A prov�ncia chinesa de Hubei, onde a Covid-19 surgiu em dezembro, prepara-se para suspender sua quarentena, enquanto 1,8 bilh�o de pessoas em todo o mundo est�o confinadas e o v�rus fez uma nova v�tima de peso, os Jogos Ol�mpicos de T�quio.
A partir de quarta-feira (25), os habitantes saud�veis da regi�o do centro da China poder�o circular livremente. Mas aqueles em Wuhan, cidade de origem da pandemia e isolada desde o final de janeiro, ter�o que esperar at� 8 de abril.
A China registrou nesta ter�a-feira (24) 78 novas mortes pelo coronav�rus, mas quase exclusivamente de pessoas que vieram do exterior. Isso prova que a epidemia est� quase controlada, embora desperte medo de uma nova onda de infec��es.
Para poder circular, os habitantes de Hubei ter�o que mostrar um QR code "verde" em seus celulares, uma esp�cie de prova de que n�o est�o infectados.

"Aguardo ansiosamente a liberdade", declarou � AFP Willa, enfatizando que, ap�s dois meses de confinamento, "as pessoas est�o sob imensa press�o".
No total, a pandemia matou 16.961 pessoas em todo o mundo desde dezembro, e o n�mero de infec��es registradas oficialmente chega a 386.350 em 175 pa�ses e territ�rios, segundo dados da AFP. O n�mero de casos reais pode ser muito maior, pois na maioria dos pa�ses os testes de diagn�stico s�o realizados apenas nos pacientes mais graves.
A Europa j� contabiliza 199.779 casos (10.724 mortes), a �sia 98.748 casos (3.570 mortes), Estados Unidos e Canad� 48.519 casos (523 mortes), Oriente M�dio 29.087 casos (1.966 mortes), Am�rica Latina e Caribe 6.217 casos (112 mortes), Oceania 2.225 casos (9 mortes) e �frica 1.778 casos (57 mortes).
Diante do avan�o da pandemia, o confinamento se tornou regra. Nesta ter�a, 66 milh�es de brit�nicos se juntaram ao confinamento obrigat�rio.
- Londres deserta -
"N�o devem encontrar amigos; se chamarem para sair, devem dizer n�o", insistiu o primeiro-ministro Boris Johnson em mensagem televisionada na segunda-feira, ap�s um fim de semana com parques e praias lotados.
Em um pa�s que zela por suas liberdades civis, s� se pode sair de casa para fazer compras, para exerc�cios f�sicos ou ir trabalhar, se for "absolutamente necess�rio". Sozinho ou a dois.
Nesta ter�a-feira, as ruas de Londres amanheceram vazias, exceto nas proximidades de hospitais, onde os funcion�rios chegam apreensivos.
E nas entradas dos parques cartazes recordavam a recomenda��o de manter dois metros de dist�ncia de outras pessoas.
Ainda assim, os londrinos t�m mais sorte do que na Espanha, onde qualquer atividade ao ar livre pode ser sancionada com multas.
O governo do socialista Pedro S�nchez se prepara para estender por mais duas semanas, at� 11 de abril, o confinamento quase total de seus 46,6 milh�es de habitantes, na esperan�a de derrotar um v�rus que n�o para de tirar vidas.
Somente na segunda-feira, o dia mais mortal desde o in�cio da pandemia, 514 pessoas morreram no pa�s, elevando o saldo de v�timas para 2.696 mortes, segundo dados divulgados nesta ter�a-feira.
A Espanha � o segundo pa�s mais afetado na Europa, atr�s da It�lia, e 60% de suas mortes est�o concentradas na regi�o de Madri, que, devido � satura��o dos servi�os funer�rios, decidiu habilitar uma pista de patina��o no gelo em necrot�rio.
- Adiamento das Olimp�adas -
O Ir�, entre os pa�ses mais afetados, anunciou 122 novas mortes nesta ter�a-feira, elevando o saldo oficial total para 1.934 v�timas fatais.
Globalmente, a pandemia de coronav�rus j� causou 16.000 mortes e est� "se acelerando", alertou a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) na segunda-feira.
E pediu aos governos que multipliquem as quarentenas para impedir que seus sistemas de sa�de, mesmo nos pa�ses mais desenvolvidos, explodam.
No Rio de Janeiro, as favelas, que concentram uma popula��o pobre em habita��es prec�rias, est�o em alerta e na Venezuela a pandemia se soma � crise econ�mica e humanit�ria de uma popula��o que n�o pode ficar em casa se quiser sobreviver.
Na �frica, o coronav�rus avan�a de forma lenta, mas progressivamente, e os temores dos especialistas se multiplicam porque milh�es de pessoas n�o podem nem mesmo lavar as m�os adequadamente para evitar infec��es.
Cada governo procura estrat�gias. O Paraguai anunciou que garantir� o fornecimento de hidroxicloroquina, um medicamento que pode ser eficaz contra o novo coronav�rus.
Em Cuba, foi decidido o isolamento de cerca de 32.000 visitantes estrangeiros em hot�is a partir desta ter�a-feira, para prevenir infec��es.
Finalmente, o Jap�o apresentou uma proposta de adiamento por um ano dos Jogos Ol�mpicos de T�quio-2020 devido � pandemia do coronav�rus e o Comit� Ol�mpico Internacional (COI) a aceitou, anunciou o primeiro-ministro japon�s, Shinzo Abe.
"Eu propus adiar em um ano e o presidente (Thomas) Bach concordou em 100%", declarou Abe aos jornalistas, referindo-se � conversa que teve nesta ter�a-feira com o presidente do COI.
- Economia -
Paradoxalmente, e em linha com uma s�rie de an�ncios amb�guos e contradit�rios, os Estados Unidos decidiram reabrir "muito em breve" ao mundo dos neg�cios, anunciou Donald Trump na segunda-feira � noite.
"N�o podemos deixar que o rem�dio seja pior que a doen�a", disse ele, na tentativa de evitar que o coronav�rus afunde a economia americana e talvez sua reelei��o.
Globalmente, governos e bancos centrais est�o destinando bilh�es de d�lares a uma economia prejudicada pela pandemia.
Nesta ter�a-feira, as Bolsas de valores operavam em alta, otimistas em rela��o a essas medidas e com uma pequena esperan�a de que o pico da epidemia chegue em breve na Europa.