A publica��o de um telegrama diplom�tico confidencial e a divulga��o de conversas, gravadas em segredo, de um diplomata venezuelano no Peru destacam novamente a liga��o entre o candidato presidencial Ollanta Humala e o governo da Venezuela durante as elei��es de 2006.
Humala, ex-oficial militar de 48 anos e l�der de um movimento nacionalista de esquerda, est� numa disputa acirrada pela presid�ncia do Peru com a conservadora Keiko Fujimori, de 35 anos, filha do ex-presidente Alberto Fujimori.
Ap�s o apoio de Hugo Ch�vez na corrida presidencial de 2006, Humala tornou-se mais moderado nesta campanha e trabalha para se distanciar do l�der venezuelano. Apesar disso, os la�os anteriores continuam a prejudicar o apoio a Humala na atual campanha eleitoral.
Um telegrama de 2005 da embaixada dos Estados Unidos em Lima, divulgado pelo WikiLeaks, cita o soci�logo peruano Jaime Antesana dizendo que Humala disse a ele que o governo da Venezuela pagou uma pesquisa de opini�o para o l�der nacionalista. Antesana, que trabalhava para uma ag�ncia norte-americana na �poca, negou recentemente ter feito a declara��o.
Doa��o
O jornal El Comercio tamb�m disse que, no in�cio de 2005, seus rep�rteres investigativos ficaram sabendo de uma suposta doa��o de US$ 100 mil feita em 2001 por grupos ligados a Ch�vez ao movimento pol�tico dirigido por Humala e seu irm�o, Antauro Humala, que atualmente est� preso.
Na segunda-feira, o El Comercio publicou uma reportagem reproduzindo transcri��es de conversas de um ex-diplomata venezuelano no Peru Virly Torres, que menciona contatos entre funcion�rios da embaixada e Humala e sua mulher, Nadine Heredia, que � secret�ria internacional do partido de Humala, o Gana Peru. Essas conversas foram gravadas como parte de uma s�rie de intercepta��es feitas por uma empresa privada e que terminaram nas m�os da Justi�a, informou o jornal.
Um outro telegrama confidencial americano de 2005 divulgado pelo WikiLeaks cita um funcion�rio do governo peruano dizendo que naquela �poca "Ch�vez e o presidente cubano Fidel Castro est�o pressionando a uni�o de Humala e dos partidos de esquerda". Humala tem liga��o com diplomatas cubanos em Lima e foi a Havana em 2006, onde passou por uma cirurgia. Durante a viagem, ele se encontrou com o ex-presidente cubano, Fidel Castro.
Erro
No fim de semana, Humala disse que foi um erro ter se ligado t�o proximamente a Ch�vez em 2006. Nesta ter�a, ele afirmou � r�dio RPP que pol�ticos sempre fazem reuni�es com diplomatas e que "� pura especula��o" o suposto financiamento venezuelano de sua campanha.
O ministro de Rela��es Exteriores do Peru, Jose Antonio Garcia Belaunde, disse na noite de segunda-feira que o governo tinha ci�ncia das atividades do diplomata Virly Torres, e o declarou persona non grata. O ex-primeiro-ministro Pedro Pablo Kuczynski, que concorreu no primeiro turno da elei��o presidencial deste ano, disse recentemente que Humala recebeu recursos da Venezuela antes da elei��o de 2006 e que o dinheiro havia entrado no Peru por rotas diplom�ticas.
O Instituto para Estudos Estrat�gicos Internacionais, sediado em Londres, divulgou recentemente um e-mail enviado por Ra�l Reyes - l�der das For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia morto no Equador em 2008 - por volta de 13 de julho de 2006 no qual se l�: "Eles (o governo Ch�vez) investiram recursos na campanha presidencial de Ollanta Humala no Peru, mas eles perderam, embora este homem tenha o apoio de um importante setor pol�tico-eleitoral".
O ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, em 10 de abril, disse ao jornal Washington Post na semana passada que nesta campanha "os brasileiros fornecem as ideias pol�ticas, mas o dinheiro vem de Ch�vez". As informa��es s�o da Dow Jones.