
O secret�rio americano de Estado, John Kerry, admitiu que os Estados Unidos "foram longe demais em alguns casos de espionagem", em meio � pol�mica na Europa, que nesta sexta-feira atingiu a �sia, por escutas da Ag�ncia Nacional de Seguran�a (NSA).
O esc�ndalo � consequ�ncia das informa��es vazadas pelo ex-consultor de intelig�ncia Edward Snowden, atualmente refugiado em Moscou. "Em alguns casos, sim, se foi al�m do que � adequado", declarou Kerry em videoconfer�ncia na quinta-feira a partir de Londres. "Posso garantir que gente inocente n�o foi v�tima de abuso neste processo, mas h� um esfor�o para tratar de reunir informa��o".
Ao lado do ministro brit�nico das Rela��es Exteriores, William Hague, o chefe da diplomacia americana justificou as pr�ticas de Intelig�ncia e coleta de informa��es como parte da luta contra o terrorismo e a preven��o de atentados.
"Nosso presidente est� decidido a tentar esclarecer (...) e procede examinar (estas pr�ticas) para que ningu�m se sinta enganado", disse Kerry sobre os milhares de "grampos" realizados pela NSA, incluindo contra l�deres de importantes aliados dos Estados Unidos, como Fran�a e Alemanha.
Kerry acrescentou que o pa�s tentava, "de forma aleat�ria", encontrar vias para determinar se existiam amea�as que exigiam respostas. "Em alguns casos, reconhe�o, tanto como o presidente, que algumas destas a��es foram muito longe e vamos garantir que isto n�o aconte�a no futuro", completou.
A chanceler alem� Angela Merkel reclamou com o presidente Barack Obama ap�s as not�cias de que teve o telefone celular monitorado.
Uma delega��o do servi�o de intelig�ncia da Alemanha e legisladores da Uni�o Europeia viajaram � capital americana na quarta-feira para discutir o tema espionagem.
As respostas de Kerry foram enviadas em uma transcri��o do Departamento de Estado. "Muitas, muitas partes do mundo foram objeto de ataques terroristas". "E, em resposta, os Estados Unidos e outros se uniram - outros, enfatizo - e perceberam que estamos lidando com um novo mundo, com pessoas dispostas a explodir elas mesmas", completou.
"Na realidade, evitamos que avi�es ca�ssem, que edif�cios fossem explodidos e que pessoas fossem assassinadas porque fomos capazes de conhecer seus planos antes", afirmou.
Kerry tamb�m criticou as reportagens sobre espionagem baseadas nos vazamentos do ex-consultor da NSA Edward Snowden, refugiado na R�ssia e acusado por Washington de espionagem. "No outro dia foram publicadas not�cias nos jornais sobre 70 milh�es de pessoas sendo espionadas. N�o foram. Isto n�o aconteceu", disse. "H� um grande volume de exagero nestas reportagens", argumentou Kerry.
Pol�mica na �sia
Nesta sexta-feira, a Indon�sia convocou o embaixador da Austr�lia, que teve a sede diplom�tica acusada de ter sido utilizada pelos americanos na ampla rede de espionagem internacional que tamb�m provocou irrita��o do governo da China
O embaixador australiano Greg Moriarty teve uma reuni�o r�pida no minist�rio das Rela��es Exteriores em Jacarta. O diplomata foi convocado depois que a revista alem� Der Spiegel e o jornal australiano The Sydney Morning Herald (SMH) revelaram que o servi�o de intelig�ncia americano utilizou embaixadas australianas na �sia para interceptar dados, sobretudo pela internet.
O sistema � parte da vasta rede internacional de espionagem revelada por Edward Snowden, ex-consultor da Ag�ncia de Seguran�a Nacional (NSA) americana, que j� provocou rea��es de pa�ses da Europa e Am�rica Latina. O governo da Indon�sia protestou rapidamente. "Estamos certamente muito preocupados e n�o podemos aceitar", declarou o chanceler Marty Natalegawa.
Jacarta j� havia protestado na quarta-feira, depois que o SMH e a Der Spiegel informaram sobre um sistema de espionagem instalado na embaixada dos Estados Unidos na Indon�sia.
De acordo com o SMH e a Spiegel, 90 miss�es diplom�ticas americanas abrigam equipamentos de intercep��o de dados, em pa�ses como China, Mal�sia, Indon�sia, Tail�ndia, entre outros.
O governo de Pequim expressou "graves preocupa��es". "Exigimos dos Estados Unidos esclarecimentos e explica��es", declarou Hua Chunying, porta-voz do minist�rio chin�s das Rela��es Exteriores.
"Pedimos que as miss�es diplom�ticas amigas e seus funcion�rios na China sigam ao p� da letra os tratados internacionais e n�o participem em nenhuma atividade que possa constituir uma amea�a para a seguran�a e interesses da China", afirmou na quinta-feira.
A Mal�sia tamb�m pediu explica��es � embaixada australiana, enquanto a Tail�ndia considerou "infundadas" as informa��es e o governo do Camboja n�o considerou novidade as informa��es.
"Os Estados Unidos utilizam h� muito tempo sistemas de vigil�ncia eletr�nica. N�o � nenhuma surpresa para n�s", disse o porta-voz do governo do Camboja, Khieu Kanharith.