
O autor do ataque terrorista de ter�a-feira (31) em Nova York, que deixou oito mortos, � ligado ao Estado Isl�mico, mas se radicalizou nos Estados Unidos, revelou nesta quarta-feira (1o.) o governador Andrew Cuomo.
O suspeito, identificado como o uzbeque Sayfullo Saipov, de 29 anos, "� um covarde depravado associado ao EI e que se radicalizou dentro dos Estados Unidos", afirmou, em entrevista � CNN.
"Foi depois de sua chegada aos Estados Unidos que come�ou a se informar sobre o EI e o isl� radical", explicou o governador, acrescentando que n�o h� ind�cios de outros planos de atentados.
O agressor deixou pr�ximo � caminhonete branca utilizada no crime um bilhete manuscrito em �rabe declarando lealdade ao EI, informou o New York Times, que cita fontes policiais.
Poucas horas ap�s o ataque que aconteceu em Manhattan, o presidente Donald Trump determinou o refor�o do programa de controle de estrangeiros que tentam entrar no pa�s.
Em um primeiro momento, Trump qualificou o agressor de "doente e perturbado", antes de citar o grupo Estado Isl�mico: "n�o podemos permitir ao ISIS (grupo Estado Isl�mico) retornar, ou entrar, em nosso pa�s ap�s o termos derrotado no Oriente M�dio e em outros lugares. Basta!".
Sayfullo Saipov teria chegado aos Estados Unidos em 2010 e � residente de Nova Jersey (leste), onde alugou a caminhonete utilizada no atentado.
Ele tem visto de resid�ncia permanente (green card) e trabalhava como motorista do Uber, de acordo com o New York Times, acrescentando que j� estava "sob o radar" da pol�cia.
O presidente do Uzbequist�o, Chavkat Mirzioyev, prometeu nesta quarta-feira "usar todas as suas for�as e recursos para ajudar na investiga��o sobre este ato terrorista", e ofereceu p�sames ao presidente americano e �s fam�lias das v�timas.
Ex-rep�blica sovi�tica de maioria mu�ulmana, o Uzbequist�o tem centenas de cidad�os lutando em grupos "jihadistas" no Iraque e na S�ria, segundo estimativas dos servi�os de seguran�a russos.
- O ataque -
O ataque aconteceu a poucas quadras do memorial do 11 de setembro de 2001 em Manhattan, perto de escolas e de um parque, enquanto crian�as e seus pais se preparavam para festejar o Halloween.
�s 15h05 (17h05 de Bras�lia), o agressor jogou sua caminhonete branca contra ciclistas e pedestres em uma ciclovia �s margens do rio Hudson e gritou "Allahu Akbar" (Deus � grande, em �rabe) antes de ser baleado pela pol�cia.
Atingido no abd�men, foi submetido a uma cirurgia e deve sobreviver, de acordo com a imprensa.
Ap�s a colis�o, o homem saiu do ve�culo com duas armas, uma de press�o (chumbinho) e outra de paintball, informou a pol�cia de Nova York, que afirmou n�o procurar outros suspeitos.
Logo ap�s o ataque, policiais, bombeiros e ambul�ncias chegaram ao local e bloquearam v�rias ruas, enquanto helic�pteros sobrevoavam o sul de Manhattan.
John Williams, de 22 anos, que chegou ao local pouco depois do agressor ser baleado, descreveu "um forte odor de p�lvora".
"Tinha um homem ferido no ch�o. Parecia ter recebido um tiro. Estava cercado por policiais e param�dicos", relatou � AFP.
"Vi que dois ve�culos, um branco e um micro-�nibus, se chocaram. Dois homens queriam brigar na rua. Um tinha duas pistolas, uma em cada m�o. No final, chegou a pol�cia, e escutamos tr�s tiros", declarou Manuel Calle, 46 anos, que trabalha em um restaurante pr�ximo.
A Chancelaria argentina informou que o ataque matou cinco argentinos, "da cidade de Rosario" (300 km ao norte de Buenos Aires), que integravam "um grupo de amigos que celebrava o 30° anivers�rio de formatura da Escola Polit�cnica desta cidade".
O governo de Mauricio Macri declarou que est� prestando assist�ncia "�s fam�lias neste terr�vel momento de profunda dor, compartilhada por todos os argentinos".
Uma mulher belga tamb�m faleceu, enquanto tr�s cidad�os desse pa�s ficaram feridos, de acordo com Bruxelas. Um alem�o tamb�m est� entre os feridos.
"Com base na informa��o de que dispomos no momento, trata-se de um ato de terrorismo (...) particularmente covarde", disse o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio.
"Este � um dia muito doloroso para nossa cidade. Uma terr�vel trag�dia", ressaltou.
Um desfile de Halloween foi realizado como planejado, mas sob forte esquema de seguran�a, e Cuomo ordenou iluminar o World Trade Center com as cores vermelha, branca e azul da bandeira americana "em homenagem � liberdade e � democracia".
Este foi o primeiro ato vinculado ao terrorismo em Nova York desde a explos�o de uma bomba artesanal, em setembro de 2016, em Chelsea, que deixou 31 feridos leves. O afeg�o de origem americana Ahmad Khan Rahimi foi condenado por terrorismo no in�cio deste m�s.
