
Um terremoto de magnitude 8,9, o mais forte jamais observado no Jap�o, abalou nesta sexta-feira o nordeste do pa�s, seguido de tsunami - as ondas de v�rios metros de altura que lamberam o litoral do Pac�fico, fazendo numerosos mortos e desaparecidos.
Em seguida ao tremor, a maior parte dos pa�ses do Pac�fico, da Oceania � Am�rica Latina, emitiram alertas de tsunami, mas nenhuma dano significativo foi observado at� o momento fora do arquip�lago nip�nico.

As autoridades da Calif�rnia tamb�m ordenaram nesta sexta-feira a retirada de centenas de pessoas. As evacua��es foram organizadas em cinco condados litor�neos, que come�aram a ser tocados pelas ondas 12 horas depois da ocorr�ncia do tremor no Jap�o, informou Tina Walker, porta-voz da Ag�ncia p�blica de Gest�o de Situa��es de Emerg�ncia.
Ondas de dez metros
No Jap�o, ondas de dez metros de altura quebraram no litoral da prefeitura (Estado) de Sendai enquanto vagas de sete metros atingiram a vizinha Fukushima, segundo a imprensa local.
J� um novo terremoto de 6,6 graus de magnitude atingiu, por volta das 04h locais de s�bado (16h de sexta-feira em Bras�lia), a regi�o montanhosa de prefeitura de Niigata, no noroeste do Jap�o, anunciou a emissora de r�dio e televis�o NHK.
A ag�ncia de not�cias Kyodo informou, por sua vez, que n�o havia um novo alerta de tsunami.
O primeiro n�mero oficial de v�timas divulgado pela pol�cia nacional falava em pelo menos 40 mortos e 39 desaparecidos, e 244 pessoas feridas. Mas come�aram a subir rapidamente para mais de 1.000 mortos, provavelmente, segundo a ag�ncia de not�cias Kyodo.
200 a 300 corpos
A ag�ncia de not�cias Jiji relatou que 200 a 300 corpos foram descobertos numa praia de Sendai, na prefeitura de Miyagi, nordeste.
Tamb�m em Sendai, um navio com cerca de cem pessoas a bordo foi levado pelas �guas, ignorando-se o destino dos seus ocupantes .
Dois trens um deles de passageiros, com um n�mero desconhecido de pessoas a bordo, tamb�m desapareceu na prefeitura de Miyagi ap�s ter sido engolido por uma onda de dez metros, segundo a ag�ncia de not�cias Kyodo, citando a pol�cia.
Um segundo trem teria desaparecido na prefeitura (Estado) de Iwate (nordeste), anunciou a ag�ncia de not�cias Jiji, sem precisar se se trataria de uma composi��o de passageiros ou de carga.
O comboio de dois vag�es circulava na prefeitura de Iwate quando a companhia JR East perdeu contato com ele, informou a Jiji.
As devasta��es "foram de uma propor��o t�o intensa que n�o tivemos tempo de reunir todos os elementos", informou um dirigente.

Destrui��es consider�veis
O governo se prepara para "destrui��es consider�veis". Despachou imediatamente navios e soldados para participar das opera��es de socorro, assim como avi�es para observar a situa��o no local.
O governador da prefeitura vizinha de Fukushima ordenou agora � noite, hora local, a evacua��o de 2.000 pessoas que moram num raio de 2 km em torno da central nuclear Fukushima No 1.
O minist�rio da Ind�stria informou que os 11 reatores nucleares da regi�o pararam automaticamente.
Um come�o de fogo foi observado no pr�dio onde fica a turbina da central nuclear de Onagawa situada em Miyagi. No entanto, n�o foi registrado nenhum vazamento radiativo nesta instala��o nem nos outros s�tios nucleares atingidos, segundo as autoridades.
As televis�es nip�nicas divulgavam ao vivo imagens de casas inundadas, de navios emborcados, de viaturas submersas pelas �guas. Uma onda de lama e de destro�os seguiu em grande velocidade atrav�s de campos e estradas, devastando tudo a sua passagem. Em alguns lugares, a �gua penetrou at� cinco quil�metros pelo interior.
O mais forte do Jap�o
O abalo, de magnitude 8,9, segundo o Instituto de Geof�sica americano (USGS), que o havia, antes, avaliado em 7,9, depois em 8,8, aconteceu �s 14h46 (2h46 de Bras�lia) a 24,4 km de profundidade e a uma centena de quil�metros ao longo da prefeitura de Miyagi.
Segundo a Ag�ncia Meteorol�gica nip�nica, trata-se do mais forte sismo jamais registrado no Jap�o
"Fomos sacudidos com tanta viol�ncia que foi preciso nos agarrarmos a alguma coisa para n�o cair", contou uma funcion�ria da municipalidade de Kurihara, a mais duramente tocada desta prefeitura.
"N�o pudemos deixar o pr�dio porque os abalos se sucediam", disse ela por telefone � AFP.
Em T�quio, a cerca de 380 km do epicentro, os arranha-c�us, constru�dos sobre estruturas parass�smicas especiais, balan�aram durante longos minutos.
Um teto desabou num pr�dio do centro de T�quio, onde 600 estudantes participavam de uma cerim�nia de diploma��o, fazendo numerosos feridos, segundo os bombeiros e a m�dia local.
Milh�es nas ruas
Nos edif�cios, os elevadores pararam automaticamente, enquanto milh�es de pessoas corriam nas ruas.
Dezenas de inc�ndios foram observados na capital, onde h� muitos feridos.
Na regi�o de T�quio, uma refinaria de petr�leo estava em chamas em Iichihara.
O aeroporto internacional de Narita, a cerca de 50 quil�metros a leste de T�quio, suspendeu o tr�fego por v�rias horas, anunciando, � noite, que as opera��es recome�avam progressivamente.
Os transportes ferrovi�rios e rodovi�rios tamb�m foram interrompidos em grande parte do arquip�lago, em particular em T�quio e sua regi�o, bloqueando milh�es de pessoas que tomaram de assalto os hot�is da cidade, ou tentavam chegar as suas casas a p�.
Os trens expressos Shinkansen pararam em todo o nordeste e as estradas da regi�o de T�quio foram fechadas alguns minutos ap�s o terremoto.
Tamb�m na capital nip�nica, quatro milh�es de lares estavam sem eletricidade.
Tremores secund�rios de forte pot�ncia, com magnitude superior a 6, e at� 7, foram registrados em seguida e sentidos at� na capital.
Hist�rico
O Jap�o, situado na conflu�ncia de quatro placas tect�nicas, sofre anualmente cerca de 20% dos tremores mais fortes recenseados na Terra.
Em 1923, a cidade de T�quio havia sido devastada por um sismo maior, que fez 140.000 mortes.
Mais recentemente, em 1995, o sismo de Kobe (oeste) fez mais de 6.400 mortos.