O presidente da Indon�sia, Joko Widodo, afirmou � rede CNN nesta ter�a-feira, 27, que n�o pretende abolir a pena de morte em caso de tr�fico de drogas, apesar da press�o da comunidade internacional. Desde que assumiu o cargo, em outubro de 2014, seis prisioneiros foram executados por fuzilamento, dentre eles dois estrangeiros - o brasileiro Marco Archer e um holand�s. O chefe de Estado indon�sio n�o acatou pedidos de clem�ncia vindos das duas na��es, o que motivou Brasil e Holanda a chamar de volta do pa�s asi�tico seus embaixadores, em sinal diplom�tico de insatisfa��o. A Austr�lia amea�a fazer o mesmo se n�o for dada clem�ncia a dois cidad�os seus que est�o presos por tr�fico.
"A Indon�sia est� em alerta para a urg�ncia do combate �s drogas, por isso precisamos de algo que seja firme e as nossas leis inda permitem a pena de morte. Esse tipo de decis�o cabe � corte judicial. � poss�vel pedir anistia ao presidente, mas eu digo que n�o haver� anistia para traficantes", afirmou Widodo, em entrevista dada em Jacarta, capital do pa�s.
O presidente justificou sua posi��o alertando para as graves consequ�ncias do uso de entorpecentes em seu pa�s. "Imagine que todo dia 50 pessoas morrem por causa do uso de drogas. Em um ano, s�o 1800 pessoas morrem por isso. N�s n�o vamos nos comprometer com traficantes. Sem compromisso", sentenciou o mandat�rio, despreocupado com o descontentamento de outros pa�ses. "1800 pessoas morrem por ano por causa de narc�ticos. Eu te pergunto, n�o � mais perigoso?", questionou Widodo.
Entre 2009 e 2014, o �nico ano em que prisioneiros foram executados na Indon�sia foi em 2013, quando cinco mortes foram aplicadas. A pena capital n�o era t�o usada quanto em 2015 desde 2008, quando dez pessoas foram mortas. Instrutor de voo, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi preso em 2004 ao tentar ingressar em Jacarta com 13 quilos de coca�na. Ap�s ver seu pedido de anistia para o brasileiro negado, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em nota estar "consternada e indignada" e que o caso "afeta gravemente" a rela��o entre os pa�ses.
Aos 53 anos, Archer foi o primeiro brasileiro a morrer executado em outro pa�s, destino que pode ser o mesmo do paranaense Rodrigo Gularte, tamb�m condenado � morte por tr�fico de drogas e que aguarda cumprimento da senten�a. Preso h� 11 anos ap�s tentar entrar em Jacarta com seis quilos de coca�na, Gularte recentemente foi diagnosticado com esquizofrenia e � nisso que sua defesa aposta para tentar livr�-lo da execu��o. Dois pedidos de clem�ncia feitos por Dilma j� foram negados por Widodo, e a m�e do prisioneiro, Clarisse Gularte, pedir� e interven��o do papa Francisco.