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Estado de Minas

Bataclan era o "inferno de Dante", recorda policial presente na opera��o

"N�s caminh�vamos sobre os corpos, escorregando nas po�as", diz agente que estava na casa de shows onde 89 pessoas morreram


postado em 18/11/2015 12:22 / atualizado em 18/11/2015 12:41

"Nunca havia visto algo assim. Uma mar� humana, o inferno de Dante", disse o policial (foto: DOMINIQUE FAGET/AFP)

"Era o inferno de Dante, havia sangue por todos os lados, n�s caminh�vamos sobre os corpos, escorregando nas po�as", recorda, impressionado, um dos policiais que participou na opera��o na casa de espet�culos Bataclan de Paris, onde uma tomada ref�ns deixou 89 mortos na sexta-feira passada.

"�s 21h40, recebemos as primeiras liga��es relatando que haviam acontecido duas explos�es no Stade de France e tiroteios no centro de Paris", recorda o integrante da Brigada de Busca e Interven��o (BRI), unidade de elite da pol�cia francesa, em entrevista � AFP.

�s 22h, uma primeira equipe da BRI deixou a sede da pol�cia, que fica perto da catedral de Notre Dame, "com pouco material". Os policiais chegaram ao local 15 minutos depois. "�s 22h15 est�vamos no hall do Bataclan", lembra o agente.

Um agente da Brigada Anti Criminalidade (BAC), outra unidade policial especializada, o primeiro a chegar ao local, j� havia matado um jihadista no t�rreo da casa de espet�culos.

"Quando chegamos n�o ouvimos nenhum tiro. Nos pergunt�vamos se os terroristas haviam escapado pela porta dos fundos", conta o policial, que integrou o primeiro pelot�o a entrar no Bataclan.

"Vimos corpos na cal�ada e depois na antessala". Na �rea em que os espectadores assistem ao show de p�, "havia centenas de pessoas jogadas umas sobre as outras, pedindo socorro", afirma Denis Safran, m�dico da BRI que estava com os policiais. "Vivos, feridos e mortos estavam misturados", completa o m�dico.

"Nunca havia visto algo assim. Uma mar� humana, o inferno de Dante", insiste o policial. "Cada vez que abr�amos uma porta, encontr�vamos ref�ns. E era necess�rio verificar se eram realmente ref�ns", destacou.

"Aconteceu um trabalho de varredura muito r�pido da BRI para assegurar que o t�rreo n�o tinha jihadistas nem explosivos", explicou o m�dico. "A cada passo encontr�vamos ref�ns por todos os lados e a cada vez dever�amos verificar que n�o estavam armados e n�o tinham bombas", disse o policial.

Uma hora depois da chegada, �s 23h15, "ficamos diante de uma porta trancada, atr�s da qual um terrorista gritava. Eram dois, com um cintur�o de explosivos que amea�avam detonar. Eles pediram que recu�ssemos, amea�aram decapitar os ref�ns, falaram da S�ria".

Um negociador conversou com eles por telefone, em v�o. �s 0H18, chegou a ordem de entrada. "Passamos pela porta e nos encontramos em um corredor de 15 metros. Entre os policiais e os jihadistas, que abrem fogo, est�o os ref�ns, que se jogam no ch�o", disse o policial.

"Avan��vamos sob o fogo dos terroristas sem atirar porque havia ref�ns, est�vamos atr�s do escudo", recorda, enquanto observa a foto do escudo com o impacto de 20 tiros feita por um fot�grafo da AFP. "Formamos uma esp�cie de t�nel humano para que os ref�ns passassem por tr�s, enquanto os escudos recebiam os tiros dos fuzis kalashnikov", relata o policial.

"Quando n�o havia mais ref�ns entre eles e n�s, iniciamos a segunda etapa". "De cara vimos uma sombra, atiramos e vimos a queda da sombra, seguida por uma explos�o. N�o sabemos como, mas os dois jihadistas explodiram", conta. "Eles detonaram os explosivos diante de uma porta fechada, atr�s da qual havia 15 ref�ns que n�o queriam acreditar �ramos da pol�cia", completa, ainda emocionado, apesar de sua longa experi�ncia em situa��es extremas. De fato, os homens do primeiro pelot�o eram os mesmos que, no dia 9 de janeiro, entraram em um supermercado kosher de Paris, onde morreram quatro ref�ns.


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