
A guarda costeira turca foi alertada por gritos de passageiros dos barcos e conseguiram resgatar os corpos de 12 pessoas, entre eles o de um menino pequeno que jazia de bru�os na praia. No naufr�gio morreram cinco menores e sete adultos, enquanto 15 pessoas puderam ser resgatadas.
A fotografia de um agente turco carregando o menino foi difundida por meios de comunica��o e pelas redes sociais com a hashtag #KiyiyaVuraninsanlik (A humanidade � um fracasso, em turco). Um dos agentes de resgate disse que as autoridades turcas colheram o depoimento da fam�lia do menino e acreditam que todos procediam da cidade s�ria de Kobane.
"O bote que levava o menin oe sua fam�lia era para quatro pessoas, mas havia 15 refugiados a bordo", explicou o funcion�rio. "N�o havia fortes ventos, o mais prov�vel � que entraram em p�nico e que muitos n�o soubessem nadar", prosseguiu.
Na Espanha, o jornal El Mundo destacou que a foto "j� faz parte do �lbum migrat�rio da inf�mia", enquanto o El Peri�dico escreveu que a imagem ilustrava "o naufr�gio da Europa".
Para o brit�nico The Guardian, a foto resume "todo o horror e o drama humano vividos na costa europeia". "Se imagens t�o fortes quanto a de um menino s�rio morto, arrastado pelas ondas, n�o mudarem a atitude da Europa frente aos refugiados, o que poder� faz�-lo?", questionou o The Independent.
Na It�lia, o jornal La Repubblica reproduziu a imagem no Twitter, intitulando-a "Uma foto para calar o mundo". O diretor do servi�o de emerg�ncias da ONG Human Rights Watch, Peter Bouckaert, explicou porque decidiu compartilhar a imagem no Twitter, apesar do duro drama que retrata.
"Alguns dizem que a foto � muito ofensiva para ser compartilhada na internet ou publicada nos jornais. Mas para mim, o que parece ofensivo � uma crian�a afogada morta na praia, quando mais poderia ser feito para evitar a sua morte", expressou.
�XODO CONT�NUO Enquanto isso, milhares de refugiados conseguiam chegar � costa da Europa. Cerca de 4.500 pessoas chegaram nesta quarta-feira ao porto de Pireu, em Atenas, com o objetivo de continuar seu p�riplo rumo ao norte da Europa, em um novo epis�dio da grave crise migrat�ria que divide os pa�ses europeus. Outros 3.000 puderam ser salvos pela guarda costeira italiana no Mediterr�neo nas �ltimas 24 horas.
Lesbos, assim como Kos, tamb�m no Egeu, se tornaram o porto de entrada na Europa de refugiados que fogem atrav�s da Turquia dos conflitos armados no Oriente M�dio e na �frica. A maioria quer continuar viagem para o norte da Europa atrav�s dos B�lc�s, na crise migrat�ria mais grave no continente desde a Segunda Guerra Mundial.
Desde o come�o do ano chegaram � Gr�cia 160.000 pessoas do total de cerca de 350.000 que, segundo se estima, teriam cruzado o Mediterr�neo, uma rota na qual morreram dois mil migrantes.
Enquanto isso, na Hungria, um dos pa�ses de entrada para os migrantes que querem chegar � Alemanha, a tens�o continua crescendo e duas mil pessoas permaneciam acampadas em frente � esta��o de Keleti, em Budapeste, ou em uma zona de tr�nsito do edif�cio, depois que a pol�cia os impediu de abordar os trens.
A tentativa dos migrantes de chegar � Alemanha se explica pela decis�o do governo de Berlim de n�o devolver aos s�rios o pa�s por onde entraram na Uni�o Europeia, neste caso a Hungria, e examinar seus pedidos de asilo. Segundo as autoridades alem�s, nesta ter�a-feira, 3.709 pessoas sem visto chegaram ao pa�s vindos de �ustria e Hungria, uma cifra recorde.