(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cessar-fogo de Kadafi complica inten��o da Fran�a; entenda


postado em 18/03/2011 20:37 / atualizado em 19/03/2011 12:44

Soldado pró-Kadafi posa em foto de quarta-feira: como Kadafi disse obedecer ao cessar-fogo, situação complicou para a Europa(foto: REUTERS/Ahmed Jadallah)
Soldado pr�-Kadafi posa em foto de quarta-feira: como Kadafi disse obedecer ao cessar-fogo, situa��o complicou para a Europa (foto: REUTERS/Ahmed Jadallah)

O cessar-fogo declarado por Kadafi complicou o �mpeto de guerra liderado pela Fran�a e pelo Reino Unido. Segundo a ag�ncia americana Stratfor, a determina��o da Europa em atacar a L�bia j� n�o era muita. Se Kadafi dificultar a observa��o de que est� matando civis, ou se os governos ocidentais se recusarem a verificar o cessar-fogo, a justificativa pol�tica para a guerra se enfraquece, e Londres e Paris ficam com menos apoio da opini�o p�blica para bombardear o norte da �frica.

Mesmo se decidirem seguir adiante com o plano de uma zona de exclus�o a�rea na L�bia, ainda existem muitas complica��es.

Na quinta-feira, o Conselho de Seguran�a da ONU aprovou uma resolu��o que demanda um cessar-fogo e autoriza os membros da organiza��o a tomar "todas as medidas necess�rias" para proteger a popula��o civil da L�bia, salvo uma for�a de ocupa��o. Assim, as pot�ncias ocidentais podem for�ar uma zona de exclus�o a�rea no pa�s.

O QUE � UMA ZONA DE EXCLUS�O A�REA?

Soldado posa com tatuagem de Kadafi(foto: REUTERS/Ahmed Jadallah)
Soldado posa com tatuagem de Kadafi (foto: REUTERS/Ahmed Jadallah)
Uma zona de exclus�o ocorre quando uma pot�ncia com superioridade a�rea restringe voos em um determinado pa�s para mitigar ou impedir um conflito ou crise humanit�ria. Sua aplica��o n�o � f�cil nem autom�tica - argumento usado pela R�ssia antes da vota��o no Conselho. Imp�r uma zona de exclus�o exige identificar e destruir as defesas anti-a�reas do inimigo, de modo que os avi�es da pot�ncia possam voar livremente.

Num conflito como o da L�bia, no qual armas anti-a�reas j� ca�ram nas m�os dos rebeldes, identificar quais s�o pr�-Kadafi e quais est�o com o lado que o Ocidente quer proteger � crucial para salvar vidas.
Como lembrado por George Friedman, da ag�ncia Stratfor, os radares anti-a�reos l�bios podem estar pr�ximos a escolas, hospitais e outros pontos sens�veis.
H� um outro problema. A zona de exclus�o n�o impede o avan�o das for�as de Kadafi por terra.

QUEM VOTOU A FAVOR DA RESOLU��O?

Dez dos quinze membros do Conselho de Seguran�a votaram a favor da resolu��o de quinta-feira, incluindo tr�s membros permanentes (EUA, Fran�a, Reino Unido), os tr�s membros africanos (�frica do Sul, Gab�o, Nig�ria) e o patrocinador �rabe do projeto, o L�bano. Os outros cinco membros n�o votaram contra, mas se abstiveram - dois permanentes (China, R�ssia), uma pot�ncia europeia relutante em usar a for�a (Alemanha) e duas pot�ncias emergentes (Brasil e �ndia). Os tr�s �ltimos s�o candidatos a futuras vagas permanentes no Conselho.

Situado no Mediterrâneo, país tem dois vizinhos cujos líderes renunciaram recentemente (Tunísia e Egito), e cultiva relações próximas com a Itália(foto: Reprodução / Stratfor)
Situado no Mediterr�neo, pa�s tem dois vizinhos cujos l�deres renunciaram recentemente (Tun�sia e Egito), e cultiva rela��es pr�ximas com a It�lia (foto: Reprodu��o / Stratfor)


O QUE FOI FEITO ANTES?

Em 26 de fevereiro, sob a presid�ncia do Brasil, o Conselho de Seguran�a aprovou por unanimidade uma resolu��o impondo um embargo de armas � L�bia, encaminhando o caso para o Tribunal Penal Internacional, e impondo algumas san��es a autoridades do governo Kadafi, dentre outras medidas.

A L�bia foi expulsa da Liga �rabe e tamb�m do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

QUEM LIDERA A OPOSI��O CONTRA KADAFI?

Mustafa Abdul Jalil � o l�der do chamado Conselho de Transi��o Nacional, reconhecido pela Fran�a e pela Liga �rabe como o leg�timo governo da L�bia. Jalil foi ministro da Justi�a do governo Kadafi.

O QUE EST� EM JOGO?

No curto prazo, petr�leo e imigrantes. A situa��o � preocupante para pa�ses como a It�lia, mais pr�ximos e com mais v�nculos. Cerca de 15% da produ��o da estatal italiana ENI se d� no pa�s africano. O ministro das Rela��es Exteriores da It�lia, Franco Frattini, disse esperar que 200 a 300 mil imigrantes deixem a L�bia caso o governo Kadafi caia. Por�m, como obter petr�leo e conter a imigra��o ainda ser�o de interesse da It�lia num governo p�s-Kadafi, Berlusconi est� contribuindo com o esfor�o de guerra cedendo bases a�reas.

No longo prazo, � importante a posi��o da L�bia sobre grupos jihadistas. Kadafi obteve certa simpatia do Ocidente ao combater grupos terroristas em anos recentes, mas, com os recentes desdobramentos, seu governo chegou a dizer que se juntaria � Al-Qaeda, que tanto dizia detestar.

O precedente que se estabelecer na L�bia � fundamental para a estabilidade do Oriente M�dio. Se os governos da regi�o chegarem � conclus�o de que as pot�ncias ocidentais sempre estar�o a favor dos rebeldes (como foi o caso na Tun�sia, no Egito, e agora, na L�bia), podem revisar sua pol�tica de alian�as e preferir a aproxima��o com China ou R�ssia, por exemplo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)