O governo japon�s sugeriu nesta sexta-feira que os moradores num raio de 20km a 30km da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no leste do pa�s, deixem suas casas de forma volunt�ria.
Segundo Yukio Edano, porta-voz do governo, a medida � para facilitar o acesso destas pessoas a produtos de primeira necessidade, e n�o tem rela��o com a quest�o da seguran�a ou contamina��o radioativa. “A distribui��o de produtos est� afetada e isso dificulta a sobreviv�ncia por um longo per�odo de tempo”, disse Edano a jornalistas.
Segundo a ag�ncia de not�cias Kyodo, as empresas de distribui��o alegaram que motoristas t�m medo de se expor � radia��o e por isso resistem a ser enviados ao local.
O governo japon�s garantiu total assist�ncia e colocou � disposi��o transporte e abrigo.
No entanto, Edano afirmou que n�o h� inten��o de expandir a �rea de evacua��o, que at� o momento � de 20km de dist�ncia da usina nuclear.
Problemas na usina
Era neste local que trabalhavam os dois t�cnicos que foram internados quinta com queimaduras nas pernas causadas por raios beta. Eles continuam no hospital.
O material radioativo encontrado, segundo as autoridades, � 10 mil vezes maior que o n�vel normal. Isto pode significar que houve danos na c�pula, canos, v�lvulas ou mesmo no n�cleo do reator.
Segundo a ag�ncia de seguran�a nuclear do Jap�o, um exame rigoroso est� sendo realizado para encontrar a causa do poss�vel vazamento.
O porta-voz da Tepco, Hidehiko Nishiyama, disse que n�o h� dados, como n�vel de press�o, que indique um poss�vel dano no n�cleo do reator. “Ainda � incerto como o vazamento aconteceu”, disse � imprensa.
Na China, dois turistas japoneses que sa�ram de T�quio foram internados com alto n�vel de radia��o. Ainda n�o se sabe como eles foram contaminados, j� que disseram que n�o chegaram perto da prov�ncia de Fukushima.
Segundo o governo chin�s, os dois est�o num hospital especializado e foram feitos testes nas malas e roupas que detectaram n�veis “seriamente acima do normal”.
Duas semanas
Passadas duas semanas ap�s o terremoto e o tsunami que atingiu o Jap�o, o trabalho de recolhimento de corpos continua. Os mortos j� chegam a 10 mil mortos, emquanto 17.440 pessoas est�o desaparecidas.
Pelo menos 250 mil pessoas vivem em abrigos do governo. O temor agora � de um poss�vel aumento de casos de doen�as, j� que na regi�o mais atingida o frio continua intenso.
O governo estima que 18 mil casas foram completamente destru�das pelo tsunami e que outras 130 mil sofreram danos. A reconstru��o deve custar aos cofres p�blicos cerca de US$ 309 bilh�es (R$ 509 bilh�es).
�gua com radia��o
Outro problema � o n�vel de radia��o na �gua encanada da regi�o metropolitana de T�quio. Na capital, as autoridades dizem que j� n�o h� mais perigo, mas em outras �reas continua alto o n�vel de contamina��o.
Por causa disto, os japoneses correram novamente aos supermercados e lojas de conveni�ncia e agora est� dif�cil achar �gua mineral nas prateleiras.
Para n�o causar mais p�nico, o governo est� distribuindo garrafas de �gua mineral para fam�lias que t�m crian�as pequenas e tamb�m para creches e jardins de inf�ncia.
A contamina��o de alimentos tamb�m preocupa os japoneses. Os moradores de Fukushima foram orientados a n�o consumir 11 tipos de vegetais e leite.
Isto tamb�m afetou as exporta��es japonesas. V�rios pa�ses, como Cingapura, China, Hong Kong, R�ssia, Canad�, Filipinas, Austr�lia e Estados Unidos j� vetaram a importa��o de produtos japoneses