postado em 19/11/2014 14:46 / atualizado em 19/11/2014 15:09
(foto: AHMAD GHARABLI / AFP)
A "m�o de ferro" prometida por Israel ap�s o atentado contra uma sinagoga na ter�a-feira come�ou a entrar em pr�tica nesta quarta-feira em Jerusal�m Oriental, onde as for�as de seguran�a destru�ram pela primeira vez em muitos anos o apartamento de um "terrorista palestino".O apartamento de Abdel Rahman Shalodi, no bairro de Silwan, em Jerusal�m Oriental, ocupada e anexada por Israel, foi totalmente destru�do. Em 22 de outubro, Shalodi avan�ou com um ve�culo contra um ponto de �nibus e matou um beb� com cidadania israelense e americana de tr�s meses e uma equatoriana de 22 anos. "Para onde vamos agora. N�o temos mais casa", afirmou Nibras, irm� do palestino acusado de terrorismo.
As casas de outros palestinos acusados de participa��o em ataques contra israelenses provavelmente ter�o o mesmo destino. Esta � a primeira vez desde 2009 que as for�as israelense destroem uma casa em Jerusal�m, uma medida que os palestinos consideram uma puni��o coletiva insuport�vel, afirmou um advogado israelense que trabalha em Jerusal�m.
Nos territ�rios ocupados da Cisjord�nia a pr�tica de destrui��o de casas, que quase sempre deixa fam�lias inteiras na rua, n�o deu tr�gua. Em agosto, o ex�rcito destruiu as resid�ncias de dois homens acusados pelo sequestro e morte de tr�s adolescentes judeus em junho. A pol�tica de destrui��o de casas n�o tem o apoio un�nime do ex�rcito. Alguns a consideram dissuasiva, outros contraproducente por provocar tens�es.
Diante de uma situa��o cada vez mais explosiva, o governo israelense tentou cumprir rapidamente a promessa de "m�o de ferro" do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra a s�rie de atentados das �ltimas semanas, em particular o da sinagoga de Jerusal�m Ocidental.
Dois primos palestinos, Udai e Ghassan Abou Jamal, armados com machados e uma pistola, mataram quatro rabinos e um policial antes de serem mortos. Este foi o ataque mais violento desde 2008 em Israel e o primeiro contra um local de culto judaico em Jerusal�m em muito tempo. O ato foi condenado pelo papa Francisco, que declarou acompanhar com preocupa��o o alarmante aumento da tens�o em Jerusal�m e em outras zonas da Terra Santa.
O ataque contra a sinagoga foi o ponto m�ximo da "onda terrorista", nas palavras de Netanyahu, e de v�rios meses de viol�ncia. Abdelrahman Shalodi, que foi morto a tiros pela pol�cia, encarna para os especialistas a amea�a representada pelas pessoas que atuam por iniciativa pessoal, capazes de provocar um grande golpe com poucos recursos.
Duas semanas mais tarde, outro palestino tamb�m provocou duas mortes usando o mesmo m�todo praticamente no mesmo lugar. Ele tamb�m foi morto pela pol�cia.
Desde julho, Jerusal�m foi cen�rio de v�rios ataques, assim como de confrontos di�rios entre jovens palestinos e policiais israelenses. A revolta dos palestinos com a ocupa��o, a continuidade da coloniza��o israelense, as deten��es em massa e o desemprego contribuem para a inquieta��o provocada pelo tema sens�vel da Esplanada das Mesquitas. A Esplanada � o terceiro local sagrado do isl� e o local mais sagrado do juda�smo.
Os mu�ulmanos temem que o primeiro-ministro israelense, apesar dos reiterados desmentidos, ceda � press�o dos extremistas e autorize os judeus a rezar na Esplanada. Diante da viol�ncia e das manifesta��es, o governo refor�ou a presen�a policial e a repress�o, o que inclui a demoli��o de casas. Al�m de Shalodi, tr�s fam�lias receberam a notifica��o formal sobre a destrui��o de casa. As fam�lias dos autores do ataque contra a sinagoga sofrer�o a mesma repres�lia, j� que o primeiro-ministro deu ordens neste sentido.
Al�m disso, para marcar posi��o, a a prefeitura israelense de Jerusal�m anunciou nter aprovado a constru��o de 78 novas moradias em dois bairros de Jerusal�m Oriental, a parte palestina da Cidade Santa, ocupada e anexada por Israel. Ser�o constru�das 50 moradias em Har Homa e 28 em Ramot, indicou Brachie Sprung, porta-voz da Prefeitura.