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Estado de Minas

'Cuba n�o precisa de presentes dos EUA', afirma Fidel Castro em artigo

Ex-presidente cubano afirmou que n�o se esquecer� de passado de confrontos com Washington.Declara��o acontece dias ap�s visita hist�rica de Barack Obama � ilha caribenha


postado em 28/03/2016 08:22 / atualizado em 28/03/2016 12:16

Encontro de Obama e Raúl Castro não convenceu o líder cubano(foto: AFP PHOTO / JUVENTUDREBELDE.CU / ALEX CASTRO e Nicolas Kamm / AFP PHOTO)
Encontro de Obama e Ra�l Castro n�o convenceu o l�der cubano (foto: AFP PHOTO / JUVENTUDREBELDE.CU / ALEX CASTRO e Nicolas Kamm / AFP PHOTO)

O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou que, apesar da recente visita de Barack Obama, a ilha n�o precisa de presentes dos Estados Unidos, nem esquecer� o passado de confrontos com Washington.

"N�o necessitamos que o imp�rio nos presenteie nada", escreveu Castro, em um artigo publicado nesta segunda-feira no jornal oficial Granma, com o t�tulo "O irm�o Obama", uma semana depois da hist�rica visita do presidente americano ao pa�s.

Durante a estadia em Havana entre 20 e 22 de mar�o, Obama afirmou em um discurso transmitido ao vivo pela televis�o cubana que "� hora de esquecermos o passado, deixarmos o passado, de olharmos para o futuro, olharmos juntos, um futuro de esperan�a".

Castro, que completar� 90 anos em agosto e que governou Cuba durante 48 anos, at� 2006, destacou que Obama utilizou as "palavras mais melosas" no discurso. "Se sup�e que cada um de n�s corria o risco de um infarto ao escutar estas palavras do presidente dos Estados Unidos", escreveu Castro com ironia, recordando o embargo imposto por Washington em 1962 e seu respaldo a a��es violentas contra o governo da ilha.

"Ningu�m tenha a ilus�o de que o povo deste nobre e abnegado pa�s renunciar� � gl�ria e aos direitos, e � riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educa��o, da ci�ncia e da cultura", reafirmou o hist�rico l�der cubano, que se afastou do poder h� 10 anos por uma grave crise de sa�de e foi substitu�do na presid�ncia por seu irm�o Ra�l Castro. Fidel Castro sugeriu a Obama que "reflita e n�o tente agora elaborar teorias sobre a pol�tica cubana". "N�o necessitamos que o imp�rio nos presenteie nada. Nossos esfor�os ser�o legais e pac�ficos, porque � nosso compromisso com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivem neste planeta", concluiu o l�der cubano.

P�gina da hist�ria

Nos �ltimos dias, v�rios artigos foram publicados na imprensa cubana afirmando, segundo a opini�o de acad�micos e jornalistas, que Obama fez omiss�es em seu discurso.

Nos artigos, os autores rejeitam o apelo feito por Obama - primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar Cuba em 88 anos - a virar a p�gina da hist�ria e esquecer os confrontos anteriores entre os dois pa�ses. "Sua l�gica discursiva deixa espa�os de ar que escapam, minimizam ou manipulam os fatos", afirmou o acad�mico e jornalista Enrique Ubieta.

No entanto, embora o presidente Ra�l Castro tenha ouvido da plateia o discurso de Obama, o governo cubano n�o reagiu oficialmente a sua fala, j� que Fidel n�o faz mais parte do Executivo, ainda que mantenha sua influ�ncia.

Cuba e Estados Unidos restabeleceram rela��es em julho, depois de mais de cinco d�cadas de confronto, e a visita de Obama visava promover o processo de "normaliza��o" dos v�nculos, que ambos os governos admitem que ser� lento e gradual.  "� hora de esquecer o passado, deixar o passado, olhar para o futuro, vamos olhar juntos, um futuro de esperan�a", declarou Obama, que criticou o embargo contra a ilha e pediu ao Congresso dos Estados Unidos para acabar com o mesmo.

Depois de enfrentar o antagonismo de nove administra��es consecutivas, Fidel Castro considerou que o "bloqueio cruel" j� dura "quase 60 anos." Ele tamb�m questionou: "o que acontece com aqueles que morreram em ataques mercen�rios a barcos e portos cubanos, um avi�o cheio de passageiros que explodiu no ar, as invas�es mercen�rias, v�rios atos de viol�ncia e de for�a?".

O pedido de Obama para deixar o passado para tr�s tamb�m encontrou resposta fora do �mbito oficial. Em sua homilia na �ltima Sexta-feira Santa na catedral de Havana, o cardeal Jaime Ortega tamb�m respondeu a estas palavras. "Entre os pa�ses, entre n�s, precisamos de perd�o, por qu�? Porque a hist�ria n�o � facilmente esquecida, existem m�goas que n�o s�o esquecidas, uma p�gina n�o � virada facilmente, porque precisamos perdoar as ofensas", disse Ortega.

O cardeal afirmou que "h� uma grande dificuldade" em esquecer o passado: "N�o se vira a p�gina e n�o se deixa a hist�ria para tr�s, porque a hist�ria � necess�ria e a hist�ria � mestre da vida como disse o pensador grego e precisamos t�-la sempre presente e, contudo, viver reconciliados".


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