
Para o mundo, a vit�ria de Donald Trump anuncia um clima geopol�tico profundamente novo. De Berlim a Pequim, os l�deres est�o observando se o Trump dar� continuidade �s promessas populistas e protecionistas que poderiam travar o compromisso global dos Estados Unidos com pol�ticas profundamente estabelecidas a respeito de com�rcio, defesa e imigra��o. Se assim for, a pol�tica externa dos Estados Unidos provavelmente se distanciar� de seu vizinho M�xico, e em dire��o � inimiga de longa data R�ssia.
O antagonismo de Trump em rela��o aos arranjos de defesa dos EUA apresenta novos riscos para os aliados de Washington na �sia e na Europa. E sua posi��o contr�ria ao livre com�rcio indica a possibilidade de uma guerra comercial com a China, a segunda maior economia global.
"O tom das rela��es econ�micas entre a China e os Estados Unidos vai mudar da coopera��o e da interdepend�ncia para a competi��o e o conflito", disse Shi Yinhong, professor de rela��es internacionais da Universidade Renmin, em Pequim. O estilo de Trump e a ret�rica isolacionista tamb�m podem dar a Pequim "oportunidades estrat�gicas para a China explorar", acrescentou.
"Trump � uma pessoa pragm�tica", disse Wang Dong, professor assistente da Escola de Estudos Internacionais da Universidade de Pequim. "Muitas coisas podem ser reavaliadas. Ent�o, do ponto de vista da seguran�a nacional chinesa, isso � uma coisa boa".
Muitos veem o resultado do voto com apreens�o. Na Alemanha, Norbert R�ttgen, um legislador influente junto aos democratas-crist�os da chanceler Angela Merkel, advertiu que os EUA poderiam perder seu papel como o eixo da ordem mundial ocidental. "Temos de esperar e ver como ele atuar� no cargo", disse R�ttgen. "Eu acho que ele ainda n�o sabe como agir."
O presidente franc�s, Fran�ois Hollande, disse recentemente que uma vit�ria de Trump "complicaria as rela��es entre a Europa e os EUA".
Na Am�rica Latina, o M�xico est� se preparando para um presidente que prometeu eliminar acordos comerciais, construir um muro e enviar para casa milh�es de imigrantes sem documentos. Cuba tamb�m enfrenta novas preocupa��es, com Trump prometendo desfazer o hist�rico restabelecimento do presidente Barack Obama dos la�os entre Washington e Havana, o que despertou novas esperan�as no pa�s para o investimento estrangeiro.
Nem todo mundo est� preocupado. Os pol�ticos de direita em toda a Europa veem a vit�ria do Trump como uma onda internacional de sentimento de confian�a. Futuras vit�rias eleitorais da direita europeia, segundo eles, ajudariam a estabelecer uma nova ordem transatl�ntica baseada na oposi��o aos acordos comerciais, na imigra��o e na integra��o pol�tica da Uni�o Europeia.
A presid�ncia de Trump "permitir� que a diplomacia francesa se expresse num mundo mais equilibrado, menos dominado pela hegemonia americana", disse Florian Philippot, uma das principais figuras da Frente Nacional, principal partido de direita da Fran�a.
O pol�tico holand�s anti-isl� Geert Wilders escreveu em sua p�gina oficial no Twitter ap�s Trump ganhar a disputa na Fl�rida e em Utah: "As pessoas est�o retomando seu pa�s. Como n�s iremos".
Os partid�rios brit�nicos de uma ruptura dura com a Uni�o Europeia se sentiram confort�veis com a recep��o de Trump � causa. Obama deixou claro, antes do voto do Brexit em junho, que o Reino Unido iria para "tr�s na fila" de um novo acordo comercial com os EUA. Trump disse que um acordo com o Reino Unido seria uma das suas principais prioridades.
Durante meses, os diplomatas da sede da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan) em Bruxelas t�m observado nervosamente Trump. Jens Stoltenberg, secret�rio-geral da Otan, repeliu por tr�s vezes os coment�rios cr�ticos de Trump sobre a alian�a.
No Oriente M�dio, Trump � visto como um defensor do poder militar da Am�rica, apesar de seus votos de desvincular-se da regi�o. Seu desejo de derrotar o Estado Isl�mico, trabalhando com aliados regionais, tem despertado entre os combates na S�ria esperan�as de serem armados. Mas como candidato ele tamb�m prometeu melhores rela��es com a R�ssia, que est� fortemente empenhada em combater a oposi��o s�ria. Autoridades da regi�o se preocupam com qualquer desengajamento dos EUA, que poder� se traduzir em ganhos para a R�ssia em lugares como S�ria e Turquia. Fonte: Dow Jones Newswires.