O ex-chefe do governo alem�o Helmut Kohl (1982-1998) acrescentou tens�o nesta sexta-feira ao clima pol�tico alem�o, ao contradizer publicamente a chanceler Angela Merkel em rela��o � energia nuclear, logo depois de ela enfrentar cr�ticas sobre a administra��o das crises na L�bia e na zona do euro.
A crise nuclear no Jap�o "� capaz de mudar o mundo, mas n�o precisa nos paralisar, n�o deveria distorcer nossa vis�o da realidade", disse o ex-chanceler Kohl, 80 anos, em um editorial publicado pelo jornal alem�o Bild.
"Nada mudou para a Alemanha. A cat�strofe no Jap�o n�o tornou a energia nuclear alem� mais perigosa que antes", disse.
Merkel, "protegida" de Kohl at� que ela contribuiu para acabar com a carreira pol�tica dele com um not�rio editorial publicado em 1999, classificou os problemas do Jap�o e de sua usina de Fukushima como uma "hora da virada" para o mundo inteiro.
Na semana passada, ela suspendeu por tr�s meses uma decis�o anterior que ampliava o funcionamento das usinas nucleares alem�s e fechou temporariamente sete reatores antigos que precisavam de revis�o.
Apesar de a usina nuclear ser amplamente impopular, o an�ncio feito por Merkel gerou cr�ticas, com uma pesquisa mostrando que 70% dos eleitores pensaram que a decis�o era "eleitoreira", �s v�speras do prosseguimento �s elei��es regionais no domingo.
Coment�rios atribu�dos ao ministro da economia publicados no jornal Sueddeutsche Zeitung aparentemente confirmaram tais suspeitas.
Os coment�rios de Rainer Bruederle foram feitos em um encontro da federa��o industrial BDI, e Werner Schnappauf, diretor-geral da BDI, pediu demiss�o nesta sexta-feira.
Nas elei��es de domingo, as pesquisas indicam que a Uni�o Democrata Crist� (CDU), de Merkel, pode perder poder em Baden-Wuerttemberg depois de 58 anos no comando desse rico estado, sendo a energia nuclear a principal quest�o levada em conta pelos eleitores.
Nas elei��es em Baden-Wuerttemberg, a coaliz�o nacional de Merkel, o Partido Liberal (FDP), n�o conseguiu votos suficientes para garantir assentos no parlamento estadual.
Um destino semelhante deve ocorrer no domingo, em outra elei��o, no estado controlado pelo SPD Ren�nia-Palatinadoe, oeste da Alemanha, acrescentando press�es sobre o l�der do FDP, Guido Westerwelle, vice-chanceler e ministro das Rela��es Exteriores.
Os principais benefici�rios podem ser o partido ambientalista Greens, Verdes, que ganhou grande apoio � sua oposi��o � energia nuclear.
O Greens, junto com o SPD, foram autores da decis�o alem� de uma d�cada atr�s de desligar os �ltimos de seus reatores nucleares por volta de 2020. No ano passado, Merkel adiou esse prazo para at� os anos 2030.