
O primeiro produtor mundial de petr�leo que possui muitas diferen�as com o restante das sociedades �rabes, tamb�m tem com elas in�meros pontos em comum.
Como o Egito ou a Tun�sia, a Ar�bia Saudita conta com uma grande popula��o de jovens - 38% dos sauditas t�m 14 anos ou menos, segundo n�meros da CIA.
Como outros jovens �rabes, a juventude saudita utiliza mais e mais as redes sociais. Foi atrav�s do Facebook que foram organizadas as manifesta��es da semana passada no leste do pa�s. Tamb�m no Facebook, eles fazem apelo a um "dia revolucion�rio" na pr�xima sexta-feira e cr�ticas aos pr�ncipes idosos.
Petr�leo
A renda do petr�leo � distribu�da desigualmente no pa�s, com 40% da popula��o mergulhada numa relativa pobreza. E o aumento dos pre�os, principalmente dos alimentos, agravou as frustra��es.
A estabilidade observada at� ent�o viria da capacidade demonstrada pela monarquia de "controlar" o pa�s, administrando em conjunto a autoridade religiosa e a ajuda econ�mica, mantendo a m�o de ferro dos servi�os de seguran�a.
"A maior parte dos descontentes com o que acontece no pa�s e a a��o do governo n�o dirigem sua c�lera contra o rei ou a fam�lia real. Isto faz uma grande diferen�a" com os epis�dios vividos por Ben Ali, Mubarak ou Kadhafi, destaca para a AFP Christopher Boucek, da Funda��o Carnegie.
Ningu�m quer revolu��o
Os sauditas comuns querem mais liberdade pol�tica e transpar�ncia, insiste ele, mas "ningu�m pede uma verdadeira revolu��o".
A opini�o � partilhada por Anthony Cordesman, diretor de estudos do Centro de Estudos Estrat�gicos e Internacionais (CSIS), apesar de visualizar numerosos fatores de risco.
O especialista enumerou para a AFP os cen�rios de uma crise poss�vel: tens�es entre xiitas e sunitas, m� administra��o da peregrina��o a Meca, esc�ndalo envolvendo a fam�lia real, crise de sucess�o...
"Nada disso � prov�vel", afirma ele, destacando os 36 bilh�es de d�lares em despesas p�blicas decididas pelo rei Abdullah na esperan�a de suavizar as tens�es.
A monarquia, disse Cordesman, "n�o apenas tentou ocultar um problema com dinheiro. O an�ncio foi refor�ado por uma d�cada de gastos sociais em massa. Foram criados empregos, atividades. A monarquia ocupou-se da educa��o, da sa�de e dos servi�os fornecidos pelo governo. Isto n�o os imuniza (contra uma crise maior), mas trabalharam muito bem".
Uma desestabiliza��o da Ar�bia Saudita, que produz um barril de petr�leo em quatro do total absorvido pelo mundo, mudaria "o modo como o globo funciona", avalia George Friedman numa an�lise da ag�ncia privada Stratfor.
Um aumento dos pre�os da energia seria, certamente, devastador para a retomada econ�mica mundial.
Segundo o ministro brit�nico Alan Duncan, o pre�o do barril do bruto (105 d�lares quarta-feira) poderia atingir 250 d�lares se os extremistas bombardeassem reservat�rios, oleodutos ou reservas sauditas.
"O tipo de especula��o que se seguiria a perturba��es na Ar�bia Saudita ou no Ir� (...) se somaria ao imprevisto, porque os operadores se poriam a estocar petr�leo", observava no final de fevereiro Michael Levi, do Conselho de Rela��es Exteriores (CFR), em artigo no Financial Times intitulado "Preparem-se para um novo choque do petr�leo saudita".