
Dois dias depois de ser libertado, sem o pagamento de fian�a, pela Justi�a norte-americana, o ex-diretor-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn voltou a estar em alta no seu pa�s natal. Segundo pesquisa feita pela consultoria Harris Interactive, 60% dos eleitores de esquerda da Fran�a querem o seu retorno � pol�tica. o levantamento foi divulgado ontem pelo jornal Le Parisien.
A pesquisa ouviu mil franceses com idade acima de 18 anos. Entre o p�blico em geral, quase a metade — 49% — deseja que Strauss-Kahn retorne � cena pol�tica. Outros 45% s�o contra. Antes da sua pris�o, em 14 de maio, sob a acusa��o de ter abusado sexualmente da camareira de um hotel em Nova York, o ex-diretor-gerente do FMI era tido como o principal advers�rio para enfrentar o presidente Nicolas Sarkozy nas elei��es de 2012.
O levantamento tamb�m mostrou que os simpatizantes de esquerda n�o t�m certeza sobre se Strauss-Kahn deveria participar da disputa de 2012. A propor��o de esquerdistas franceses que defendem que o Partido Socialista adie o prazo para o registro de candidaturas prim�rias, previsto para 13 de julho, cai dos 60% que querem o retorno imediato de Strauss-Kahn � pol�tica para 51%. Entre a popula��o em geral, 49% dos entrevistados acham que o Partido Socialista n�o deve adiar o prazo.
Ponta-cabe�a
Mesmo com a reviravolta no caso — agora os jornais norte-americanos j� especulam que a camareira em quest�o � uma prostituta, que trocava favores sexuais com os h�spedes do hotel por elevada quantia — o futuro de Strauss-Kahn � incerto. Pelo menos at� 18 de julho, quando ele ter� que se apresentar � corte em Nova York para mais uma audi�ncia. Seus advogados acreditam que conseguir�o derrubar todas as acusa��es e que Strauss-Kahn sair� livre da hist�ria.
Alguns analistas apostam que, caso o sistema de justi�a dos estados unidos aceite derrubar todas as acusa��es contra Strauss-Kahn, ele teria condi��es de se apresentar para a disputa, j� que os candidatos t�m at� meados de mar�o do ano que vem para se inscrever na elei��o de 22 de abril. Outros, no entanto, acreditam que como Strauss-Kahn teve a vida dilacerada no epis�dio, ficando claro o seu perfil mulherengo e o seu estilo de vida luxuoso, o dano de imagem � irrecuper�vel e uma candidatura � Presid�ncia da Fran�a em 2012 improv�vel.
Golpe
Jornais norte-americanos est�o agora investindo pesado em descobrir quem, de fato, � a suposta v�tima de Strauss-Kahn. O New York Post j� est� insinuando que a africana de 32 anos que trabalhava como camareira no sofisticado Hotel Sofitel teria aplicado um golpe no todo-poderoso do FMI. Ela saberia quem era o h�spede ilustre e s� teria feito a den�ncia depois que se negou a pag�-la.
A situa��o da camareira come�ou a mudar depois que os promotores de justi�a de Nova York descobriram v�rias mentiras e contradi��es no depoimento. A mulher mentiu para conseguir asilo nos Estados Unidos em 2004, e faltou com a verdade novamente sobre o que ocorreu depois da suposta agress�o no quarto 2806. Ela tamb�m teria feito declara��o falsa sobre um segundo filho para enganar as autoridades fiscais.