Enquanto o mundo observa atentamente o desenrolar das elei��es presidenciais nos Estados Unidos, uma disputa tamb�m indefinida em torno de quem leva o controle do Senado movimenta a pol�tica norte-americana. Os eleitores de 33 estados escolher�o, hoje, 33 senadores — o n�mero representa a renova��o de um ter�o da casa. O grupo se juntar� aos 77 parlamentares do Senado. Atualmente, o Partido Democrata, do presidente Barack Obama, det�m a maioria das cadeiras: 53 no total. O Partido Republicano, do candidato Mitt Romney, possui 47 assentos. Na C�mara dos Representantes (equivalente � C�mara dos Deputados), as 435 cadeiras s�o renovadas a cada dois anos. Tudo indica que os republicanos continuar�o com a maioria na casa. Assim como no Brasil, o Legislativo dos EUA � o respons�vel pela aprova��o das leis, incluindo aquelas propostas pela Casa Branca.
O quadro eleitoral do Senado neste ano, por�m, aparentemente beneficia a oposi��o. Isso porque da composi��o atual da Casa, 37 republicanos continuam com seus mandatos, enquanto somente 30 democratas prosseguem no cargo. Largando atr�s, de acordo com c�lculos feitos pela imprensa local, os democratas elegeriam 10 candidatos com folga, o que resultaria em 40 assentos. J� os republicanos, mesmo com a imin�ncia de reeleger apenas tr�s senadores de forma s�lida, ficariam com 42. As taxas de reelei��o no Congresso americano, historicamente, ficam acima de 90%.
Em oito estados, o panorama pol�tico permanece indefinido. Indiana e Massachusetts, dois dos mais populosos do pa�s, est�o nesta lista. Em Indiana, o impasse na corrida ao Senado contou com a ajuda do candidato republicano, Richard Mourdock, ao fazer declara��es pol�micas a respeito do estupro na reta final da campanha. No fim de outubro, ele afirmou que a gravidez provocada por um estupro � obra da vontade divina. Diante do coment�rio infeliz – explorado, inclusive, na campanha presidencial de Obama para atacar Romney –, o candidato democrata no estado Joe Donnelly tenta colher os frutos junto ao eleitorado.
Proje��o Para o professor de rela��es internacionais da Universidade de Bras�lia Antonio Ramalho, que acompanha as elei��es americanas, a maioria dos candidatos nos EUA que buscam uma cadeira no Senado pretende se projetar nacionalmente, de olho na candidatura em elei��es presidenciais futuras. Segundo ele, a quest�o federativa norte-americana � muito mais forte do que a brasileira. "Vale muito mais o interesse do estado. Aqui no Brasil isso se mescla com a influ�ncia da regi�o, do partido pol�tico, se � da base aliada ou n�o �. L�, n�o ocorre de um senador abrir espa�o para um suplente, por exemplo", afirma.
Ramalho lembra que o vice-presidente eleito dos EUA acumula a fun��o de presidente do Senado, o que aproxima os papeis do Executivo e do Legislativo. Mas como o vice n�o � um senador, s� vota em caso de empate. "Com a maioria na Casa, um partido nomeia com mais facilidade cargos nas comiss�es. Os candidatos � Presid�ncia dos Estados Unidos sabem que n�o governam sem o Senado. Por isso, se empenham nas suas campanhas", explica.