Kiev, 19 - A organiza��o internacional encarregada de ajudar a amenizar a crise na Ucr�nia ir� refor�ar seu contingente, com mais duas centenas de monitores, para tentar convencer ativistas pr� R�ssia e pr� Europa a se retirarem dos pr�dios que ocupam em protesto por toda a Ucr�nia. A Organiza��o pela Seguran�a e Coopera��o na Europa (OSCE, na sigla em ingl�s), que engloba 57 pa�ses incluindo a R�ssia e Ucr�nia e funcionou por muito tempo como mediadora de tensos conflitos, enviou o vice-chefe da miss�o de monitoramento da Ucr�nia para Donetsk neste s�bado, para resolver quais ser�o os passos a serem tomados para promover a desocupa��o.
O OSCE tem 100 monitores em toda a Ucr�nia, mas pretende ampliar esta equipe para 300, que, em �ltimo caso, pode chegar a 500, disse o porta-voz da miss�o especial de monitoramento na Ucr�nia, Michael Borciurkiw. O acordo conjunto assinado em Genebra em 17 de abril pelos Estados Unidos, R�ssia, Uni�o Europeia e Ucr�nia pede aos ativistas que entreguem suas armas e desocupem os pr�dios invadidos.
Em uma reportagem divulgada neste s�bado, a organiza��o descreveu a situa��o nas regi�es ao leste de Donetsk e Luhansk como "tensa, devido � cont�nua atividade de oponentes armados do governo central". O OSCE disse que o restante do pa�s, ao sul e leste, a situa��o � "est�vel e relativamente calma".
Na capital, Kiev, o relato do OSCE diz que "progressos est�o sendo obtidos em rela��o a desocupa��o de pr�dios e remo��o de barricadas" tanto dentro quanto nos arredores da pra�a da Independ�ncia, onde muitos manifestantes pr� Europa est�o acampados.
N�o h� relato do mesmo progresso no leste do pa�s, onde ativistas pr� R�ssia ocuparam pr�dios em Donetsk e pedem por um referendo sobre o futuro da regi�o. Oficiais do OSCE se reuniram com muitas das pessoas em ocupa��o, como parte do trabalho da miss�o, mas a organiza��o n�o informou como pretende convenc�-los a sair dos edif�cios. As autoridades da Ucr�nia t�m acusado a R�ssia de organizar a invas�o aos edif�cios para prejudicar o governo de Kiev, o qual a R�ssia tem recusado reconhecer. A R�ssia nega as acusa��es.
No final da sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a R�ssia ainda tem for�as estacionadas pr�ximo � fronteira com a Ucr�nia. "Obviamente, temos tropas em v�rias regi�es - e temos tropas na regi�o da fronteira da Ucr�nia", afirmou Peskov em entrevista na TV russa. "Estas tropas se direcionaram para l� - algumas em condi��o permanente, algumas por conta do que ocorre na Ucr�nia", acrescentou.
Peskov descreveu a Ucr�nia como um pa�s que sofreu um golpe armado e observou que a R�ssia tem todo o direito de mover suas tropas internamente para qualquer parte de seu territ�rio como precau��o. Segundo ele, as tropas na fronteira n�o est�o influenciando manifestantes para que invadam edif�cios.
O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, disse que o deadline de um m�s anunciado na quinta-feira por ele para que a Ucr�nia comece a pagar as d�vidas relacionadas a compra de g�s da R�ssia n�o tem rela��o com o cronograma das elei��es presidenciais ucranianas. As elei��es est�o marcadas para o dia 25 de maio, uma semana depois do fim do prazo imposto para a liquida��o do compromisso relativo ao g�s da Ucr�nia com a R�ssia. "N�o associamos processos econ�micos com pol�ticos na Ucr�nia", disse em entrevista neste s�bado para a TV estatal russa. Mas acrescentou que a R�ssia n�o pode esperar para sempre pelos US$ 525 milh�es que ele diz que a Ucr�nia deve para a R�ssia desde 7 de abril pela entrega de g�s durante o m�s de mar�o.
Se a Ucr�nia n�o der sinal de pagamento desta d�vida em um m�s, a R�ssia apenas fornecer� g�s a Ucr�nia que for pago antecipadamente, Putin advertiu na quinta-feira. Dois dias depois, no s�bado, Putin sugeriu que estava impondo um limite, ao destacar que a d�vida da Ucr�nia em g�s fornecido e n�o pago est� em US$ 2,2 bilh�es. "N�o podemos colocar no or�amento da R�ssia e dos contribuintes russos a responsabilidade de manter um pa�s forte de 45 milh�es de pessoas", disse Putin.
Putin anunciou ainda que os militares russos que ajudaram a Crimeia a realizar o referendo que levou a anexa��o da regi�o � R�ssia ser�o condecorados.