A justi�a francesa afirmou nesta quinta-feira, um m�s ap�s as autoridades malais, que o fragmento de asa de avi�o encontrado na ilha francesa de Reuni�o em julho procede "com certeza" do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em mar�o de 2014 com 239 pessoas a bordo.
As per�cias permitem "afirmar com certeza" que o fragmento de asa "encontrado em Reuni�o, em 29 de julho de 2015, corresponde ao do voo MH370", que fazia o trajeto entre Kuala Lumpur e Pequim, afirma um comunicado da procuradoria de Paris.
Para Marie Dos�, advogada de Ghyslain Wattrelos que perdeu sua esposa e dois filhos na cat�strofe, "� uma p�gina que se vira". "Todas as an�lises e investiga��es devem ser realizadas, sem qualquer press�o, principalmente pelas autoridades malaias", ressaltou a advogada.
As autoridades malaias haviam afirmado logo ap�s a descoberta na ilha do Oceano �ndico, no in�cio de agosto, que a pe�a era procedente do avi�o desaparecido, um Boeing 777. Desde a entrada em servi�o do modelo, em 1995, apenas dois outros Boeing 777 se envolveram em acidentes com v�timas mortais, ambos muito distantes do Oceano �ndico.
A justi�a francesa demonstrou prud�ncia e citou apenas "suspeitas muito fortes". As an�lises realizadas posteriormente em laborat�rios do minist�rio da Defesa franc�s revelaram "tr�s n�meros dentro do flaperon (parte da asa)" que foram levados a uma companhia terceirizada da Boeing, Airbus Defense and Space (ADS-SAU), com sede em Sevilha (sul da Espanha), segundo explicou a procuradoria de Paris.
Um dos ju�zes de instru��o e o especialista em aeron�utica respons�vel pelo caso se reuniram nesta quinta-feira na sede da ADS-SAU. O estudo dos documentos e "o relato de um t�cnico da empresa" permitem "associar formalmente um dos tr�s n�meros com o n�mero de s�rie do leme do MH370", anunciou a procuradoria.
�nicos destro�os encontrados at� hoje
Este peda�o de asa �, at� o momento, o �nico destro�o formalmente identificado da aeronave desaparecida em 8 de mar�o de 2014. Ap�s a descoberta, a Fran�a lan�ou uma campanha de buscas na ilha que durou dez dias. Mas essas opera��es se revelaram infrut�feras: nenhum elemento suspeito foi identificado.
O desaparecimento do Boeing 777 mobilizou uma grande opera��o de busca, considerada a mais importante do setor, envolvendo China, Mal�sia, Estados Unidos e coordenada pela Austr�lia. Espera-se que a investiga��o do fragmento encontrado possa fornecer pistas sobre o acidente, mas os especialistas consideram ser pouco prov�vel que ajude a tra�ar o cen�rio da cat�strofe.
Para o ex-diretor do Escrit�rio de Investiga��o e An�lises (BEA) do setor a�reo, Jean-Paul Troadec, "n�o podemos esperar milagres desta an�lise". Para tirar conclus�es, seria necess�rio "que a pe�a estivesse no centro do acidente, e as chances s�o muito pequenas", considerou, por sua vez, Pierre Bascary, ex-diretor de testes da Dire��o Geral de Armamento (DGA). Com esses "dois metros quadrados de avi�o, ser� muito dif�cil tirar conclus�es", ressaltou.