco Frattini, defendeu o comedimento, explicando que a Europa n�o deveria "exportar democracia". E, na noite do mesmo dia, Berluscondi condenou o "uso inaceit�vel da viol�ncia contra a popula��o".

"Antes tarde do que nunca... Seu sil�ncio parecia uma aposta arriscada, sem d�vida insuficiente para proteger nossos interesses e certamente contr�rio aos valores de nossa democracia", escreveu o editor do Corriere della Sera, Gian Antonio Stella. Segundo ele, "a discri��o de Berlusconi nos distanciou dos Estados Unidos, Gr�-Bretanha, Fran�a e Alemanha".

Mais severo ainda, o Il Sole 24 Ore acusou Roma de "ter dado a Kadhafi a visibilidade de um astro do rock". "Perdoamos tudo que ele fez", lamentou o jornal econ�mico.

Outros comentaristas n�o deixaram de relembrar a recep��o real feita a Kadhafi em Roma, os "salamaleques" do Cavaliere (Berlusconi), que beijou a m�o do l�der l�bio, as trocas de presentes e ainda os esc�ndalos suscitados pelas travessuras deste �ltimo. Como algu�m convertido ao islamismo poderia ter convidado centenas de jovens mulheres selecionadas por uma ag�ncia de acompanhantes?

Mas para Ettore Greco, esses la�os devem, pelo contr�rio, levar a It�lia a se envolver mais. Para ele, "a It�lia foi muito prudente, quando podia ter desempenhado um papel mais importante".


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