A S�ria confirmou nesta quinta-feira a primeira deser��o de um de seus embaixadores, mas recebeu mais uma vez o apoio da R�ssia, que rejeitou um projeto de resolu��o apresentado � ONU pelos ocidentais. Enquanto isso, o ministro franc�s das Rela��es Exteriores, Laurent Fabius, anunciou que o general Manaf Tlass, que havia desertado na semana passada, entrou em contato com a oposi��o s�ria. Nesta quinta-feira, a viol�ncia j� registrava 45 mortos em todo o pa�s. Na quarta-feira � noite, o embaixador s�rio no Iraque, Nawaf Fares, anunciou a sua deser��o em uma mensagem de v�deo divulgada pela rede Al-Jazeera, do Qatar. Ele tamb�m pediu ao Ex�rcito s�rio que "se una imediatamente � revolu��o". O Minist�rio s�rio das Rela��es Exteriores anunciou que "Nawaf Fares foi destitu�do de suas fun��es", considerando que suas declara��es � imprensa na v�spera eram "contr�rias ao seu dever, que consiste em defender as posi��es e a causa de seu pa�s". "Ele deve, por isso, ser julgado pela justi�a e levado ao conselho disciplinar", acrescentou o minist�rio.
Ao comentar essa deser��o, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, considerou que h� todos os dias "cada vez mais ind�cios de que Assad est� prestes a perder o controle". Desconfian�a dos militantes Segundo Bagd�, Fares est� no Qatar, um emirado hostil ao governo de Bashar al-Assad, que reprime violentamente h� cerca de 16 meses um movimento de contesta��o. Sua deser��o representa um novo golpe contra o regime s�rio, alguns dias depois da de Manaf Tlass, um general pr�ximo do presidente Assad. Nawaf Fares, um sunita, come�ou como policial antes de trabalhar para os temidos servi�os de intelig�ncia, para depois se tornar um dos l�deres do partido Baath, governador e, por fim, diplomata. Essa trajet�ria suscita a desconfian�a dos militantes. "Sei que esse homem � um criminoso", afirmou o presidente do Observat�rio S�rio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman. "� muito parecido com a hist�ria de Manaf Tlass (...), os servi�os de intelig�ncia ocidentais procuram selecionar personalidades que possam ser utilizadas por um per�odo transit�rio", considerou. Um militante de Hama (centro) se apresentando como Abu Ghazi, compatrilha da mesma opini�o: "as pessoas est�o muito desconfiadas sobre as motiva��es que o levaram a desertar. Talvez (...) a comunidade internacional e o regime procurem formar um governo consensual e essa deser��o fa�a parte deste cen�rio". Em Paris, o chanceler franc�s disse saber que existe "uma proximidade entre a oposi��o e (o) general" Tlass e que "contatos foram feitos neste sentido", sem confirmar se Manaf Tlass se encontra atualmente em Paris. Projeto "inaceit�vel" No plano diplom�tico, a R�ssia, forte aliada de Damasco, classificou de "inaceit�vel" o projeto de resolu��o sobre a S�ria apresentado na quarta-feira � ONU pelos ocidentais, amea�ando impor seu veto caso o plano fosse submetido a vota��o no Conselho de Seguran�a nesta quinta-feira. "Seu projeto n�o � equilibrado", s�o impostas obriga��es apenas ao governo s�rio, e, por isso, � "inaceit�vel", declarou o vice-ministro russo das Rela��es Exteriores, Guennadi Gatilov, citado pela ag�ncia de not�cias Interfax. J� os Estados Unidos amea�aram n�o prolongar o mandato da miss�o de observadores da ONU na S�ria (Misnus) se o Conselho n�o utilizar as san��es como meio de press�o sobre Bashar al-Assad, segundo diplomatas. Em seu texto, europeus e americanos d�o dez dias para que o regime de Damasco retire suas tropas e armas pesadas das cidades rebeldes, sob pena de san��es econ�micas. No terreno, a viol�ncia causou a morte de pelo menos 45 pessoas, incluindo nove em um violento ataque contra uma aldeia da regi�o de Hama, segundo o OSDH. "As for�as do governo bombardearam Treimsa com tanques e helic�pteros", afirmou a ONG, indicando que ao final dos combates, elas haviam penetrado na localidade. A organiza��o Rep�rteres sem fronteiras (RSF) condenou o assassinato de dois jornalistas-cidad�os. Suhaib Dib, um estudante, foi assassinado no dia 4 de julho pelas for�as de ordem em Al-Meliha (sub�rbio de Damasco), e Omar al-Ghantawi foi morto em 21 de junho por um franco-atirador em Homs (centro), segundo a ONG. A RSF pediu a liberta��o de todos os jornalistas presos na S�ria. A ONG Human Rights Watch suspeita que Damasco utilize bombas com submuni��es de fabrica��o sovi�tica na regi�o de Hama.