Uma rara manifesta��o de centenas de universit�rios da S�ria terminou em viol�ncia nesta segunda-feira, quando for�as de seguran�a agrediram e prenderam v�rios manifestantes que gritavam por liberdade e unidade no pa�s. A S�ria enfrenta semanas de protestos contra o governo, apesar da repress�o oficial.
V�deos divulgados na internet mostram o que parecem ser policiais � paisana agredindo manifestantes, enquanto estes marchavam dentro do c�mpus da Universidade de Damasco. Um ativista em contato com os estudantes confirmou a grava��o.
As manifesta��es come�aram na S�ria h� mais de tr�s semanas e ganham for�a, com dezenas de milhares de pessoas pedindo reformas no regime autorit�rio do presidente Bashar al-Assad. Mais de 170 pessoas j� foram mortas na repress�o aos protestos, segundo grupos pelos direitos humanos.
Com o n�mero de mortes aumentando, por�m, outros na comunidade internacional fizeram cr�ticas. A Fran�a condenou duramente a viol�ncia hoje, qualificando-a como "inaceit�vel" e pedindo reformas imediatas. "Reforma e repress�o s�o incompat�veis", afirma um comunicado do Minist�rio das Rela��es Exteriores da Fran�a.
Um porta-voz do governo alem�o, Steffen Seibert, criticou a cont�nua repress�o aos manifestantes. O secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse a Assad, em conversa por telefone, que estava "bastante perturbado" pelos relatos de viol�ncia. Segundo Ban, a morte de manifestantes pac�ficos � inaceit�vel e deve ser investigada.
A maioria das manifesta��es na S�ria at� agora ocorreu fora da capital. O fato de estudantes se reunirem em Damasco hoje sugere que os manifestantes ganham for�a. Um ativista disse que a maioria dos estudantes no protesto era de Deraa, cidade do sul que tem sido o epicentro da viol�ncia, e da cidade portu�ria de Banias - 300 quil�metros a noroeste da capital, Damasco -, onde quatro estudantes foram mortos ontem.
Hoje, cerca de 2 mil pessoas foram ao funeral das quatro v�timas segundo testemunhas, gritando que "a morte � melhor que a humilha��o". Os militares entraram em Banias nesta manh�, tomando posi��es em �reas estrat�gicas, por�m o Ex�rcito se retirou horas depois e manteve posi��es nas proximidades.
Segundo uma testemunha, escolas e lojas estavam fechadas em Banias por causa do temor de mais confrontos. A fonte disse que a ida do Ex�rcito foi recebida com al�vio, pois os militares n�o atuam como as "gangues contratadas pelo regime".
O governo atribui a viol�ncia no pa�s a gangues. Ontem, a televis�o estatal afirmou que assassinos mataram nove soldados em uma emboscada perto de Banias. O suposto ataque aos militares n�o pode ser confirmado por fontes independentes, pois o governo imp�s restri��es severas � cobertura e muitos jornalistas, inclusive da Associated Press, receberam ordens para deixar o pa�s.
Assad realizou aberturas para tentar conter os protestos, incluindo substituir funcion�rios locais e conceder nacionalidade s�ria a milhares de curdos, uma minoria longamente esquecida. Mas os gestos n�o satisfizeram os manifestantes, que exigem liberdades pol�ticas e o fim das leis de emerg�ncia em vigor h� d�cadas.
Ontem, Assad ordenou a liberta��o de 191 detentos presos nas �ltimas semanas durante protestos no sub�rbio da capital de Douma, onde 12 pessoas foram mortas a tiros na �ltima sexta-feira. As informa��es s�o da Associated Press.