Caracas – O presidente da Venezuela, Hugo Ch�vez, dois dias depois de regressar de Havana, voltou ontem a Cuba, onde se submeter� a uma nova cirurgia contra o c�ncer, o que deixa seu pa�s diante de um futuro incerto, depois que ele levantou pela primeira vez uma poss�vel incapacita��o para governar e designou o vice-presidente, Nicol�s Maduro, como seu sucessor. A quarta interven��o cir�rgica de Ch�vez desde meados de 2011 vai ocorrer nos pr�ximos dias na capital cubana, onde Ch�vez tratou quase exclusivamente um c�ncer do qual se desconhece a localiza��o e a gravidade.
Ch�vez, que geriu tudo relacionado a sua doen�a como um segredo de Estado, disse apenas no fim da noite de s�bado, em rede nacional de televis�o, que sofria de uma nova reincid�ncia, que a interven��o era “absolutamente imprescind�vel” devido ao aparecimento de c�lulas malignas na mesma regi�o onde o c�ncer est� localizado. O presidente, de 58 anos e h� 14 no poder, solicitou ontem � Assembleia Nacional permiss�o para se ausentar do pa�s por mais de cinco dias e por um tempo indefinido.
Uma convoca��o popular foi realizada ontem no Centro de Caracas para que seus simpatizantes expressem seu apoio ao presidente, cuja popularidade � superior a 60%. Durante a madrugada de ontem, muitos de seus seguidores mostraram pelo Twitter sua solidariedade com o l�der que est� � frente do pa�s com as maiores reservas de petr�leo no mundo. A guerrilha colombiana das For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia(Farc) tamb�m expressou sua solidariedade e apoio ao presidente venezuelano, fazendo “votos pela pronta recupera��o do comandante bolivariano”, a quem desejou “sa�de e uma longa vida”.
O VICE Nicol�s Maduro, o eventual sucessor, um ex-motorista de �nibus, pode vir a ser o encarregado de dar continuidade ao projeto chavista no pa�s. Portando quase sempre um sorriso por tr�s de seu farto bigode, Maduro parece ser imbu�do de uma calma constante – algo que pode estar relacionado com suas cren�as hindu�stas. Amigo leal de Ch�vez desde os tempos em que o atual mandat�rio esteve preso pela tentativa de golpe de Estado de 1992, Maduro � considerado o pol�tico mais pr�ximo ao presidente desde que o c�ncer foi diagnosticado, em maio de 2011.
Em seu per�odo como chanceler, Maduro ganhou fama de am�vel nos c�rculos diplom�ticos latino-americanos, mas isso n�o impediu que fosse tamb�m um duro cr�tico do “imp�rio” e o coart�fice de uma pol�tica externa que deu tantos desgostos a Washington. Como chefe da diplomacia venezuelana, Maduro seguiu a linha chavista de buscar abertamente “a constru��o de um mundo multipolar livre da hegemonia do ‘imperialismo norte-americano’”, como descreveu � BBC o analista Carlos Luna. Ele foi considerado uma pe�a-chave na aplica��o da pol�tica externa do pa�s al�m das fronteiras latino-americanas, para se aproximar de qualquer governo que pudesse rivalizar com os Estados Unidos por uma quest�o ou outra._