A a��o militar ocidental contra a L�bia come�ar� nas pr�ximas horas, com a Fran�a sendo o primeiro pa�s a participar dos ataques a�reos, segundo informou nesta sexta-feira um representante do governo franc�s.
O porta-voz franc�s e ministro do Or�amento, Francois Baroin, disse � r�dio RTL que a a��o militar ocorrer� "rapidamente... nas pr�ximas horas". Ele afirmou que isto n�o se trata de uma ocupa��o, mas sim de uma ajuda as for�as de oposi��o ao regime do l�der l�bio, coronel Muamar Kadafi.
O an�ncio ocorreu depois que o Conselho de Seguran�a da ONU aprovou, nessa quinta-feira, resolu��o que estabelece uma zona de exclus�o a�rea na L�bia e autoriza “todas as medidas necess�rias” para proteger civis de ataques das for�as de Kadafi.
A resolu��o recebeu dez votos a favor e nenhum contra, mas cinco pa�ses - incluindo China e R�ssia, membros permanentes do Conselho, e o Brasil - se abstiveram.
Segundo o correspondente da BBC em Paris Christian Fraser, a Fran�a pode enviar � L�bia jatos Mirage que est�o posicionados em bases militares na ilha da C�rsega.
Fraser diz ainda que outros avi�es franceses posicionados na costa do Mediterr�neo, com ajuda de sistemas a�reos de alerta e controle, t�m sido enviados a miss�es espec�ficas 24 horas por dia desde quinta-feira da semana passada.
O presidente franc�s, Nicolas Sarkozy, j� defendia ataques "cir�rgicos" nos bunkers de controle e nos sistemas de radar de Kadafi. No entanto, segundo Fraser, a Fran�a n�o descarta realizar bombardeios contra for�as l�bias em terra.
O correspondente da BBC afirma que a participa��o da Fran�a nestas a��es � uma grande vit�ria pol�cia de Sarkozy, cujo governo havia sido criticado por n�o apoiar o levante popular na Tun�sia.
Estados Unidos
Concentradas na cidade de Benghazi, no leste do pa�s, for�as contr�rias a Kadafi comemoraram o an�ncio da ONU, ao passo que um porta-voz do governo l�bio condenou a “agress�o”.
A resolu��o, de n�mero 1.973, foi proposta por Gr�-Bretanha, Fran�a e L�bano e contou com apoio dos EUA.
O ministro franc�s de Rela��es Exteriores, Alain Juppe, apresentou a proposta, dizendo que “na L�bia, por v�rias semanas, a vontade do povo tem sido alvejada... pelo coronel Kadafi, que est� atacando seu pr�prio povo”. “N�o podemos chegar tarde demais”, disse Juppe.
Segundo a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, a “resolu��o deve enviar uma forte mensagem ao coronel Kadafi e seu regime de que a viol�ncia deve parar, a matan�a deve parar e o povo da L�bia deve ser protegido e ter a oportunidade de se expressar livremente”.
Voto brasileiro
Ao lado de China, �ndia, R�ssia e Alemanha, o Brasil se absteve na vota��o. Ao justificar a decis�o, a embaixadora brasileira na ONU, Maria Luisa Viotti, disse que o gesto "n�o deve de maneira alguma ser interpretado como endosso do comportamento das autoridades l�bias ou como neglig�ncia para com a necessidade de proteger a popula��o civil e respeitarem-se os seus direitos".
Segundo Viotti, "o Brasil � solid�rio com todos os movimentos da regi�o que expressam suas reivindica��es leg�timas por melhor governan�a" e leva em conta "o chamado da Liga �rabe por medidas en�rgicas que d�em fim � viol�ncia, por meio de uma zona de exclus�o a�rea".
No entanto, a embaixadora afirma que "o texto da resolu��o em apre�o contempla medidas que v�o muito al�m desse chamado. N�o estamos convencidos de que o uso da for�a como disp�e o par�grafo operativo 4 (OP4) da presente resolu��o levar� � realiza��o do nosso objetivo comum – o fim imediato da viol�ncia e a prote��o de civis."
Ainda segundo Viotti, o Brasil teme que a��es militares exacerbem tens�es e fa�am "mais mal do que bem aos pr�prios civis com cuja prote��o estamos comprometidos".
"Muitos analistas ponderados notaram que importante aspecto dos movimentos populares no Norte da �frica e no Oriente M�dio � a sua natureza espont�nea e local", diz ela.
Kadafi
A vota��o em Nova York ocorreu no mesmo dia em que Kadafi fez um discurso em que amea�ou lan�ar uma ofensiva contra a cidade de Benghazi.
No pronunciamento, o l�der disse que a “hora da decis�o chegou”. “O assunto foi decidido… n�s estamos indo (para Benghazi).”
Segundo Kadafi, os opositores que largarem as armas ser�o anistiados, mas “n�o haver� miseric�rdia nem compaix�o” com os restantes. Ele afirmou que suas for�as “resgatariam” o povo de Benghazi de “traidores” e “filhos de c�es”.
Segundo relatos, as tropas leais a Kadafi, que v�m avan�ando rumo ao leste da L�bia nos �ltimos dias, est�o a cerca de 130 km ao sul de Benghazi.
Nesta quinta-feira, muitos avi�es do regime bombardearam o aeroporto da cidade. Segundo testemunhas, opositores derrubaram ao menos duas das aeronaves.