A presidente argentina, Cristina Kirchner, receber� hoje de si mesma a faixa e o bast�o presidenciais, em uma cena protagonizada at� agora somente pelos reeleitos Juan Domingo Per�n, em 1952, e Carlos Menem, em 1995. Cristina iniciar� seu segundo mandato, que concluir� em dezembro de 2015, sem chances constitucionais de tentar nova reelei��o.
Cristina assume com amplo poder, conseguido com os 54,1% dos votos obtidos nas elei��es presidenciais de outubro, al�m de iniciar o mandato com maioria - gra�as a parlamentares pr�prios e aliados - no Senado e na C�mara.
Entre os 24 governadores das prov�ncias, Cristina ter� a obedi�ncia direta de 19. Com apoios ocasionais de outros 3, somente dois governadores - Maur�cio Macri, do Distrito Federal de Buenos Aires, e Cl�udio Poggi, de San Luis - representam a oposi��o. Macri diz que pretende evitar confrontos com a presidente.
Na C�mara de Deputados, a presidente Cristina - que comanda a Frente pela Vit�ria, uma sublegenda do Partido Justicialista (peronista) - contar� com 115 parlamentares pr�prios, al�m de 20 aliados. Portanto, ela ter� 135 deputados (6 cadeiras a mais do n�mero necess�rio para o qu�rum, de 129 cadeiras). Encerra-se a fase dos �ltimos dois anos, quando o governo ficou em minoria.
Cristina herdar� do governo anterior - isto �, dela mesma - uma s�rie de problemas econ�micos. A equipe da �rea permanecer� praticamente a mesma, � exce��o do ministro da Economia - j� que o ocupante dessa pasta, Amado Boudou, ser� seu vice-presidente.
Desde as elei��es, em 23 de outubro, a presidente afastou-se dos sindicatos - o hist�rico suporte pol�tico dos governos peronistas - e aproximou-se do empresariado, com o qual havia tido uma rela��o tensa desde sua posse, em 2007.