Os explosivos usados nos ataques na Maratona de Boston foram, provavelmente, artefatos artesanais feitos com fragmentos de pregos e de metal, com o objetivo de causar o maior dano poss�vel, de acordo com informa��es preliminares das autoridades.
Um dia depois do ataque que deixou tr�s mortos e mais de 170 feridos, o FBI e a pol�cia de Boston se negaram a revelar detalhes da investiga��o em curso e se as explos�es estariam relacionadas a extremistas estrangeiros, ou americanos.
Uma equipe de cerca de 30 especialistas em bomba e c�es farejadores vasculhou a �rea - a linha de chegada da famosa maratona -, enquanto as autoridades pediam � popula��o que entrasse em contato, caso tivesse alguma informa��o importante.
"Vai levar muitos dias para processar este cen�rio", comentou Gene Marquez, agente especial encarregado do Escrit�rio de �lcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos em Boston.
A pol�cia informou que a �rea foi varrida duas vezes antes da maratona e nenhum explosivo foi encontrado.
As equipes de resgate e os m�dicos que trataram das v�timas relataram que as bombas parecem ter dispersado fragmentos de pregos e de metal, causando ferimentos, sobretudo, na parte inferior do corpo, o que incluiu v�rios casos de amputa��o.
"H� uma variedade de objetos pontiagudos que n�s encontramos nos corpos", disse o chefe do Departamento de Cirurgia do Trauma do Hospital Geral de Massachusetts, George Velmahos.
"Provavelmente, essas bombas tinham m�ltiplos fragmentos met�licos nelas. Removemos pregos e estilha�os", acrescentou.
Os artefatos foram "colocados provavelmente no ch�o e, desse modo, ferimentos nas extremidades inferiores s�o esperados", explicou Velmahos.
O alcance relativamente pequeno das duas explos�es e a fuma�a branca que subiu depois da deflagra��o parece eliminar explosivos pl�sticos do tipo militar, como C-4 ou Semtex. De acordo com especialistas, esse tipo de artefato tende a produzir detona��es mais poderosas com fuma�a preta.
A rede CNN divulgou que as duas bombas de Boston podem ter sido feitas com "panelas de press�o" e, provavelmente, "timers" teriam sido empregados.
Mat�rias na imprensa americana, que citam investigadores an�nimos, t�m se concentrado em artefatos improvisados, possivelmente uma bomba-tubo, ou um explosivo de per�xido de acetona - ambos relativamente f�ceis de preparar e de esconder.
Um explosivo de acetona, ou TATP (Triper�xido de triacetona), foi usado no atentado em Londres em 2007, em um ataque cometido nos Jogos Ol�mpicos de Atlanta, em 1996, e na tentativa fracassada do "Shoe Bomber" Richard Reid, em dezembro de 2001, de detonar um artefato em um voo com destino a Miami.
O per�xido org�nico � altamente inst�vel e sens�vel ao calor e � fric��o, com os pr�prios homens-bomba se ferindo durante a prepara��o do artefato.
Manuais sobre como fazer bombas, dispon�veis em f�runs jihadistas on-line, incluindo um aberto pelo bra�o da rede Al-Qaeda no I�men, sugerem com frequ�ncia o uso de panelas de press�o, de acordo com o SITE Intelligence Group, que monitora mensagens on-line de grupos extremistas.
Em 2010, a primeira edi��o em ingl�s de uma revista da Al-Qaeda na Pen�nsula Ar�bica (AQAP), bra�o iemenita da rede, inclu�a um artigo explicando como fazer um explosivo com uma panela de press�o e estilha�os. O artigo, intitulado "Fa�a uma bomba na cozinha da sua m�e", era acompanhado da foto de uma mochila escondendo o explosivo.
De acordo com o SITE, grupos de supremacia branca nos Estados Unidos tomaram conhecimento do artigo e, em um dos f�runs on-line, o "Stormfront", o manual � citado como uma "leitura altamente recomendada".