H� apenas dois meses em T�quio, o embaixador do Brasil no Jap�o, Marcos Bezerra Abott Galv�o, viveu nesta sexta-feira o pior terremoto da hist�ria recente do pa�s. Os tremores registraram 8,9 graus na escala Richter. Segundo ele, a sensa��o � “estranh�ssima”. Mas Galv�o afirmou � Ag�ncia Brasil que est� mais tranquilo ao saber que n�o h� registros de v�timas entre os 254 mil brasileiros que moram em territ�rio japon�s.
A seguir, os principais trechos da entrevista do embaixador � Ag�ncia Brasil:
Ag�ncia Brasil – Como est� a situa��o agora no Jap�o?
Marcos Bezerra Abott Galv�o - Houve um terremoto de 8,9 graus na escala Richter, considerado de grande intensidade at� para os padr�es japoneses cujo limite � de 7 graus, seguido de um maremoto. Foi uma sequ�ncia de abalos muito forte e de uma for�a extraordin�ria e quase incompreens�vel. Algo sem precedentes no Jap�o que constantemente passa por tremores. O �ltimo boletim aponta para 36 mortos, 43 desaparecidos e 132 feridos. Em qualquer outro lugar do mundo certamente os dados seriam mais assustadores porque h� toda uma estrutura preparada para os terremotos. H� cerca de uma hora n�o se sentem mais abalos s�smicos por aqui.
ABr – Qual � a sensa��o que se tem de viver um terremoto dessa magnitude?
Galv�o – Eu estava saindo da resid�ncia oficial para um compromisso [o terremoto ocorreu por volta das 14h46, hor�rio de T�quio] quando houve o terremoto. � uma sensa��o estranh�ssima. A gente sente a terra tremer inteira com uma for�a sem igual. Isso tudo com um barulho imenso, uma esp�cie de ronco, que brota da terra. Mas tamb�m � extraordin�rio observar como os japoneses, a sociedade e as autoridades lidam com tudo com tranquilidade.
ABr – H� uma preocupa��o com os brasileiros que moram no Jap�o, uma vez que a comunidade � imensa. Como eles est�o?
Galv�o – H� 254 mil brasileiros morando hoje no Jap�o. N�s, na embaixada, e os tr�s consulados estamos em contato permanente com a comunidade, e n�o h� informa��es de v�timas. Isso porque o terremoto e o maremoto ocorreram em uma regi�o onde h� poucos brasileiros – no Nordeste do Jap�o. A concentra��o da comunidade brasileira � no Sul do pa�s.
ABr – H� um temor no Brasil por causa das informa��es de falta de comunica��o e problemas no Jap�o em decorr�ncia do terremoto, como ficam os parentes que querem ter not�cias de quem vive em territ�rio japon�s?
Galv�o – N�s, na embaixada em T�quio, estamos em regime de plant�o de emerg�ncia para prestar esclarecimentos e informa��es. Vamos passar a noite aqui na embaixada. At� porque h� problemas na comunica��o por telefone e internet em v�rias regi�es do pa�s. O metr�, os trens e os avi�es n�o funcionam. Os aeroportos est�o fechados. Por isso estamos aqui.
ABr – As autoridades japonesas est�o prestando algum apoio � Embaixada do Brasil no Jap�o?
Galv�o – Sim. Logo ap�s o terremoto, o Minist�rio das Rela��es Exteriores do Jap�o entrou em contado com a embaixada para se colocar � disposi��o. Houve perguntas sobre a comunidade brasileira, os funcion�rios e mais o estado geral dos edif�cios da embaixada e dos consulados. Por sorte, n�o houve danos. Tamb�m h� disposi��o do governo japon�s em fornecer informa��es sobre eventuais brasileiros v�timas do terremoto.
ABr – O senhor j� falou com o chanceler Antonio Patriota e o Itamaraty. Quais s�o as orienta��es do Brasil?
Galv�o – As orienta��es s�o muito claras: estar � disposi��o da comunidade brasileira e das fam�lias de quem mora no Jap�o. A ideia � manter na embaixada o regime de plant�o de emerg�ncia para prestar informa��es e esclarecimentos.