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Estado de Minas

Acordo entre Brasil e Alemanha vai 'repatriar' ararinhas-azuis

Existem hoje pelo mundo 163 exemplares da ave. Todos os esp�cimes vivem fora de seu habitat natural, ou seja, em cativeiro.


postado em 07/06/2019 20:22

A ararinha-azul pertence à caatinga e entrou em extinção em outubro de 2000(foto: ICMBio/Direitos Reservados)
A ararinha-azul pertence � caatinga e entrou em extin��o em outubro de 2000 (foto: ICMBio/Direitos Reservados)
O Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio) e a organiza��o n�o governamental Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), da Alemanha, firnaram hoje (7) um acordo que oficializa a vinda de 50 ararinhas-azuis do pa�s europeu para o Brasil. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) pertence � caatinga e entrou em extin��o em outubro de 2000, por ser alvo de ca�adores e traficantes de animais.
 
Essas pr�ticas ilegais, juntamente com a destrui��o do bioma, fizeram com que, de uma d�cada para outra, restasse somente um exemplar da ave, em 1990. Na d�cada de 1980, expedicion�rios identificaram tr�s ararinhas-azuis e, em nova busca, 10 anos depois, a �ltima remanescente foi localizada, acendendo o alerta de ambientalistas. 
 
De acordo com o ICMBio, existem hoje pelo mundo 163 exemplares da ave. Todos os esp�cimes vivem fora de seu habitat natural, ou seja, em cativeiro.
 
A esp�cie � considerada end�mica da regi�o de Cura��, interior da Bahia, ou seja, desenvolve-se de forma natural somente naquele territ�rio. Para receber os animais, que devem chegar em novembro, o ICMBio est� concluindo, em parceria com diversas entidades, a constru��o de um espa�o, no munic�pio baiano, e espera que a soltura na natureza ocorra entre 2020 e 2024.
 
Na d�cada de 1980, expedicion�rios identificaram tr�s ararinhas-azuis e, em nova busca, dez anos depois, a �ltima remanescente foi localizada, acendendo o alerta de ambientalistas. A esp�cie � considerada end�mica da regi�o de Cura��, interior da Bahia, ou seja, se desenvolve de forma natural somente naquele territ�rio. Para receber os animais, que devem chegar em novembro, o ICMBio est� concluindo, em parceria com diversas entidades, a constru��o de um espa�o, no munic�pio baiano, e espera que a soltura na natureza tenha ocorra entre 2020 e 2024.
 
Segundo Hugo Verc�lio, analista ambiental da autarquia, o acordo de coopera��o n�o conta com verba do governo federal, que oferece somente o suporte t�cnico ao projeto. Entre os parceiros, est�o, al�m da ONG alem� ACTP, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conserva��o das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de S�o Paulo (USP).
 
A reintrodu��o das ararinhas-azuis j� havia sido anunciada em setembro do ano passado. A medida faz parte do Plano de A��o Nacional da Conserva��o da Ararinha-azul (PAN Ararinha-azul), que foi estabelecido em 2012, pelo ICMBio, e j� tem trazido resultados. 
 
Desde 2009, o n�mero de esp�cimes dobrou. O total, em 2000, era de 53 e subiu para 108 em 2014. Para 2020, a proje��o � que haja 166 aves no pa�s.
 
Para Verc�lio, a reintrodu��o das aves no Brasil tem um car�ter especial, ao ser anunciada este ano, quando se completam 200 anos da descoberta da esp�cie. O achado ocorreu em Juazeiro, cidade localizada a 94 quil�metros de Cura��. O processo de devolu��o das ararinhas-azuis ao ambiente natural � "algo muito dif�cil", mas � tamb�m, pelo ineditismo do fato, "um marco hist�rico", disse Verc�lio.
Projeto
 
Em junho do ano passado, o presidente Michel Temer oficializou a cria��o da �rea e Prote��o Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, de 90 mil hectares, e o Ref�gio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, com cerca de 30 mil hectares, situados em Juazeiro e Cura��. 
 
De acordo com Camile Lugarini, tamb�m analista ambiental do ICMBio, os locais t�m como fun��o receber os esp�cimes da ave e promover sua prote��o. Outra miss�o das equipes � difundir � comunidade local atividades que sigam os princ�pios do desenvolvimento sustent�vel, como o ecoturismo, para que tenham maior consci�ncia de seu impacto na fauna e na flora que coexistem com ela. "Essas unidades foram criadas h� um ano e a gente j� tem um engajamento local para a cria��o de um conselho gestor e de um plano de manejo para as unidades de conserva��o."
 
Camile acrescentou que, ao planejar o centro de reprodu��o e reintrodu��o da ararinha-azul, em Cura��, levou-se em considera��o o curso dos riachos Melancia e Barra Grande. "Foi feito um buffer [zona de amortecimento] ao redor desses riachos, porque a mata ciliar que acompanha esses riachos tempor�rios � muito importante para a manuten��o das ararinhas-azuis", disse. "N�o � em toda a caatinga que h� a caraibeira [onde as ararinhas instalam seus ninhos], ao longo dos riachos tempor�rios, e sim em algumas partes, e algumas dessas partes est�o dentro das unidades de conserva��o", disse a analista ambiental.
 
A ararinha-azul distingue-se dos demais psitac�deos por caracter�sticas como a colora��o de suas penas e a estrutura das asas, que s�o mais longas e estreitas do que as dos demais animais da fam�lia � qual pertence, como periquitos, araras e papagaios. A ave mede pouco mais da metade de uma arara azul, movimenta suas asas de forma mais lenta e tem o costume de se empoleirar sobre galhos secos de �rvores altas.


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