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Estado de Minas

Cuba se divide entre o luto e incerteza com a morte de Fidel Castro


postado em 27/11/2016 06:00 / atualizado em 27/11/2016 08:23

(foto: AFP / ADALBERTO ROQUE )
(foto: AFP / ADALBERTO ROQUE )

E como ficar� Cuba sem Fidel Castro? A morte, na madrugada desse s�bado, de um dos maiores l�deres do s�culo 20, deixa o pa�s mergulhado em uma inc�gnita. O ditador que marcou as �ltimas d�cadas com sua revolu��o de barbudos e sua luta contra os Estados Unidos morreu aos 90 anos, �s 22h29 da sexta-feira, em Havana (1h29 de ontem em Bras�lia). E, desde ent�o, uma Cuba dividida lhe presta homenagem, enquanto o mundo lembra seu influente e controverso legado. O an�ncio foi feito por seu irm�o e presidente Ra�l Castro e levantou novas indaga��es sobre o futuro sem a presen�a do carism�tico l�der da Revolu��o Cubana, que jamais desfez a barba e fumou charutos at� 1986.

Fidel Castro se projetou ao mundo de sua pequena ilha, onde por 48 anos exerceu o poder absoluto � frente de um governo que mudou o socialismo ap�s sua chegada ao poder, em 1959, e que jamais aceitou dissid�ncias. Os restos do lend�rio dirigente seriam cremados ontem e os funerais teriam in�cio. Uma prociss�o com as cinzas de Fidel Castro percorrer� o pa�s em carreata at� Santiago de Cuba (Leste da ilha), onde ser�o depositadas no cemit�rio Santa Ifigenia em 4 de dezembro, �s 7h locais. Ser�o nove dias de luto. Enquanto isso, os cubanos seguem no escuro, sem saber como Ra�l Castro, irm�o de Fidel que assumiu o poder em 2006 provisoriamente e em 2008 definitivamente, vai continuar a j� iniciada pol�tica de abertura e reaproxima��o de Cuba com os Estados Unidos.

Uma gera��o nascida e criada sob o regime instalado pela revolu��o de 1959, que respirou a atmosfera da Guerra Fria e assistiu ao fim da Uni�o Sovi�tica e do bloco socialista do Leste Europeu, tem agora seu encontro marcado com uma nova fase hist�rica. Em fevereiro de 2018, Ra�l Castro termina o mandato como presidente dos conselhos de Estado e de Ministros e passa o comando ao sucessor, a ser escolhido pela Assembleia Nacional. Seja quem for, j� n�o ser� um dos veteranos da Serra Maestra e do grupo de dirigentes que conduziu o pa�s por quase seis d�cadas, � sombra de Fidel.

A “transi��o geracional”, como vem sendo chamada desde que a quest�o se colocou, com o afastamento do comandante, representa a face mais exterior e vis�vel de um programa de reformas implementado por Ra�l desde que assumiu as fun��es do irm�o mais velho. O lema geral das mudan�as, que abrangem elementos cruciais da ordem econ�mica e m�ltiplos aspectos da vida social, � a “atualiza��o do modelo socialista”, definida no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), em 2011. Cinco anos mais tarde, o 7º Congresso fez um balan�o cauteloso do andamento do processo: apenas 10% das metas estabelecidas no encontro anterior tinham sido cumpridas.

CONTROLE “A pol�tica econ�mica est� mudando, mas muito lentamente”, analisa Peter Hakim, presidente honor�rio do think tank Di�logo Interamericano, com sede em Washington. Atualmente, 1 milh�o de cubanos (cerca de 20% da popula��o ativa) trabalham como aut�nomos ou s�o funcion�rios do incipiente setor privado, mas, por falta de estat�sticas, n�o � poss�vel ter uma radiografia dessa economia independente. “O governo diz que quer mudan�as e abertura, mas insiste em manter o controle r�gido da atividade. � uma contradi��o inerente”, diagnostica Hakim.

Visto desde os primeiros anos do governo revolucion�rio como o comunista “ortodoxo”, “verdadeiro”, entre os dois irm�os, Ra�l imprimiu um estilo bem mais “cl�ssico” de comando desde que substituiu Fidel. A personalidade dominante do antecessor deu lugar a uma �nfase maior para a “dire��o coletiva”, mais conforme aos manuais do marxismo-leninismo. No campo da condu��o da economia, igualmente, o ca�ula dos Castro d� sinais de buscar “fundamentos cient�ficos” para tirar a ilha da depend�ncia externa hist�rica – n�o mais do a��car, mas do turismo e de commodities como o n�quel.

Hakim n�o v� defini��es claras nos planos de Ra�l. E entre l�grimas e comemora��es, cubanos que vivem dentro e fora do pa�s v�o ter de esperar para come�ar a vislumbrar os novos caminhos que ser�o seguidos. (Com ag�ncias)


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