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Estado de Minas

Medo do terrorismo e dificuldade econ�mica agravam crise dos refugiados na Europa

Pa�ses do bloco buscam solu��o conjunta para maior crise de refugiados em sete d�cadas. Medo do terrorismo e dificuldade econ�mica agravam problema, e conquistas da UE est�o em risco


postado em 06/09/2015 06:00 / atualizado em 06/09/2015 10:02

Fuga de sírios na fronteira com a Turquia reforçou a crise migratória e humanitária(foto: Bulent Kilic/AFP/14/6/15)
Fuga de s�rios na fronteira com a Turquia refor�ou a crise migrat�ria e humanit�ria (foto: Bulent Kilic/AFP/14/6/15)

Bras�lia –
Sob forte press�o do p�blico interno e da comunidade internacional e em meio � como��o provocada pela foto do corpo do menino s�rio Aylan Shenu, de 3 anos, os governos dos pa�ses da Uni�o Europeia (UE) se re�nem no dia 14 para discutir uma resposta em conjunto para a mais grave crise migrat�ria em 70 anos. Desde janeiro, mais de 350 mil refugiados desembarcaram na Europa, de acordo com o Alto Comissariado das Na��es Unidas para Refugiados (Acnur), e o fluxo n�o d� sinais de enfraquecimento. Ontem, a �ustria e a Alemanha receberam, juntas, 10 mil refugiados que estavam bloqueados na Hungria.


O fen�meno representa claros desafios para a regi�o. Em muitos pa�ses, partidos conservadores de extrema direita ganharam espa�o ao defender um sentimento nacionalista e a ado��o de medidas anti-imigra��o. Autoridades locais argumentam que dificuldades econ�micas e a alta taxa de desemprego as impedem de acolher refugiados e de responder �s necessidades j� enfrentadas em seus pa�ses. “Se a taxa de desemprego � t�o alta quanto a da Espanha agora, de 22%, eu n�o posso oferecer �s pessoas a chance de se integrarem aqui”, declarou o chanceler espanhol, Jos� Manuel Garc�a-Margallo, na �ltima semana.


A busca por asilo coincide com um momento de alerta internacional contra o terrorismo. Com atentados em solo europeu incrustados na mem�ria e diante de not�cias de que o grupo Estado Isl�mico (EI) teria infiltrado jihadistas em barcos de refugiados, as autoridades n�o escondem o temor de que, ao abrirem portas, entrem tamb�m extremistas. “H� uma liga��o clara entre migrantes ilegais vindo para a Europa e o aumento do terrorismo”, garantiu o pol�mico primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, em discurso anual para a na��o, em junho deste ano.


Para Marc Pierini, do Carnegie Europe, centro de estudo de pol�ticas externas da regi�o, “a Uni�o Europeia (UE) precisa controlar o terrorismo, assim como proteger os seus princ�pios b�sicos: o Estado de direito, as liberdades fundamentais e a coes�o social”. Ele destaca a import�ncia de o bloco defender conquistas, como o espa�o Schengen – �rea de livre tr�nsito que compreende 26 Estados europeus, 22 dos quais s�o membros da Uni�o Europeia –, e evitar que partidos anti-UE ganhem destaque neste momento delicado.

Integra��o Steward M. Patrick, diretor do Programa de Institui��es Internacionais e Governan�a Global do Council of Foreign Relations (CFR), destaca pelo menos quatro raz�es para a dificuldade europeia em lidar com o fluxo crescente de refugiados. Segundo ele, al�m da incerteza sobre quem est� atravessando a fronteira, posi��es diferentes entre os pa�ses-membros da UE e o crescimento da extrema direita e de movimentos xen�fobos dificultam resposta coordenada do bloco. A n�o implementa��o de um sistema de asilo europeu, defendida pelo Conselho Europeu em 2013, e a falta de uma defini��o conjunta sobre quais pa�ses est�o em conflito agravam o problema. “N�o h� nenhum centro coletivo da UE para requerentes de asilo serem recebidos e alimentados. Cada na��o do bloco tem uma forma pr�pria de fazer as coisas, exacerbando o senso de caos regulat�rio”, ressaltou Patrick, em recente artigo.


Ao longo da hist�ria, ondas migrat�rias como a atual promoveram importantes mudan�as sociais, facilitaram a integra��o e reduziram desigualdades. Professor de sociologia da Universidade da Cidade de Nova York, Richard Alba lembra como a chegada de migrantes e refugiados aos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial promoveu transforma��es estruturais. Ele afirma que, ao longo de 25 anos, “distin��es entre grupos religiosos e �tnicos tiveram o seu significado social na popula��o branca esvaziado”. A integra��o foi facilitada pela ampla expans�o econ�mica do pa�s na �poca, mas pode se repetir na Europa, avalia Alba. “Acho que estamos em um per�odo de crise e n�o sabemos quando ela chegar� ao fim, se isso ocorrer. No entanto, ser� necess�rio substituir muitos dos trabalhadores de hoje que se aposentar�o em 25 ou 30 anos. A maioria deles � de origem majoritariamente nativa e n�o haver� pessoas jovens e tamb�m nativas para suced�-los. Por isso, realmente acho que veremos uma abertura no sistema de imigra��o do oeste europeu.”

PRESS�O Os pa�ses da UE est�o sob press�o para mostrar solidariedade depois que mais de 366 mil pessoas atravessaram o Mediterr�neo at� agora, este ano, e mais de 2,8 mil morreram na tentativa, segundo a ONU. O alto comiss�rio da ONU para refugiados, Antonio Guterres, pediu na sexta-feira a reparti��o de pelo menos 200 mil solicitantes de asilo na UE. A Comiss�o Europeia havia falado em 120 mil na quinta-feira. Essa press�o migrat�ria que sobrecarrega as infraestruturas de acolhida e os dramas sucessivos que se repetem h� meses levaram a Comiss�o Europeia a propor a distribui��o compuls�ria de solicitantes de asilo, recebida com opini�es contradit�rias pelos integrantes do bloco. Nesta semana, haver� novas propostas para que a distribui��o dos solicitantes de asilo chegue a 120 mil pessoas. Em julho, os pa�ses s� aceitaram uma distribui��o volunt�ria de demandantes, sem um mecanismo permanente, e propuseram um total de 32 mil vagas.


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