A m�e de Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 43 anos, condenado � pena de morte na Indon�sia por tr�fico de drogas, vai pedir ao papa Francisco que intervenha para que seu filho n�o seja executado. Gularte foi preso em 2004, no Aeroporto de Jacarta, quando estava a caminho de Bali. Ele transportava 6 quilos de coca�na em oito pranchas de surfe. Sua execu��o pode ocorrer no pr�ximo m�s, segundo autoridades indon�sias.
A informa��o sobre o apelo ao papa foi dada pelo advogado e amigo da fam�lia, Cleverson Marinho Teixeira, presidente do Instituto N�o Viol�ncia. Ele contou que a m�e do preso, Clarisse Muxfeldt Gularte, ficou chocada quando soube da execu��o de Marco Archer Cardoso Moreira, morto no fim de semana, tamb�m condenado por tr�fico de drogas.
Clarisse j� fez oito visitas ao filho nos �ltimos dez anos, desde que ele foi detido. Na �ltima visita, em agosto do ano passado, ela percebeu que Gularte estava muito transtornado. Com o apoio da Embaixada brasileira na Indon�sia, ela solicitou avalia��o psiqui�trica �s autoridades locais e os m�dicos constataram esquizofrenia.
A prima do surfista Angelita Gularte chegou no s�bado ao pa�s asi�tico e conseguiu visit�-lo. Ele est� na Penitenci�ria de Kerobokan, em Bali, mesmo local onde Archer cumpria pena. De acordo com Teixeira, Angelita disse por telefone que ele est� completamente fora de si e j� "n�o fala coisa com coisa".
Hospital psiqui�trico
O apelo da fam�lia � para que Gularte seja transferido para um hospital psiqui�trico em vez de ser morto por um esquadr�o de fuzilamento - m�todo usado pelas autoridades locais para os condenados � morte.
Adriana Gularte, irm� mais velha, chegou a fazer um apelo � Anistia Internacional. "Ele est� mentalmente doente, a Embaixada providenciou tratamento psicol�gico para ele, de onde resultou laudo m�dico que atesta esquizofrenia. O Itamaraty disp�e desses laudos e de mais informa��es. Venho por meio desta carta fazer um pedido de socorro, urgente, para que esta organiza��o de Anistia Internacional interceda ao governo da Indon�sia", escreveu em carta.
Esfor�os n�o foram suficientes para poupar a vida de Archer, mas a como��o quanto a Gularte continua. "Pedimos que a pena n�o seja cumprida dessa forma. A fam�lia reconhece que ele errou, mas independentemente do caso dele espec�fico, a quest�o tem de buscar outras solu��es. Abominamos o tr�fico de drogas, mas a execu��o de brasileiros por pena de morte � uma quest�o in�dita para n�s. Essa viol�ncia de pena de morte vai trazer uma consci�ncia em rela��o ao assunto. Ao longo do tempo, por manifesta��o da ONU e de outros organismos internacionais, talvez com esses epis�dios possa haver uma consci�ncia maior para que a ONU venha ressaltar a quest�o dos direitos humanos", disse Teixeira.
A presidente Dilma Rousseff j� fez dois pedidos de clem�ncia ao presidente da Indon�sia, Joko Widodo. Ambos foram negados. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) j� havia manifestado um apelo no qual considera o caso como "cruel execu��o, totalmente desproporcional ao delito em quest�o".
Em trecho da carta da OAB consta: "� uma viola��o aos direitos humanos, atentando contra princ�pios b�sicos de dignidade, como o direito � vida e a proibi��o de puni��es cru�is, desumanas e degradantes. � considerada assim em quatro tratados internacionais e pela ONU"