
A estudante brasileira Rayn�ia Gabrielle Lima foi morta, na noite de segunda-feira (23), com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um "um grupo de paramilitares" no sul da capital Man�gua.
Mais cedo, o governo brasileiro j� havia manifestado indigna��o e exigido que autoridades nicaraguenses mobilizem todos os esfor�os necess�rios para identificar e punir os respons�veis pelo assassinato da estudante. No texto, o governo ainda condenou “o aprofundamento da repress�o, o uso desproporcional e letal da for�a e o emprego de grupos paramilitares em opera��es coordenadas pelas equipes de seguran�a” e repudiou a persegui��o a manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos.
Crise
A Nicar�gua vive uma crise sociopol�tica com manifesta��es que se intensificaram, desde abril, contra o presidente Daniel Ortega que se mant�m h� 11 anos no poder em meio a acusa��es de abuso e corrup��o. A repress�o aos protestos populares j� deixou entre 277 e 351 mortos, de acordo com organiza��es humanit�rias locais e internacionais.
O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de Medina participar de um f�rum no qual disse que o crescimento econ�mico e a seguran�a na Nicar�gua antes da explos�o dos protestos contra Ortega em abril "era parte de uma farsa" porque "nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injusti�a".
Em entrevista a uma emissora de TV local, o retior da UAM acrescentou que as for�as paramilitares “sentem que t�m carta branca, ningu�m vai dizer nada a eles, ningu�m vai fazer nada. Eles andam sequestrando e fazendo batidas".
O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escrit�rio do Alto Comiss�rio das Na��es Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, poss�veis atos de tortura e pris�es arbitr�rias ocorridas em territ�rio nicareguense.
Recomenda��es
Desde o in�cio da crise no pa�s, o Minist�rio das Rela��es Exteriores orienta que brasileiros n�o viajem ao pa�s. Se a viagem for inevit�vel, o Itamaraty sugere as seguintes recomenda��es:
- Evite participar e aproximar-se de manifesta��es;
- Evite deslocamentos desnecess�rios. Caso seja necess�rio fazer um deslocamento, esteja acompanhado ou passe por vias com policiamento;
- Manter em dia e v�lido o passaporte para uma eventual sa�da emergencial do pa�s;
- Carregue sempre uma c�pia do passaporte ou de um documento de identifica��o v�lido. Mantenha uma c�pia tamb�m no correio eletr�nico;
- Avise pessoas pr�ximas (parentes e amigos) sobre a localiza��o e meios de comunica��o;
- Evite viajar para o interior do pa�s e o deslocamento por estradas para fora da capital, que t�m sido bloqueadas por criminosos armados.
* Colaborou Paulo Victor Chagas
* Com informa��es da ag�ncia EFE