O Senado dos Estados Unidos divulgar� nesta ter�a-feira uma vers�o reduzida do esperado relat�rio de uma investiga��o parlamentar sobre as t�cnicas de interrogat�rio da CIA, equiparadas � tortura, utilizadas em suspeitos de pertencer � Al-Qaeda ap�s os atentados de 11 de setembro de 2001. A vers�o classificada do relat�rio tem mais de 6 mil p�ginas e � o balan�o mais detalhado do programa secreto da CIA para interrogar prisioneiros, que tem alguns de seus elementos, no entanto, j� conhecidos pela opini�o p�blica.
Organiza��es n�o governamentais e legisladores come�aram a se perguntar sobre o destino de v�rios detidos fantasma, sobre os quais o governo americano n�o diz nada. Finalmente, em 2005, a imprensa americana denuncia voos secretos da CIA para transferir detidos de alto valor a locais desconhecidos, nos quais nem mesmo o FBI interv�m. Muitos pa�ses, principalmente europeus, permitem que estes voos passem por seus espa�os a�reos.
Em dezembro de 2005 o Congresso aprova uma lei que pro�be o tratamento "cruel, desumano e degradante". Aumenta a pol�mica sobre o recurso � tortura, come�am investiga��es administrativas e a CIA admite em 2007 que destruiu grava��es de interrogat�rios, provocando um esc�ndalo. O ent�o diretor da CIA, Michael Hayden, admite em fevereiro de 2008 que tr�s detidos foram submetidos � pr�tica do "submarino" (submergir o detido na �gua at� quase afog�-lo), mas afirma que a CIA j� n�o emprega este m�todo h� cinco anos.
Khalid Cheikh Mohammed, suposto c�rebro dos atentados de 11-S, Abu Zubeida, primeiro l�der da Al-Qaeda a ser detido, e Abd Rahim Al-Nashiri, outro membro importante da Al-Qaeda, est�o entre os que foram submetidos ao submarino. O primeiro 183 vezes e Abu Zubeida, 83.
Em janeiro de 2009 o rec�m-eleito Barack Obama se compromete a respeitar a Conven��o de Genebra e promete que sua administra��o n�o utilizar� a tortura nos interrogat�rios de prisioneiros. Suprime oficialmente o programa secreto de interrogat�rios. Em abril de 2009 o Executivo divulga os memorandos do departamento de Justi�a de 2002 e 2005 nos quais se justificava o uso de t�cnicas refor�adas de interrogat�rio.
Em mar�o de 2009 a Comiss�o de Intelig�ncia do Senado, controlada pelos democratas, abre sua pr�pria investiga��o.
Os m�todos de interrogat�rio
Al�m do submarino, os interrogat�rios inclu�am, segundo os testemunhos de v�rios detidos: bofetadas, socos, espancamento, submiss�o a temperaturas frias, a posi��es inc�modas e dolorosas durante longos per�odos e priva��o do sono, entre outros. Um relat�rio interno da CIA de 2004, parcialmente desclassificado em 2009, tamb�m menciona as simula��es de execu��es, assim como o uso de uma pistola e de uma furadeira para aterrorizar Abd Rahim al-Nashiri. Um agente tamb�m teria amea�ado matar a fam�lia de Cheikh Mohammed.
Os detidos considerados de grande valor foram interrogados pela CIA em lugares secretos, "locais negros", antes de ser levados � pris�o da base militar americana de Guant�namo, na ilha de Cuba, em 2006. Um relat�rio do Parlamento Europeu de 2007 acusa sobretudo Pol�nia e Rom�nia de terem abrigado, entre 2003 e 2005, centros secretos de deten��o em Kiejkuty, nordeste da Pol�nia, e em Bucareste.
Um local em Antaviliai, na Litu�nia, a 20 km da capital, Vilnius, visitado por legisladores europeus, tamb�m � suspeito de ter abrigado uma pris�o secreta da CIA. Isso tamb�m ocorre com Tail�ndia e Afeganist�o, invadido por uma coaliz�o internacional liderada pelas For�as Armadas americanas. O relat�rio parlamentar, no entanto, n�o divulgar� nomes de pa�ses onde existiram pris�es secretas da CIA.
Segundo o documento do Senado, cerca de cem detidos foram interrogados pela CIA no �mbito do programa secreto.