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Estado de Minas

Papa Francisco quer di�logo com o islamismo

Papa Francisco afirma a diplomatas na Santa S� que deseja maior aproxima��o com os mu�ulmanos e ateus e que seu pontificado vai enfatizar o combate � pobreza no mundo


postado em 23/03/2013 06:00 / atualizado em 23/03/2013 10:07

Bras�lia – O papa Francisco se reuniu ontem com diplomatas de 180 pa�ses creditados na Santa S� e refor�ou a inten��o de aproximar a Igreja Cat�lica das outras religi�es, especialmente do isl�. “N�o � poss�vel estabelecer la�os verdadeiros com Deus ignorando os outros”, declarou o pont�fice, que n�o se esqueceu dos ateus e dos agn�sticos e conclamou todos ao di�logo. Sem falar diretamente sobre a guerra, Francisco lembrou que os povos devem estar dispostos e mobilizados para buscar juntos a paz e pediu uni�o na luta contra a pobreza. “Quantas pessoas pobres que ainda existem no mundo e qu�o grande � o sofrimento que eles t�m de suportar!”, lamentou o pont�fice. Representantes do Afeganist�o e da Ar�bia Saudita, na��es com as quais o Vaticano n�o mant�m rela��es diplom�ticas, tamb�m estiveram presentes.


Ao apontar a pobreza de esp�rito como um dos principais desafios da atualidade, Francisco afirmou que os pa�ses mais ricos s�o “particularmente afetados” pelo problema e citou Bento XVI. “Isso � o que o meu muito amado antecessor chamou de ‘ditadura do relativismo’, o que faz de cada um o seu pr�prio crit�rio e coloca em risco a co-exist�ncia dos povos”, explicou.
A tentativa de aproximar as religi�es � vista com bons olhos por v�rios estudiosos, que citam o Conc�lio Vaticano II, conclu�do em 1965, como o documento oficial que insta � reconstru��o de pontes entres as doutrinas crist�s e entre a Igreja Cat�lica e diferentes religi�es. “Entendo a iniciativa como uma tentativa de neutralizar guerras e conflitos. Um maior entendimento entre os religiosos � fundamental para um futuro de paz", avalia Eduardo Gusm�o, professor de teologia da Pontif�cia Universidade Cat�lica de Goi�s (PUC GO).


Para Rodrigo Coppe, professor de ci�ncias da religi�o da PUC-MG, a Igreja tomou uma posi��o de lideran�a, ao conclamar os l�deres religiosos ao di�logo. No entanto, esse processo esbarra em quest�es de identidade religiosa, o que deixa os mais conservadores receosos. “Parece-me que Francisco n�o tem tanto medo, ele quer conversar com todos, inclusive com ateus”, ressalta o professor.


No discurso para os diplomatas, Jorge Mario Bergoglio – nome de batismo do papa Francisco – quebrou mais um costume e falou em italiano, em vez de franc�s, o idioma tradicionalmente usado em discuss�es diplom�ticas. Francisco lembrou que o pont�fice � aquele “que constr�i pontes com Deus e entre os homens” e refor�ou a ideia de que seu nome foi escolhido por trazer uma mensagem de austeridade e de amor aos pobres. "O nome nos ensina o respeito profundo por toda cria��o e prote��o de nosso meio ambiente, que, muitas vezes, em vez de us�-lo para o bem, n�s o exploramos avidamente, um em detrimento do outro", afirmou.

RELAT�RIO H� 23 dias afastado da fun��o de l�der da Igreja, o papa em�rito Bento XVI recebe Francisco hoje, ao meio-dia, em Castel Gandolfo, resid�ncia de ver�o do Vaticano. Apesar de j� terem conversado pelo telefone algumas vezes desde a escolha de Bergoglio, ser� a primeira vez que se encontrar�o. De acordo com o jornal La Stampa, Bento XVI escreveu, � m�o, um relat�rio secreto de 300 p�ginas dedicado apenas ao seu sucessor. Analistas especulam que o papa em�rito preferiu elaborar seu pr�prio relat�rio, que em alguns pontos n�o deve coincidir com o documento sobre o esc�ndalo Vatileaks, escrito por tr�s cardeais sobre den�ncias de irregularidades dentro da Igreja. “Eles ter�o muito o que conversar, j� que muito precisa ser discutido para limpar a Igreja”, avalia Coppe.

 

 

RISO E SURPRESA

O arcebispo de S�o Paulo, dom Odilo Scherer, concedeu sua primeira entrevista depois de retornar de Roma e disse que riu bastante ao saber que seu nome foi cogitado para suceder o papa Bento XVI. “Parecia cobertura de elei��o pol�tica”, afirmou, completando que s� foi saber do que a imprensa noticiou dias depois do conclave. Sobre a elei��o do argentino Jorge Bergoglio para papa, dom Odilo declarou que muitos cardeais receberam o fato com surpresa. O arcebispo definiu o novo papa como um religioso “muito discreto, simples, mas muito s�bio e grande pastor, um jesu�ta com cora��o franciscano”.


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