O novo chefe do governo italiano presidido pelo tecnocrata Mario Monti, que obteve nesta sexta-feira o voto de confian�a do Parlamento, iniciar� com uma s�rie de encontros com autoridades europeias reformas para tirar a It�lia da crise da d�vida.
Apoiado por uma in�dita e ampla maioria no Parlamento, Monti espera contar com o apoio da Uni�o Europeia assim como dos l�deres da Fran�a, Nicolas Sarkozy, e da Alemanha, Angela Merkel, para colocar em andamento um pacote de medidas que exigir�o "o sacrif�cio" dos italianos, baseadas no "rigor, crescimento e igualdade", segundo Monti explicou. Depois de ter recebido na quinta-feira a confian�a do Senado, Monti foi ratificado no cargo pela C�mara dos Deputados, com 556 votos a favor em um total de 617 deputados presentes. Ao ser confirmado no cargo pelo Parlamento, Monti, 68 anos, que foi por dez anos comiss�rio europeu, anunciou que manter� uma reuni�o "a tr�s" na pr�xima quinta-feira em Estrasburgo (Fran�a) com o presidente franc�s e a chanceler alem� para analisar a crise do euro. "Trata-se de um encontro informal, de muito trabalho", explicou Monti, que afirmou que na ter�a-feira visitar� Bruxelas para almo�ar com o presidente da Comiss�o Europeia, Jos� Manuel Dur�o Barroso, ap�s o qual se reunir� com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Na coletiva de imprensa, Monti advertiu tamb�m que "em breve" dever� tomar decis�es "n�o agrad�veis" para a It�lia. O novo chefe de governo assegurou tamb�m que seu gabinete de governo, formado apenas por tecnocratas, assume seu dever "com humildade" e dever� servir para "um desarmamento tempor�rio" do tenso clima pol�tico italiano, por conta da dura oposi��o ao controverso governo de seu predecessor, Silvio Berlusconi, marcado pelos esc�ndalos sexuais e judiciais. O novo governo liderado por Monti conta com seis mulheres como ministras, tr�s delas para pastas-chave como Interior, Justi�a e Trabalho e Igualdade, uma novidade para o pa�s. Consciente do desafio que tem pela frente, respeitando seu estilo s�brio, oposto ao de seu predecessor, o ex-comiss�rio europeu apresentou um programa para que a It�lia recupere a credibilidade como terceira pot�ncia econ�mica da Europa e inicie uma profunda "moderniza��o" das estruturas sociais. "Meu governo espera chegar �s elei��es" em 2013, admitiu Monti diante dos deputados, ap�s afirmar que n�o permanecer� no poder "nem um dia a mais", caso perca a confian�a do Parlamento". "A It�lia tem uma tarefa quase imposs�vel de realizar, mas conseguiremos", reconheceu pouco antes de pedir a confian�a "n�o cega, mas vigilante" do Parlamento. O primeiro-ministro negou que represente os "fortes poderes" e contou que o mundo dos neg�cios dos Estados Unidos o considerava como o equivalente de "Saddam Hussein, uma esp�cie de ditador", quando se op�s como comiss�rio europeu encarregado da competi��o � fus�o de poderosos bancos americanos. Para enfrentar a mais dif�cil crise da Europa ap�s a Segunda Guerra Mundial, Monti, que se ocupar� tamb�m da pasta de Economia, prometeu acelerar a aplica��o das medidas adotadas no n�vel europeu para garantir a estabilidade financeira e o crescimento da Zona Euro. No n�vel interno, com o objetivo de reduzir a colossal d�vida p�blica de 1,9 trilh�o de euros (120% do PIB), que corre o risco de levar o pa�s � bancarrota, o economista quer reformar o sistema previdenci�rio assim como o mercado de trabalho. "Seu maior problema ser�o os partidos pol�ticos e os sindicatos", afirmou James Walston, professor da Universidade Americana de Roma, que reconheceu que o estilo sombrio do professor poder� benefici�-lo. "N�o quer o poder pol�tico nem estar no centro das aten��es como Berlusconi", comentou. A nova era da It�lia foi elogiada por editorialistas e l�deres de esquerda, que festejam "o fim de 17 anos de pol�tica porn�-comercial", como disse Nichi Vendola, governador de esquerda de Pullas.