"Uma pessoa quis fugir e levou um tiro nas costas", contou Sophie, uma das ref�ns de Am�dy Coulibaly, ao descrever nesta segunda-feira, a uma r�dio francesa, as quatro horas de terror que viveu h� tr�s dias, no mercado kosher de Paris, atacado pelo jihadista.
"Quando cheguei na entrada do mercado, dei de cara com o cad�ver de uma pessoa sentada e cabisbaixa. Parecia que eu estava num filme", descreveu � r�dio Europe 1 a ref�m, que foi fazer compras no mercado de produtos judaicos na sexta-feira, por volta das 12h (10h hor�rio de Bras�lia).
"No tempo que eu levei para entender o que estava acontecendo, levantei a cabe�a e vi o terrorista, que me disse: 'Entra logo!'. Ele estava armado at� os dentes. N�o pude sair, eu estava logo na entrada, mas tive que entrar", explicou Sophie.
"Uma pessoa quis fugir e levou um tiro nas costas", lembrou. Outro ref�m tentou atacar o jihadista. "Coulibaly largou uma das armas autom�ticas. Um jovem que estava perto pegou a metralhadora e tentou atirar nele", mas o sequestrador "foi mais r�pido e acertou um tiro na garganta do jovem, que caiu na hora", descreveu Sophie com a voz tr�mula.
Em seguida, Sophie foi escolhida por Coulibaly para buscar os clientes refugiados no subsolo, dentro do frigor�fico onde tinham sido escondidos por um funcion�rio do mercado.
"Infelizmente, havia um pai com seu filho de 3 anos. Eu fiquei pensando que tive que fazer uma crian�a de 3 anos subir e ver aquilo, foi horr�vel. No outro frigor�fico, n�o conseguimos abrir a porta e ningu�m respondia. Eu falei: 'Deixa para l�, vamos falar que n�o tinha ningu�m'", contou.
Sophie lembra tamb�m de ter impedido que o pai da crian�a tentasse fazer alguma coisa contra Coulibaly. "Na escada, o pai de menino subiu com um extintor de inc�ndio. Ele me disse: Eu tirei o pino, vou tentar jogar na cara dele". "Eu falei: Voc� n�o vai fazer nada! Ele acaba de matar um cara na minha frente, voc� n�o vai fazer nada!".
A ref�m relatou o momento em que a pol�cia invadiu o mercado. "Houve uma explos�o. Todo mundo come�ou a correr, tentando se esconder em algum lugar. Aos poucos, a porta da loja foi subindo. Foi a� que eu pensei: '� agora, temos que sair daqui'".