A avia��o francesa atacou um "centro de comando" da Al-Qaeda no Magreb Isl�mico (Aqmi) em Timbuktu, cidade do noroeste do Mali, para onde os Estados Unidos anunciaram nesta ter�a-feira que haviam come�ado a transportar tropas e equipamentos franceses.
A Fran�a atacou diretamente a Aqmi, o maior dos tr�s grupos islamitas armados que ocupam o norte do Mali, visando principalmente "um centro de comando dos terroristas" perto de Timbuktu, segundo fontes concordantes francesas.A Aqmi foi deliberadamente atacada, de acordo com uma fonte ligada ao governo franc�s.
Na segunda-feira, o coronel Thierry Burkhard, porta-voz do Estado-Maior das For�as Armadas francesas, confirmou ataques a�reos franceses "na periferia" de Timbuktu.Timbuktu, 900 km a nordeste de Bamaco, � uma cidade emblem�tica da cultura mu�ulmana na �frica, classificada como patrim�nio mundial da Humanidade. Os jihadistas destru�ram nesta regi�o em diversas oportunidades antigos mausol�us de figuras sagradas mu�ulmanas adoradas pelas popula��es locais, e impuseram um r�gido c�digo de conduta, em que os desvios s�o punidos de forma b�rbara, com lapida��es e amputa��es.
A Fran�a ganhou o apoio de peso dos Estados Unidos: "A pedido do governo franc�s, n�s come�amos a transportar por via a�rea equipamentos e tropas da Fran�a para o Mali", indicou � AFP um porta-voz do Ex�rcito americano, sem fornecer maiores detalhes.Washington, que j� havia auxiliado os franceses com informa��es de intelig�ncia, anunciara na semana passada que colocaria avi�es de transporte � disposi��o da Fran�a, mas descartou o envio de tropas.
Mais de 2.150 soldados franceses j� est�o mobilizados no Mali para combater os grupos islamitas armados, um n�mero que vai aumentar nos pr�ximos dias.Onze dias depois do in�cio da interven��o militar francesa, que conteve o avan�o dos islamitas em dire��o ao sul, o general Ibrahima Dahirou Demb�l�, chefe do Estado-Maior do Ex�rcito malinense considerou que a "liberta��o" de Gao e de Timbuktu poder� "n�o levar mais de um m�s".
Uma coluna de soldados chadianos e nigerinos deve se dirigir principalmente para Gao, a partir de Niamey, abrindo uma nova frente contra os islamitas."N�s venceremos esta guerra injusta, que nos � imposta pelos terroristas e pelos traficantes", lan�ou nesta ter�a o presidente do N�ger, Mahamadou Issoufou, diante do contingente de soldados nigerinos em Ouallam, regi�o pr�xima � fronteira malinense.
Gao (1.200 km de Bamaco) e Timbuktu s�o controladas h� mais de nove meses por grupos islamitas armados, que intensificaram suas a��es b�rbaras.
"N�o � uma agress�o contra o Isl�"
Na man� desta ter�a, soldados malinenses percorriam as ruas de Diabali, 400 km ao norte de Bamaco, como haviam feito na noite anterior, constatou um jornalista da AFP.
Como anunciado, os soldados franceses, que haviam ajudado na segunda os malinenses a retomar Diabali das m�os dos islamitas no dia 14 de janeiro, se retiraram da localidade � noite.O Ex�rcito franc�s parece reticente em se manter nas cidades: depois de retom�-las dos islamitas, as for�as francesas preferem deix�-las sob controle do Ex�rcito do Mali.
Esse � o caso de Douentza, (800 km de Bamaco), controlada desde setembro pelo Movimento pela Uni�o e a Jihad na �frica Ocidental (Mujao), tamb�m retomada na segunda-feira por uma coluna franco-malinense, localizada em uma rota estrat�gica de onde podem ser lan�adas opera��es para o norte.V�rias fontes indicaram um recuo dos islamitas para Kidal (extremo nordeste), a 1.500 km de Bamaco, perto da fronteira com a Arg�lia.
O pedido de ajuda log�stica e financeira da Comunidade Econ�mica dos Estados da �frica Ocidental (Cedeao) para o deslocamento de uma for�a de 6.000 homens ao Mali foi atendido.A Uni�o Europeia prop�s uma reuni�o internacional sobre o Mali para o dia 5 de fevereiro em Bruxelas, com a participa��o da Uni�o Africana, da Cedeao e da ONU.
Na dire��o oposta � da comunidade internacional, o presidente eg�pcio, Mohamed Mursi, ligado � Irmandade Mu�ulmana, se manifestou na segunda contra a interven��o no Mali, "que pode alimentar o conflito na regi�o". Paris considerou nesta ter�a que essa posi��o � "claramente minorit�ria".Mahmoud Dicko, presidente do Alto Conselho Isl�mico do Mali (HCIM), principal organiza��o isl�mica de um pa�s 90% mu�ulmano, considerou que a interven��o da Fran�a "n�o � uma agress�o contra o Isl�".