
O resultado j� havia desanimado os investidores ap�s o fechamento do preg�o da quarta-feira, 25, quando as a��es ca�ram mais de 20% e fizeram a empresa perder US$ 128 bilh�es em valor de mercado. Ao longo desta quinta-feira, a rede social comandada por Mark Zuckerberg conseguiu recuperar parte desse valor, encerrando o dia cotada a US$ 510 bilh�es - no preg�o da quarta-feira, estava em US$ 629 bilh�es.
Entenda o caso
A perda de valor de mercado registrada nesta quinta-feira � muito pr�ximo ao valor de empresas como Nike (US$ 125,1 bilh�es) e General Electric (US$ 114 bilh�es). S� o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, perdeu US$ 15,4 bilh�es, tendo agora uma fortuna avaliada em US$ 67,1 bilh�es. Ele caiu duas posi��es no ranking dos mais ricos do mundo da revista Forbes - agora, ele est� em sexto, depois de ser ultrapassado pelo megainvestidor Warren Buffett (US$ 82,6 bilh�es) e pelo dono da Zara, Amancio Ortega (US$ 72,3 bilh�es). O mais rico do mundo segue sendo Jeff Bezos, presidente executivo da Amazon, com fortuna avaliada em US$ 148,6 bilh�es, segundo a Forbes.
Al�m disso, a perda de valor do Facebook supera de longe os US$ 95 bilh�es de desvaloriza��o que a empresa teve no auge do caso Cambridge Analytica. O caso mostrou como o Facebook tomou uma s�rie de decis�es erradas nos �ltimos anos ao n�o proteger a privacidade de seus usu�rios - no esc�ndalo, a consultoria obteve indevidamente as informa��es de 87 milh�es de pessoas pela rede social. A empresa tamb�m enfrentou cr�ticas por permitir a propaga��o de not�cias falsas durante a campanha presidencial dos EUA, em 2016.
A onda de not�cias negativas fez o Facebook mudar suas pol�ticas de privacidade e seguran�a. Mark Zuckerberg, cofundador da rede social, deu explica��es nos EUA e na Europa. O trabalho de conten��o de crise parecia ter dado resultado - em tr�s meses, a empresa conseguiu recuperar seu valor de mercado antes da crise. No entanto, a conta chegou agora. "A credibilidade do Facebook com investidores foi afetada. Se os resultados e proje��es fossem bons, o impacto poderia n�o acontecer. Mas n�o foi o caso", disse o professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Pedro Waengertner.
Usu�rios
No fim de junho, o Facebook atingiu 2,23 bilh�es de usu�rios ativos mensalmente em sua rede social - aumento de 1,54% na compara��o com o primeiro trimestre de 2018. � o menor ritmo de crescimento de usu�rios da empresa em tr�s anos - e metade da m�dia para o per�odo, que ficou acima de 3% por trimestre. Em mercados desenvolvidos, o resultado foi ainda pior: nos EUA, a empresa ficou est�vel em 241 milh�es de usu�rios. Na Europa, onde uma nova legisla��o de privacidade de dados entrou em vigor em maio, o Facebook perdeu 1 milh�o de usu�rios, caindo para 376 milh�es de cadastros ativos todos os meses.
No segundo trimestre de 2018, o Facebook viu sua receita atingir US$ 13,2 bilh�es, crescimento de 42%, abaixo do ritmo dos �ltimos per�odos - no primeiro trimestre, a empresa viu a m�trica subir 50%, por exemplo.
E n�o h� previs�o de melhora no horizonte. O diretor financeiro da empresa anunciou que espera ver mais quedas na expans�o da receita nos pr�ximos trimestres. "� uma combina��o de fatores, entre c�mbio, foco em novas experi�ncias, como (as mensagens ef�meras) Stories, e (medidas para) dar mais poder de privacidade aos usu�rios", disse David Wehner, diretor financeiro da empresa, em confer�ncia com investidores na quarta-feira.