A escolha, pelo presidente da Venezuela, Hugo Ch�vez, do vice-presidente e chanceler Nicol�s Maduro como seu sucessor � analisada por especialistas como a busca pela manuten��o dos ideais e da coes�o da sociedade venzuelana. A oposi��o, liderada por Enrique Capriles, que perdeu as elei��es para Ch�vez, movimenta-se para ganhar espa�o e pressionar.
O presidente da Datanalises, instituto de an�lise pol�tica e econ�mica na Argentina, Luis Vicente Leon, disse � Ag�ncia Brasil que Ch�vez “sabe” usar seu carisma para assegurar os planos pol�ticos. “Ch�vez sabe que � melhor consolidar o poder em vida, quando ainda pode usar seu carisma para unir o povo em torno de seu candidato. Ele escolheu Maduro porque o acompanha h� anos e tem uma posi��o moderada, entre os dois extremos do 'chavismo'”, acrescentou.
“Que fique bem claro: na Venezuela h� sucess�o. Isso n�o � Cuba, nem uma monarquia em que sobe ao trono aquele que foi designado pelo rei. N�o. Aqui, na Venezuela, quando uma pessoa se afasta de um posto, a �ltima palavra sempre ser� do nosso povo”, disse Capriles.
“Para a oposi��o, � fundamental que Capriles seja reeleito governador de Miranda porque vai se consolidar como alternativa pol�tica ao chavismo”, disse Leon. “Se ele perder, para a oposi��o vai ser mais dif�cil enfrentar Maduro, que � jovem, tem experi�ncia de governo e representa a ala moderada do chavismo”.
Anteontem (8), Ch�vez surpreendeu ao anunciar, em cadeia nacional de televis�o, que far� nova cirurgia para a retirada de um tumor maligno na mesma regi�o em que j� foi operado, a �rea p�lvica. No discurso, ele indicou que pode se ver obrigado a abandonar a Presid�ncia da Rep�blica da Venezuela. Mas apelou para que apoiem Maduro, que considera a pessoa ideal para o cargo.
Reeleito, Ch�vez tem a posse marcada para o pr�ximo dia 10. Mas se ele tiver que abandonar o cargo, mesmo ap�s assumi-lo, novas elei��es presidenciais ter�o que ser convocadas. Maduro s� pode ser presidente se vencer nas urnas.
Ex-motorista de �nibus e l�der sindical, Maduro, que desempenha dupla fun��o no governo – vice-presidente, indicado por Ch�vez, e ministro das Rela��es Exteriores da Venezuela – acompanha o presidente h� seis anos.